Sete e Pico, Oito e Coisa, Nove e Tal

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Sete e Pico, Oito e Coisa, Nove e Tal
Álbum de estúdio de Vozes da Rádio
Lançamento Portugal Junho de 2007
Gravação Abril e Maio de 2007
Gênero(s) a cappella
Duração 42 mins e 26 segs
Gravadora(s) Portugal BZD
Produção Vozes da Rádio
Cronologia de Vozes da Rádio
Mulheres (álbum)
(2005)
‘'Pérolas e Porcos’'
(2009)
Singles de Sete e Pico, Oito e Coisa, Nove e Tal
  1. "Carrapito da Dona Aurora"
    Lançamento: Junho 2007

Sete e Pico, Oito e Coisa, Nove e Tal é o sétimo álbum do grupo a cappella português Vozes da Rádio, lançado no ano de 2007. Este trabalho discográfico é o primeiro álbum das Vozes da Rádio composto principalmente por versões, num disco que pretendeu ser um tributo do quinteto do Porto aos seus conterrâneos do Conjunto António Mafra.[1] Este trabalho sucedeu ao álbum Mulheres de 2005.

Para a homenagem ao conjunto típico da cidade do Porto, as Vozes da Rádio convidaram uma série de músicos, também eles tripeiros, que se associaram a este tributo. O disco é composto por 13 temas havendo apenas um original, “Marchinha para os Mafras”, uma canção de Jorge Prendas com letra de Carlos Tê e que tem na interpretação além das Vozes, o Conjunto António Mafra.

O disco foi gravado entre Abril e Maio de 2007, teve produção das Vozes da Rádio e foi gravado, misturado e masterizado por Vítor Silva no estúdio Vibe Zone. A capa - bem como todo o design do booklet -, é da autoria de Miguel Marafuz.

O lançamento do disco foi feito em Junho de 2007 por altura das festas populares.

Antes da gravação[editar | editar código-fonte]

Em 1995, tinham as Vozes da Rádio lançado o seu primeiro álbum Bruxas, Heróis e Males d'Amor, houve um encontro que definiu a realização deste disco. No Casino da Póvoa e durante a realização de um programa televisivo apresentado por Júlio Isidro, o quinteto a cappella cruzou-se com Conjunto António Mafra, que também ali estava a promover um disco novo, e logo foi feita a promessa de um dia fazerem qualquer coisa juntos.

Após a gravação e apresentação de Mulheres (2005)[2], um disco apenas com originais de Jorge Prendas e João Monge onde as Vozes também assumem o papel de instrumentistas tocando vários instrumentos, o grupo achou que deveria voltar ao mais clássico estilo a cappella fazendo desta vez um álbum de versões. Daí que muito naturalmente tenham decidido pegar na ideia já antiga de gravar êxitos do Conjunto António Mafra.

O primeiro passo foi uma ida do quinteto a cappella à sala de ensaio do Conjunto António Mafra, o famoso cantinho da rambóia na zona dos Clérigos, onde foi apresentada a ideia do disco e de envolver outros músicos da cidade. Os Mafras gostaram imenso da ideia e manifestaram grande vontade de também participarem neste disco.

O passo seguinte foi convidar todos os participantes no disco. Alguns deles sugeriram mesmo as canções que gostariam de cantar. Foi o caso de Rui Reininho com “Vinho da Clarinha” e de Sérgio Godinho com “Na barraca do Luís”.

Gravação[editar | editar código-fonte]

As gravações decorreram essencialmente de noite no estúdio de Vítor e Sérgio Silva Vibe Zone, na Maia. Pela primeira vez as Vozes da Rádio gravaram individualmente e não em bloco pois o estúdio não permitia a gravação do quinteto ao mesmo tempo. O Conjunto António Mafra, Sérgio Castro, Manuela Azevedo, Carlos Tê e Rui Reininho, Sérgio Silva e Vítor Silva gravaram neste estúdio. Newmax, Sérgio Godinho e Rui Veloso gravaram as suas participações noutros locais. O ambiente em estúdio foi sempre de grande alegria e muitas vezes começava logo pelo jantar no restaurante Novo Mundo, mesmo ao lado do local de gravação.


