Sul (Goiânia)

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Setor Sul
  Bairro do Brasil  
Rua 84, em 2023.
Rua 84, em 2023.
Rua 84, em 2023.
Localização
Unidade federativa  Goiás
Região administrativa Central
Município Goiânia
História
Criado em 1937
Características geográficas
População total 11 296 (em 2 010) hab.
Outras informações
Limites Setor Central, Setor Oeste, Setor Marista, Jardim Goiás

O Setor Sul é um bairro da cidade de Goiânia.[1]

Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgados pela prefeitura, no Censo 2010 a população do Setor Sul era de 11 296 pessoas.[2]

História[editar | editar código-fonte]

Projeto original do Setor Sul.

Foi projetado por Armando de Godoy, engenheiro formado pela Escola Politécnica do Rio de Janeiro e considerado um dos mais importantes urbanistas brasileiros da primeira metade do século XX. Godoy conferiu ao bairro traços tipicamente residenciais, concebendo-o sob forte inspiração do movimento das cidades-jardim. A sua referência mais direta foi a cidade de Radburn (EUA), projetada por Clarence Stein em 1929.[3]

O projeto do bairro foi aprovado em 1938, mas a princípio previu-se que a sua implementação se faria somente a partir de 1962. Entretanto, o Governo do Estado de Goiás iniciou a venda de lotes no bairro ainda em 1937. Em 1950, pressionado pelos proprietários e pela contínua incidência de invasões na área destinada ao futuro bairro, o Governo liberou a ocupação dos terrenos.[3]

No projeto original, quase todos os lotes possuem duas frentes, abrindo-se tanto para um cul-de-sac quanto para uma área verde. As vias que cortam as áreas verdes foram projetadas para servirem de acesso principal às residências, enquanto que os cul-de-sacs foram concebidos como ruas de serviço. Vias arteriais ligam o Sul ao Centro e aos demais bairros da cidade. No projeto de Godoy, essas vias foram concebidas como um asterisco a partir uma grande praça circular - a atual Praça do Cruzeiro.[3]

Todavia, a antecipação da permissão para construções no bairro anteriormente à conclusão da sua urbanização favoreceu bastante a descaracterização do projeto original. Por ignorarem o projeto, a maior parte dos proprietários dos terrenos terminou por construir as edificações com as frentes voltadas para os cul-de-sacs, e os fundos, para as áreas verdes. A urbanização do bairro dar-se-ia, em ritmo lento, ao longo das décadas de 50 e 60, mas negligenciaria muitos aspectos do projeto, acima de tudo as áreas verdes. Muitas de tais áreas foram legal e ilegalmente apropriadas por donos de lotes adjacentes; outras converteram-se em espaços baldios.[3]

Desde então, houve algumas tentativas de re-urbanização do bairro, a mais notável destas tendo sido o Projeto Cura, patrocinado pelo antigo Banco Nacional da Habitação (BNH). O Projeto Cura foi lançado em 1973, iniciado em 1977, e concluído em 1980 - não tendo contado com massivo apoio da comunidade local. O seu principal resultado foi a urbanização de diversas das áreas verdes do bairro, muitas das quais foram arborizadas, e equipadas com play-grounds, bancos, postes de iluminação e quadras poliesportivas. Contudo, a despeito dessa e de outras tentativas de re-estruturação, o Setor Sul permanece ainda bastante distante do ideal que orientou a sua concepção.[3]

Referências

  1. «Dois operários morrem soterrados durante trabalho em obra, em Goiânia». G1. Consultado em 23 de outubro de 2016 
  2. «3.5.1 - Estimativa - Redistribuição da população residente em Goiânia, por bairro e gênero - 2010» (PDF). Prefeitura de Goiânia. Consultado em 23 de outubro de 2016 
  3. a b c d e Mota, Juliana Costa (2014). «O Setor Sul em Goiânia: o espaço público abandonado» (PDF). Docomomo. Consultado em 22 de outubro de 2016 
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