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Os girondinos em uma xilogravura do ano de 1845
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Somos alunos do curso de História da Universidade Federal de São Paulo. Essa página teste faz parte de um trabalho semestral da aula de História Moderna 2, ministrada pelos docentes: Luís Filipe Silvério Lima e Maximiliano Mac Menz.

Girondinos[editar | editar código-fonte]

Girondino
La Gironde
Líder Marquês de Condorcet
Jean-Marie Roland
Jacques Pierre Brissot
Pierre Victurnien Vergniaud
Fundação 16 de novembro de 1791
Dissolução 24 de outubro de 1793
Sede Palácio das Tulherias, Paris
Ideologia Liberalismo[1]
Abolicionismo[2]
Federalismo[1]
Republicanismo
Constitucionalismo (minoria)[3]
Espectro político Centro
Religião Secularismo
Publicação Patriote français
Le Courrier de Provence
La chronique de Paris
País França França
Política da França

Partidos políticos

Eleições

Origens[editar | editar código-fonte]

Jacques Pierre Brissot (1754-1793)

Girondino é uma expressão usada para designar um grupo de políticos republicanos pertencentes ao Terceiro Estado (do francês Girondin, visto que grande parte do partido fora formado por deputados do departamento francês de Gironda) que ganhou visibilidade dentro da Assembleia Legislativa, a partir de 1791, em decorrência do início da Revolução Francesa.[4]

Inicialmente eram denominados de brissotinos, por associação ao líder Jacques-Pierre Brissot, tendo como os principais membros Pierre-Victurnien Vergniaud, Marguerite-Élie Guadet, Manon Roland, Marquês de Condorcet. [5]

Os girondinos pertenciam, em grande parte, à burguesia provinciana, relacionado geralmente aos interesses da alta burguesia e, portanto, não havia o interesse, como o das grandes massas, de radicalização, e com isso, a priori, eram contra a decapitação do rei Luís XVI, ao contrário do principal grupo opositor, os jacobinos, que tinham como líderes centrais Robespierre e Danton,[6] os mesmos exigiam uma mudança radical na estrutura social, a implementação da república e almejavam a decapitação do rei em nome da salvação pública e da revolução.[7]

Sua composição era, na maioria, formada por advogados, intelectuais e jornalistas, bem como empresários, comerciantes e financistas.[8] Sua posição política fora marcada por interesses da alta burguesia, como sua política internacional belicosa, entretanto, era mais conservadora na política interna pois se acomodavam com a nobreza, a fim de tentar salvar a vida do rei e combater os revolucionários mais radicais.

Ascensão[editar | editar código-fonte]

A partir do início da Revolução Francesa, em 1789, a França começa a vivenciar transformações importantes no seu cenário político, social e econômico. Neste mesmo ano, após o desabrochar da revolução, é declarada a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, que trouxe aos indivíduos do período, novos valores que até então eram inibidos pelo Antigo Regime, como liberdade, igualdade e segurança. Do início da Revolução até 1791 é criada, pela Assembleia Nacional Constituinte, uma nova constituição destinada a reger a França com novos ideais[9]. Ainda em 1791 é criada a nova Assembleia Legislativa, que intencionava encerrar a revolução.[10] É importante ressaltar que, tanto os girondinos quanto os jacobinos buscavam um novo regime político, cada qual com suas reivindicações, mas desta vez, diferente do absolutismo que esteve presente na França nos anos anteriores à revolução. Dessa forma, no dia 10 de agosto de 1792 é votado, na Assembleia, a suspensão do rei Luís XVI de suas funções, uma nova Convenção Nacional é convocada para reger o país.[11] Devido às crises internas e as ameaças externas decorrentes do período revolucionário, aConvenção Nacional é eleita e a partir de 1792 inicia-se o governo dos Girondinos, foi responsável por promulgar, já no primórdio de sua gestão, a nova Constituição de 1792 e proclamar à República.[12] É interessante destacar que quando se diz, na contemporaneidade, termos como “direita”, “esquerda” e “centro”, estes referem-se aos grupos que surgiram neste período,[13] como os Girondinos, Jacobinos e Planície, respectivamente, presentes nas assembleias. Com a direção inicial por parte dos Girondinos, a Convenção Nacional mantinha uma política externa e internamente divergentes. Sua posição externa tinha um ideal revolucionário, uma vez que buscava combater os países ainda absolutistas da Europa, entretanto, mantinha uma atitude conservadora dentro da França, considerando sua defesa ao Rei Luís XVI e sua busca ao combate dos revolucionários mais radicais.[14]

A última cavalgada dos Girondinos, Karl Theodor von Piloty (1880)

Queda[editar | editar código-fonte]

O processo de queda dos girondinos, fora marcado por uma série de fatores e decisões, que com o passar do tempo, trouxeram sua derrocada iminente. Tal processo que começou de dentro do partido, fora evidenciado pela divisão interna entre os girondinos, pois, de um lado haviam os que não queriam manter seu apoio a Luís XVI e com isso, o guilhotinamento do rei, e do outro lado, os que temiam perder os privilégios elitistas e não concordavam com a morte do monarca.[15] Essa divergência acerca do destino do governo, faz com que seus opositores acusassem o grupo da gironda de conspiração com o rei, e até julgam-nos serem contra revolucionários. Essa falta de união interna eclode em acusações e desconfianças que abalam internamente o grupo político.

