Ónix
Ônix | |
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ônix amarelado e branco | |
Cor | várias |
Fórmula química | sílica (dióxido de silício, SiO2) |
Propriedades cristalográficas | |
Sistema cristalino | Sistema cristalino hexagonal |
Propriedades ópticas | |
Índice refrativo | 1.543 - 1.552 a 1.545 - 1.554 |
Propriedades físicas | |
Dureza | 6.5–7 |
Fratura | Desigual, conchoidal |
Brilho | vitreo |
Ónix (português europeu) ou Ônix (português brasileiro) é uma variedade semipreciosa de quartzo calcedônia, listrada de preto e branco. Entre suas variedades está o ônix carneliana, que possui listras brancas e vermelhas e a sardônia, que possui listras brancas e marrons. O nome "ônix" é apropriado somente às variedades em preto e branco[1] mas é usado informalmente para as outras variedades.[2]
É também usado para variedades de alabastro, mármore, obsidiana e opala, e enganosamente para materiais com listras contorcidas, como "ônix da caverna" e "ônix mexicana".[3][4][5]
Etimologia
[editar | editar código-fonte]Ônix vem através do latim (da mesma grafia), do grego ὄνυξ, que significa "garra" ou "unha". Ônix com faixas brancas e cor de carne pode às vezes parecer uma unha.[6]
Variedades
[editar | editar código-fonte]O mineral é formado por listras de calcedônia em cores alternadas. É criptocristalino, consistindo de finos intercrescimentos dos minerais de sílica, quartzo e moganita. Suas bandas são paralelas umas às outras, em oposição às bandas mais caóticas que frequentemente ocorrem em ágatas.[7]
A sardônica é uma variedade em que as listras coloridas são cornalinas (tons de vermelho) em vez de preto. A ônix na cor preto é talvez a variedade mais famosa, mas não é tão comum quanto a com faixas coloridas. Tratamentos artificiais são usados desde os tempos antigos para produzir tanto a cor preto para a "ônix preto" e os vermelhos e amarelos para a sardônia. A maioria das "ônix pretas" no mercado são coloridas artificialmente.[8][9]
Imitações e tratamentos
[editar | editar código-fonte]O nome também tem sido comumente usado para rotular outros materiais com listras, como a calcita encontrada no México, Índia e outros locais, e muitas vezes esculpidas, polidas e vendidas. Este material é muito mais suave do que a ônix verdadeiro, e muito mais disponível. A maioria dos itens esculpidos vendidos como "ônix" hoje são carbonatos.[10][11][12]
Tipos de ônix artificiais também foram produzidos a partir de calcedônia comum e ágata lisa. O naturalista do primeiro século Plínio, o Velho descreveu essas técnicas sendo usadas nos tempos romanos.[13] Tratamentos para a produção de preto e outras cores incluem a imersão fervura da calcedônia em soluções de açúcar, em seguida, tratamentos com ácido sulfúrico ou ácido clorídrico para carbonizar os açúcares que foram absorvidos nas camadas superiores da pedra.[9][14] Estas técnicas ainda são usadas, assim como outros tratamentos de tingimento, e a maioria das chamados “ônix pretas” vendidas são tratadas artificialmente.[15] Além dos tratamentos com corantes, o aquecimento e o tratamento com ácido nítrico têm sido usados para clarear ou eliminar cores indesejáveis.[9]
Ocorrência geográfica
[editar | editar código-fonte]É uma pedra preciosa encontrada em várias regiões do mundo, incluindo Iêmen, Uruguai, Argentina, Austrália, Brasil, Canadá, China, Chéquia, Alemanha, Índia, Indonésia, Madagascar, América Latina, Reino Unido e vários estados dos EUA.[10]
Uso histórico
[editar | editar código-fonte]A pedra tem uma longa história de uso em esculturas e jóias, onde geralmente é cortada como um cabochão ou em miçangas. Também tem sido usada para intaglio e camafeus, onde as bandas fazem a imagem contrastar com o fundo.[16] A maior parte das ônix é natural, porém muito do material disponível comercialmente é produzido através da colorização de ágata.[17]
A pedra foi usada no Egito já na Segunda Dinastia para fazer tigelas e outros itens de cerâmica.[18] O uso da sardonia aparece na arte da civilização minoica, principalmente das recuperações arqueológicas em ´Knossos.[19]
A ônix verde brasileira era frequentemente usada como plinto para esculturas art déco criadas nas décadas de 1920 e 1930. O escultor alemão Ferdinand Preiss usou a ônix verde brasileira para a base na maioria de suas esculturas criselefantina.[20] A ônix verde também era usada em bandejas e pratos - produzidos principalmente na Áustria - frequentemente com pequenos animais de bronze ou figuras anexas.[21]
Ônix é mencionado na Bíblia muitas vezes,[22] assim como a sardônia.[23]
Superstições
[editar | editar código-fonte]Os antigos romanos entravam em batalha carregando amuletos de sardônia gravados com Marte, o deus da guerra. Isto foi acreditado dar coragem na batalha. Na Europa renascentista, acreditava-se que a sardônia trazia eloquência.[24][25] Sardonyx era comumente usada por parteiras inglesas para facilitar o parto, colocando-a entre os seios da mãe.[26]
Galeria
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Gemma Augustea um camafeu esculpido em duas camadas de ônix (19 × 23 cm)
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"Troilo e Polixena surpreendidos por Áquiles", peça do século I
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Camafeu de Giuseppe Girometti (1779-1851)
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Camafeu de Augusto, séculos XVI e XVII.
