Usuário(a):Bsousas/Testes

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Balanças de ouro, com a representação de uma mariposa, costumeiramente talhadas em tumbas Micenas dos séculos III a XVI a.C.

Artefacto (português europeu) ou artefato (português brasileiro), em arqueologia, é qualquer objeto feito ou modificado por um humano numa cultura arqueológica, que dê evidência da atividade e da vida do Homem. Em muitos casos, tais artefatos são recuperados anos depois da sua criação/utilização através do esforço de trabalho de arqueólogos. Do ponto de vista etnográfico e arqueológico, um artefato ancestral pode ser definido como qualquer objeto de matéria-prima natural (sílex, obsidiana, madeira, osso, cobre nativo, etc.) fabricado por pessoas que seguem um estilo de vida de forrageamento (por exemplo, caça, coleta) e/ou agricultura básica ou pastagem (por exemplo, horticultura, transumância).[1]

Exemplos de artefatos podem incluir itens tais como ferramentas de pedra, ruínas de construções, como inscrições, documentos, monumentos, e crônicas e instrumentos talhados em pedra. Também incluem cerâmica, vasos, tabuinhas de argila, objetos metálicos, como botões ou metralhadoras, e elementos de adorno pessoal, como jóias e vestuários. Outros exemplos incluem ossos, que mostram sinais de modificação humana, pedaços no coração das rochas ou outro material vegetal utilizado para a alimentação.

A busca de vestígios antigos, ou artefatos, nos antigos locais envolve muita pesquisa e a remoção de milhões de toneladas de terra.

O estudo desses objetos é uma parte importante no domínio da arqueologia. Contudo, o seu grau de representação nos grupos sociais tornou-se um assunto sobre o qual diversos arqueólogos debatem. Museus tradicionais são frequentemente criticados por exibirem um grande número de artefatos da história, mas sem qualquer informação contextual sobre os seus efeitos, sobre as pessoas que os fizeram, ou sobre como eles foram parar naquela determinada exposição.

Artefatos em osso Lapa do Santo.

Artefatos podem vir de qualquer contexto arqueológico ou fonte, tais como:

Artefatos são distintos do corpo principal do registro arqueológico, como estratificação e recursos, que são restos da atividade humana, como corações, estradas, ou depósitos que continuam a serem objetos de interesse arqueológico feitos por outros organismos, tais como sementes ou Ossos de animais.

Ferramentas/artefatos de matéria-prima animal

Os ossos humanos e animais são importantes fontes de matéria-prima na confecção de artefatos. Os artefatos provenientes de matéria faunística são frequentemente encontrados o registro arqueológico principalmente associados aos grupos caçadores coletores[2]. Compostos por tecidos duros como dentes, ossos, ovos, conchas, e ótolitos.

Esses tipos de artefato são estudados pela Zooarqueologia, com o objetivo de estudar as relações dos animais com as sociedades humanas e evidenciando a exploração desse recurso na vida cotidiana e suas relações. Mas também era comum a utilização de de ossos humanos na fabricação de artefatos associados aos costumes funerários.

De acordo com JACOBUS “O estudo dos vestígios de faunas nos permite obter conhecimento sobre subsistência, Paleocologia e processos de formação de sítios Arqueológicos.” [3]A Zooarqueologia recebe contribuições de conhecimentos de outras ciências para melhor forma de evidenciar o material ali estudo como a Paleobotânica, Tecnologia Lítica, Bioarqueologia Humana etc.

A manufatura de artefatos feitos em ossos são diversos, desde ornamentos de dentes ou ossos pendurados em colares associados principalmente a confecção de acompanhamentos funerários[4], a indumentária como o manto Tupinambá confeccionado a partir de penas de aves feitos pelos povos indígenas Tupinambás no século XVI, porém peles e outros materiais orgânicos usados na confecção do vestiário certamente não se encontram preservados no registro arqueologico. Outros artefatos tais como: furador, ponta de fecha, instrumento musical, etc.

Citam-se também objetos naturais que foram movidos, mas não alterados pelo Homem. Exemplos destes incluem objetos que teriam sido deslocados na parte interior ou seixos arredondados pela ação água que os teria moldado.

Estas distinções são frequentemente desfocadas; por exemplo, um osso removido de uma carcaça de um animal esculpido ate tornar-se um artefato. Do mesmo modo, pode haver debates sobre objetos de pedra brutos ou artefatos que podem ser naturalmente fenômenos que só parecem ter sido usados por seres humanos.