Composição e estilo[editar | editar código-fonte]

A música de António Mafra caracteriza-se pelo humor e pela forma sua simples e popular, duas características que estão também presentes na música das Vozes da Rádio. Daí que o processo de arranjo e até de apropriação deste repertório fosse muito fácil para o quinteto a cappella. À semelhança do que tinha acontecido com o disco Natal de 2003, também neste os arranjos foram divididos por elementos do grupo, havendo neste trabalho arranjos de Tiago Oliveira, Ricardo Fráguas e Jorge Prendas. Apesar desta divisão o disco é bastante homogéneo no que diz respeito à estrutura e abordagem vocal. A isto não será alheio o facto deste trabalho surgir numa altura de grande conhecimento vocal entre todos os elementos e após anos de actividade muito regular, por vezes intensa, que levou a esse mesmo conhecimento.


Lançamento e recepção[editar | editar código-fonte]

Não houve um lançamento oficial deste disco. As músicas naturalmente foram entrando no repertório das Vozes da Rádio tendo sido muitas delas gravadas no dvd "Radioterapia"[3] que nunca foi editado. O ponto mais alto da associação das Vozes da Rádio com o Conjunto António Mafra deu-se em Maio de 2009 quando os dois grupos se apresentaram juntos em palco num concerto que deu origem ao dvd/cd Ora Vejam Lá.[4]

Curiosidades[editar | editar código-fonte]

  • Sérgio Godinho gravou a sua parte em Lisboa com Nuno Oliveira, na altura o técnico de som das Vozes da Rádio. Rui Veloso gravou em Vale de Lobos no seu estúdio.
  • O tema “O carteiro” foi pensado para ser cantado por Carlos Polónia. No entanto no dia da gravação o cantor do Porto não pode ir ao estúdio e não havendo outra data disponível, o grupo optou por assumir o tema sozinho.
  • Após o fim do Conjunto António Mafra, sobretudo depois da morte do seu eterno vocalista Manuel Barros, foram vários que mencionaram este trabalho e o seu significado histórico para a música portuguesa.[5]
  • O tema "Sete e Pico, Oito e Coisa, Nove e Tal" conta com a participação de todos os músicos que participaram no álbum e tem ainda uma quadra que na altura foi proibida pela PIDE. Esta quadra neste disco ficou a cargo do Conjunto António Mafra.
  • O loop vocal de "Vi-te picar no ouriço" foi construído por Vítor Silva a partir de sons vocais das Vozes da Rádio.


Faixas[editar | editar código-fonte]

N.º TítuloCompositor(es)voz principal Duração
1. "Carrapito da D. Aurora"  A. Mafra. Arr:T. OliveiraJorge Prendas 2:14
2. "Aperta o cordão ó Berta"  A. Mafra. Arr:J. PrendasRui Veloso, J. Prendas 3:50
3. "Vinho da Clarinha"  A. Mafra. Arr:R. FráguasRui Reininho, A. Miguel 3:28
4. "O pato da pena preta"  A. Mafra. Arr:R. FráguasManuela Azevedo, T. Oliveira 3:30
5. "Manjerico"  A. Mafra. Arr:J. PrendasAntónio Miguel 2:01
6. "Chapéu de palha faz sombra"  A. Mafra. Arr:J. PrendasSérgio Castro, J. Prendas 3:10
7. "Na barraca do Luís"  A. Mafra. Arr:J. PrendasSérgio Godinho,R. Fráguas 3:20
8. "O carteiro"  A. Mafra. Arr:J. PrendasJorge Prendas 3:07
9. "Amores das Beiras"  A. Mafra. Arr:T. OliveiraMiguel Guedes, A. Miguel 2:28
10. "Vi-te picar no ouriço"  A. Mafra. Arr:R. FráguasNewmax, R. Fráguas 4:17
11. "Sete e pico..."  A. Mafra. Arr:J. PrendasTodos 4:35
12. "Marchinha para os Mafras"  C. Tê, J. PrendasC. António Mafra, Vozes da Rádio 3:05
13. "Ora vejam lá"  A. Mafra. Arr:VdRVozes da Rádio 3:35
Duração total:
42:26


Membros[editar | editar código-fonte]

Banda
  • Tiago Oliveira
  • Jorge Prendas
  • Rui Vilhena
  • António Miguel
  • Ricardo Fráguas


Músicos convidados e equipe técnica
  • Vítor Silva - gravação, mistura, masterização e guitarra eléctrica (Vi-te picar no ouriço)
  • Sérgio Silva - bateria (O carteiro e Ora vejam lá)
  • Rui Veloso - voz
  • Sérgio Godinho - voz
  • Manuela Azevedo - voz
  • Newmax - voz
  • Sérgio Castro - voz
  • Miguel Guedes - voz
  • Carlos Tê - voz
  • Conjunto António Mafra - vozes e instrumentos
  • Miguel Marafuz - design

Referências