Ver também
[editar | editar código-fonte]Referências
- ↑ Lavinsky, Rob. «Onyx». mindat.org. Consultado em 10 de junho de 2014
- ↑ DK (4 de outubro de 2016). Gem: The Definitive Visual Guide. [S.l.]: DK Publishing. pp. 154–155. ISBN 978-1-4654-6212-1
- ↑ Manutchehr-Danai, Mohsen (2013). Dictionary of Gems and Gemology. New York: Springer. pp. 340–341. ISBN 9783662042885
- ↑ Schumann, Walter (2009). Gemstones of the World. New York: Sterling. p. 158. ISBN 9781402768293
- ↑ Mary L. Davis; Greta Pack (11 de novembro de 2014). Mexican Jewelry. [S.l.]: University of Texas Press. p. 238. ISBN 978-1-4773-0588-1.
A chamada ônix mexicana não é ônix mas uma variedade de mármore ou calcita
- ↑ «Online Etymology Dictionary». etymonline.com. Consultado em 22 de agosto de 2015
- ↑ Assaad, Fakhry A.; LaMoreaux, Philip E. Sr. (2004). Hughes, Travis H., ed. Field Methods for Geologists and Hydrogeologists. Berlin, Heidelberg, New York: Springer-Verlag. p. 8. ISBN 3-540-40882-7
- ↑ Sinkankas, John (1959). Gemstones of North America. 1. Princeton, New Jersey: Van Nostrand. p. 316
- ↑ a b c «The Manufacture of Gem Stones». New York, New York: Munn & Company. Scientific American: 49. 25 de julho de 1874
- ↑ a b «Onyx». mindat.org. Consultado em 22 de agosto de 2015
- ↑ «Onyx». gemdat.org. Consultado em 22 de agosto de 2015
- ↑ Hurlbut, Cornelius S.; Sharp, W. Edwin (1998). Dana's Minerals and How to Study Them 4th ed. New York, New York: Wiley. p. 200. ISBN 0-471-15677-9
- ↑ O'Donoghue, Michael (1997). Synthetic, Imitation, and Treated Gemstones. Boston: Butterworth-Heinemann. pp. 125–127. ISBN 0-7506-3173-2
- ↑ Read, Peter G. (1999). Gemmology. Oxford: Butterworth-Heinemann. p. 160. ISBN 0-7506-4411-7
- ↑ Liddicoat, Richard Thomas (1987). Handbook of Gem Identification 12th ed. Santa Monica, California: Gemological Institute of America. pp. 158–160. ISBN 0-87311-012-9
- ↑ Kraus, Edward Henry; Slawson, Chester Baker (1947). Gems and Gem Materials. New York, New York: McGraw-Hill. p. 227
- ↑ Liddicoat, Richard Thomas; Copeland, Lawrence L. (1974). The Jewelers' Manual. Los Angeles, California: Gemological Institute of America. p. 87
- ↑ Porter, Mary Winearls (1907). What Rome was Built with: A Description of the Stones Employed. Rome: H. Frowde. p. 108
- ↑ C. Michael Hogan (2007) Knossos fieldnotes, The Modern Antiquarian
- ↑ «Ferdinand Preiss». Hickmet.com. Consultado em 18 de junho de 2015
- ↑ «Lot 419, Schmidt-Hofer, Otto, 1873-1925 (Germany)». ArtValue.com
- ↑ «BibleGateway». biblegateway.com. Consultado em 22 de agosto de 2015
- ↑ «BibleGateway». biblegateway.com. Consultado em 22 de agosto de 2015
- ↑ Firefly Guide to Gems By Cally Oldershaw, p.168
- ↑ The Mining World, Volume 32, June 25, 1910, p.1267
- ↑ Three thousand years of mental healing By George Barton Cutten, 1911 P.202