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Estado Nacional Brasileiro ou, simplesmente, Estado Nacional, são os nomes oficiais dados ao governo do Brasil entre os anos de 1939 e 1975, durante o período da ditadura de Plínio Salgado e da Ação Integralista Brasileira.

O período se iniciou pouco antes do fim da guerra civil brasileira, quando Plínio Salgado foi aclamado pelo Congresso dos 400 com o título de Chefe da Nação, e a constituição de 1934 foi suspensa enquanto durassem os trabalhos de redação de uma nova, que seria feita à face da ideologia do "Estado Integral" e que foi, finalmente, promulgada pelo Conselho dos 40 no dia 22 de janeiro de 1939. O governo integralista foi reconhecido, em primeiro um primeiro momento, pelos países do Pacto de Aço (Alemanha, Itália e Japão), enquanto a maioria dos demais países mantinha relações apenas com o governo no exílio do Brasil, liderado por Armando de Sales Oliveira em Buenos Aires.

Quando do estouro da Segunda Guerra Mundial, o governo brasileiro, apesar das semelhanças com os governos fascistas dos países do Eixo, declarou neutralidade no conflito, buscando assim, afastar o isolamento internacional que vinha sofrendo e normalizar as relações com as potências aliadas, principalmente com os Estados Unidos, o que acabou culminando, no dia 22 de dezembro de 1944, com a declaração de Rio Claro, em que Miguel Reale, ministro das relações exteriores, condenava a "guerra promovida pela Alemanha contra a liberdade na Europa" e "apoiava a luta dos povos do mundo livre contra o nacional-socialismo". Isso acabou levando à recognição do governo, por parte da Grã-Bretanha, dos Estados Unidos e da maioria dos governos da América Latina, mas não da União Soviética, que continuava mantendo relações apenas com o governo no exílio.

Após o fim da guerra o Brasil passou por um processo que buscava amenizar a simbologia abertamente fascista. A saudação "Anauê!" foi oficialmente abolida e a milícia da Ação Integralista Brasileira foi dissolvida. Além disso, os membros mais "linha-dura" do governo passaram a ser trocados por membros das Forças Armadas e do Clero. Isso acabou levando, em 1953, à aposentadoria compulsória de Gustavo Barroso, representante da ala mais antissemita da AIB, por Miguel Reale, no cargo de Procurador do Brasil, segunda posição mais importante da república, depois da de Plínio Salgado. A sede do governo foi transferida, em 1967, para a cidade de Rio Claro, que passou a se chamar Vera Cruz.

Com a morte de Plínio Salgado no dia 8 de dezembro de 1975, o governo foi assumido pelo então procurador do Brasil, o bispo do Rio de Janeiro, Hélder Câmara, que governou por apenas 17 dias, antes da eclosão da Revolução de Copacabana, quando, no dia de natal, diversas manifestações clandestinas tomaram o país e derrubaram, na cidade do Rio de Janeiro, uma estátua de Gustavo Barroso, o que levou a um massacre que vitimou pelo menos 40 pessoas. Em razão disso o palácio do chefe da nação em Santa Cruz foi tomado por revolucionários, que mantiveram Hélder Câmara como refém e forçaram a convocação de eleições democráticas. Antes de ordenar uma resposta militar o almirante Augusto Rademaker, procurador interino, foi secretamente orientado pelo embaixador dos EUA no Brasil à não resistir, pois já estava a caminho do Rio de Janeiro uma flotilha de navios de guerra americanos para garantir uma transição pacífica de poder e afastar o suposto perigo de uma revolução comunista.

Eleições supervisionadas pela Organização das Nações Unidas e pela Organização dos Estados Americanos foram realizadas em janeiro de 1976, onde Olavo de Carvalho, líder das primeiras manifestações no Rio de Janeiro e militante do Partido Socialista clandestino foi eleito presidente da república e presidiu sobre o período de transição democrática que redigiu a constituição de 1980. O partido comunista foi legalizado em 1979 e, naquele ano, o exílio de Luís Carlos Prestes foi revogado. Em 1982 os ex-líderes do estado nacional foram julgados por crimes contra a humanidade em tribunal civil. Miguel Reale e Augusto Rademaker foram condenados à prisão perpétua enquanto outros membros do regime enfrentaram penas que variavam de 3 à 45 anos de prisão.