Ferramentas feitas de restos faunísticos era essencial para o cotidiano na Pré-história, tais como a sua utilização que geralmente, essa ferramenta óssea era mais aplicada na realização da caça. Esses instrumentos foram feitos de formas especificas, com ossos específicos e para usos específicos para os mais diversos fins[2] .

Segundo Mingatos e Okumura, os artefatos ósseos não são tão abundantes quantos os materiais líticos e cerâmicos na maioria dos sítios arqueológicos brasileiro, mas representa uma parte importante dos artefatos feitos em materiais perecível, como é o caso de cestarias, artefatos em couro ou em madeira. Os animais foram importantes fontes de matéria-prima para a confecção de artefatos, como por exemplo, o uso de galhadas, cornos, dentes, couro e tendões[5].

As coleções de referências de materiais ósseos são acervos encontrados em instituições científicas que servem de bases ao estudo de grupos taxômicos servindo como base comparativa em identificações. As coleções de referências de ossos são essenciais na prática de identificação dessas ferramentas provenientes de contextos arqueológicos.  A Direção-Geral do Patrimônio Cultural (DGPC), é um órgão patrimonial que protege e assegura os bens culturais de Portugal, para o usufruto de presentes e futuras gerações, conta com uma linha de laboratórios especializados: as coleções de referências Zooarqueológicas encontra-se no laboratório de Arqueociência que envolve diferentes áreas disciplinares que se completam.[6]

No Brasil os estudos são desenvolvidos no laboratório de arqueologia do IPA, atualmente as coleções são depositadas em acervos no laboratório de zooarqueologia.[7]

Uso de artefatos arqueológicos em análise[editar | editar código-fonte]

Ponta de flecha de obsidiana

Artefatos são frequentemente chamados para "análise lítica", (a análise de artefatos e ferramentas feitos com rochas, com fins arqueológicos), quando manuseados durante escavação arqueológica. Artefatos estão relacionados com o registro arqueológico por sua posição definida pelo contexto arqueológico. Isto é importante para análise e está intimamente relacionado ao trabalho pós-escavação com o uso de um Harris matriz criado durante a escavação. Uma análise de constatação é muitas vezes feita durante a escavação com a finalidade de detectar semelhanças, que é um processo de avaliação das datas de contextos ao passo que foram escavadas. É utilizada como uma forma de confirmação relativa da fase arqueológica e realçando qualquer potencial para uma maior descoberta em um determinado sitio, uma vez que avança. A análise de tipos de cerâmica foi pioneira datando do século XIX por arqueólogos como Georg Loeschcke. Além de semelhanças e apoio do processo de escavação, os artefatos ficam a disposição de uma série de aulas pós-escavação.

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. Hortolà, Policarp (2017). «From antiquities to memorabilia: a standardised terminology for ancestral artefacts according to manufacture date» (PDF). Studia Antiqua et Archaeologica (em inglês). 23 (2): 213–225 
  2. a b Guida, Victor (18 de abril de 2020). «Ossos e chifres de veados eram usados na fabricação de artefatos pelos primeiros humanos no Brasil». Arqueologia e Pré-História. Consultado em 28 de janeiro de 2023 
  3. JACOBUS, André Luiz. CONTEXTO ESPACIAL EM ZOOARQUEOLOGIA. Universidade de São Paulo; museu de Arqueologia e Etnologia são Paulo,2013.
  4. «9 - Adorno em osso - Instituto de Arqueologia Brasileira IAB». Consultado em 29 de janeiro de 2023 
  5. Mingatos, Gabriela; Okumura, Mercedes (15 de Abril de 2020). «Cervídeos como fonte de matéria-prima para produção de artefatos: Estudos de caso em três sítios arqueológicos associados a grupos caçadores-coletores do sudeste e sul do Brasil.»: 16 
  6. DIREÇÃO-GERAL DO PATRIMÔNIO CULTURAL (DGPC). 2012. Disponível em:<http://www.patrimoniocultural.gov.pt/pt/patrimonio/patrimonio-imovel/patrimonio-arqueologico/laboratorio-de-arqueociencias-larc/areas-de-atuacao/zooarqueologia/ >. acesso em: 29 de Janeiro de 2023.
  7. INSTITUTO ANCHIETANO DE PESQUISA (IAP). Disponível em: <http://www.anchietano.unisinos.br/index1.htm>. Acesso em: 29 de Janeiro de 2023.
O Commons possui uma categoria com imagens e outros ficheiros sobre Bsousas/Testes