USS New Orleans (CL-22)

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USS New Orleans
 Brasil
Nome Amazonas
Operador Marinha do Brasil
Fabricante Armstrong Mitchell
Homônimo Amazonas
Batimento de quilha 1895
Lançamento 4 de dezembro de 1898
Destino Vendido para os Estados Unidos
 Estados Unidos
Nome USS New Orleans
Operador Marinha dos Estados Unidos
Homônimo Nova Orleães
Aquisição 16 de março de 1898
Comissionamento 18 de março de 1898
Descomissionamento 16 de novembro de 1922
Número de registro
  • PG-34
  • CL-22
Destino Desmontado
Características gerais
Tipo de navio Cruzador protegido
Classe New Orleans
Deslocamento 3 497 t
Maquinário 2 motores de tripla-expansão
4 caldeiras
Comprimento 107,92 m
Boca 13,38 m
Calado 4,9 m
Propulsão 2 hélices
- 15 000 cv (11 000 kW)
Velocidade 20 nós (37 km/h)
Autonomia 4 400 milhas náuticas a 10 nós
(8 150 km a 19 km/h)
Armamento 6 canhões de 152 mm
4 canhões de 120 mm
10 canhões de 57 mm
8 canhões de 37 mm
3 metralhadoras de 7,62 mm
3 tubos de torpedo de 457 mm
Blindagem Convés: 32 a 89 mm
Escudos: 102 mm
Torre de comando: 102 mm
Tripulação 307

USS New Orleans foi um cruzador protegido operado pela Marinha dos Estados Unidos. Foi originalmente construído para a Marinha do Brasil como o Amazonas, mas seguiu carreira na outra armada. Seu batimento de quilha ocorreu em 1895 foi lançado ao mar em 4 de dezembro de 1896. Parte de uma classe que incluía o cruzador Barroso, que serviu de 1896 a 1931, o New Orleans participou da Guerra Hispano-Americana de 1898 como parte da esquadra do Comodoro (USN) George Dewey. Durante sua carreira, o navio passou por várias modificações, refletindo as mudanças tecnológicas e estratégicas da marinha dos Estados Unidos. Em 1922, encerrou sua jornada depois de uma série de comissionamentos e descomissionamentos, marcando o fim de seu serviço ativo. Em 1929, o New Orleans foi vendido para desmonte.

Características[editar | editar código-fonte]

O cruzador USS New Orleans possuía um deslocamento de 3 437 toneladas. Sua dimensões eram 108,03 metros de comprimento, 13,38 metros de boca, 7,65 metros de pontal e um calado de 4,90 metros. A blindagem na superestrutura variava de 0.75 a 4 polegadas de espessura, nas torres de artilharia das baterias principais era de 4,5 polegadas na parte frontal e duas polegadas nas laterais, e o convés variava de 1.25 a 3,5 polegadas. A propulsão deste cruzador era baseada em motores a vapor. Equipado com quatro caldeiras Scotch e dois motores Vosper Thornycroft de tríplice expansão de quatro cilindros, acoplados a dois hélices, o New Orleans gerava 15 mil hp, permitindo-lhe atingir uma velocidade de 20,5 nós. Além disso, sua eletricidade era fornecida por três geradores de 32 Kw, mais tarde substituídos por dois de 50 Kw.[1]

O raio de ação do cruzador era de 3 130 milhas náuticas à velocidade de 17 nós, ou 4 400 milhas náuticas a 10 nós. Isso permitia que a embarcação permanecesse em operação por longos períodos sem a necessidade de reabastecimento frequente. A artilharia do cruzador incluía seis canhões L/50 de seis polegadas (152 mm), quatro canhões Armstrong L/50 de 120 mm, dez canhões de 57 mm, quatro canhões de 37 mm, três metralhadoras Nordenfelt de sete mm e três tubos lança-torpedos de 18 polegadas. O New Orleans operava sob o código internacional de chamada "MB" e abrigava uma tripulação de 307 homens, incluindo 24 oficiais e 283 praças.[1]

História[editar | editar código-fonte]

O cruzador Amazonas, que ostentou esse nome em honra ao rio e ao estado brasileiro, é uma parte da história naval tanto do Brasil quanto dos Estados Unidos. Construído nos estaleiros da Armstrong, Mitchell & Co., em Elswick, Newcastle-on-Tyne, Reino Unido, teve sua quilha batida no ano de 1895 e finalmente foi lançado ao mar em 4 de dezembro de 1896. Ainda assim, foi transferido para a marinha de outro país após sua aquisição pelos Estados Unidos em 9 de março de 1898, em decorrência da Guerra Hispano-Americana e da dificuldade brasileira em honrar o pagamento. A partir desse momento, ele deixou de ser o cruzador Amazonas e passou a integrar a U.S. Navy como USS New Orleans, sob o comando do Capitão-de-Corveta (USN) Arthur P. Naxro.[1][2]

O USS New Orleans (ex-Amazonas) e o USS Albany (ex-Almirante Abreu) pertenciam à mesma classe do cruzador Barroso, que serviu entre os anos de 1896 e 1931. Em 1898 o USS New Orleans participou ativamente da Guerra Hispano-Americana como parte da esquadra do Comodoro (USN) George Dewey. Em 1903, uma série de modificações foram realizadas no USS New Orleans, incluindo a substituição dos canhões Armstrong de 4.7 polegadas (120 mm) por canhões de 5 polegadas (127 mm), bem como a substituição das metralhadoras Nordenfeldts por modelos da Colt. Além disso, os tubos de torpedo foram removidos nesse período, refletindo as mudanças tecnológicas e estratégicas que a marinha dos Estados Unidos estava passando.[1]

No ano de 1905, o navio foi descomissionado e colocado na reserva, aguardando seu próximo chamado para o serviço ativo. Em 1907, os canhões de 6 polegadas (152 mm) foram substituídos por canhões adicionais de 5 polegadas, reforçando seu armamento. Após um período de inatividade, o USS New Orleans foi recomissionado em 1909. No entanto, esse processo de descomissionamento e recomissionamento ocorreu novamente em 1912, refletindo os desafios e demandas em constante mudança enfrentados pela marinha. Ao longo de sua história, a configuração de sua bateria de 5 polegadas sofreu ajustes, passando de 10 para 8 canhões em 1913. O navio também passou a operar como um navio de treinamento da reserva em 1914.[1]

USS New Orleans em 1899

Durante o ano de 1917, mais duas peças de reparo de 5 polegadas foram removidas, sendo instalada uma de 3 polegadas (76 mm). Essa transformação evidencia a constante adaptação das embarcações militares às necessidades do momento. O ano de 1920 trouxe uma nova classificação, quando o USS New Orleans passou a ser designado como PG 34. Em 1921, essa classificação foi novamente alterada, desta vez para CL 22. No entanto, em 1922, o USS New Orleans foi descomissionado pela última vez. Em 1929, o navio teve sua baixa definitiva e, em 1930, ele foi vendido para desmanche.[1]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. a b c d e f «Cruzador Amazonas depois USS New Orleans - PG 34/CL 22 Classe Barroso/New Orleans». Navios de Guerra Brasileiros. Consultado em 21 de outubro de 2023. Cópia arquivada em 19 de outubro de 2021 
  2. Martins Filho, João Roberto (2010). A marinha brasileira na era dos encouraçados, 1895-1910: tecnologia, forças armadas e política 1a ed ed. Rio de Janeiro, RJ, Brasil: FGV Editora. p. 47. ISBN 978-85-225-0803-7 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]