Sua política internacional belicosa tornou-se outro fator no processo de queda dos girondinos. Sua posição de que a França deveria expandir para outros territórios da Europa, e mostrar os princípios da revolução e a superação do Antigo Regime, traz a guerra de expansão como um dos objetivos do governo, causando medo nos monarcas europeus das expansões dos ideais revolucionários.[16] Assim começam várias anexações de países vizinhos como a Áustria e, em 1793, a França se encontra em guerra com grande parte da Europa.[17] A execução do Rei intensifica tais guerras, porém, na primavera de 1793, os franceses perdem o território da Bélgica e da Renânia,[18] e com a derrota do exército girondino, seu declínio começa a ficar cada vez mais evidente.

Contudo, é a traição do principal general girondino, o general Dumouriez, que acelera o processo de queda da gironda. A proximidade do general com o rei Luís XVI sempre foi alvo de preocupação e ressentimento dos girondinos, já atacados pelos montanheses com discursos de que a gironda era aliada do rei e contra a destituição de seus poderes. Quando Luís XVI é preso, o general começa a pedir apoio de amigos próximos, também parte do partido girondino, para ajudar a salvar o rei. Porém, a traição de Dumouriez só fica clara quando ele traça um plano antirrevolucionário com o objetivo de invadir a França, com a ajuda dos austríacos, e fazer valer novamente a Constituição de 1791. O plano falha quando entre 25 de abril e 05 de maio de 1793 Dumouriez tenta invadir o norte da França.[19] A atitude e a intenção foram suficientes para que os girondinos fossem acusados de apoiadores da monarquia, e, além disso, vistos como traidores por grande parte da população francesa.

Em 2 de junho de 1793, 80 mil cidadãos e homens da Guarda Nacional cercam com canhões a Convenção Nacional, exigindo a prisão dos girondinos, numa insurreição convocada pelos jacobinos. Os girondinos já não possuíam mais forças para uma reação, com tantas acusações e perdas, dessa forma a Convenção Nacional não vê outra saída a não ser a expulsão de 29 deputados e 2 ministros girondinos. Entretanto, os girondinos não aceitam sua expulsão quietamente, e entre os dias 6 e 19 de junho fazem um protesto contra a decisão da Convenção Nacional. O protesto é falho e muitos líderes girondinos fogem do país, os que não conseguem fugir são presos e condenados à guilhotina.

Consequências[editar | editar código-fonte]

O resultado de tantas turbulências do governo girondino, fez com que os conflitos entre os montanheses (jacobinos burgueses) e sans-culottes determinassem o fim do regime girondino e a ascensão do modelo de democracia que os sans-cullotes desejavam[20]. Sua queda fora interpretada de inúmeras formas, mas como herança da revolução, a queda dos girondinos marca a ascensão no poder do grupo dos jacobinos, e a queda daqueles que estavam ligados a alta classe econômica naquela época.

Dessa forma, os Girondinos falharam em seu objetivo, uma vez que não conseguiram estabelecer a paz e a ordem durante a revolução. A falta de unanimidade entre os girondinos, quando o Rei Luís XIV foi preso,[21] sua postura conservadora na política interna, passíveis a uma acomodação da nobreza, mas externamente buscando combater os países absolutistas,[22] além de que não possuíam experiência prática no âmbito revolucionário e seus conhecimentos advindos de livros não foi o suficiente para resistir aos opositores revolucionários Jacobinos, fizeram com que sua queda fosse iminente, e, portanto, a saída do poder no governo do país deixou mais uma marca no processo revolucionário francês.

O resultado da queda do governo evidenciou uma nova etapa no processo revolucionário, e com o apoio dos sans-culottes e da Comuna de Paris, os “montanheses” assumiram o poder no momento crítico da Revolução[23].  Não houve dizimação dos girondinos, nem de seus ideais, mas momentaneamente foram entendidos como tendo traído a causa da verdade em prol do ganho privado [24] entretanto o período posterior de seu governo, ficou conhecida como período do Terror, denominado pelos jacobinos como República Revolucionária , parte mais sangrenta do processo da Revolução Francesa.[25]

A partida dos Girondinos para a província, de Pierre-Eugene Lacoste(1848)

Referências[editar | editar código-fonte]

  1. a b «Girondin». Encyclopædia Britannica 
  2. David Barry Gaspar; David Patrick Geggus (1997). A Turbulent Time: The French Revolution and the Greater Caribbean. [S.l.]: Indiana University Press. 262 páginas 
  3. Prachi Mital (2012). «Essay on the Ideological Differences between the Girondists and the Jacobins». Preserve Articles 
  4. VOVELLE, 2012, p.32-32
  5. VOVELLE, 2012 p.33
  6. VOVELLE, 2012 p.38-39
  7. VOVELLE, 2012 p.39
  8. Enciclopédia Britânica
  9. VOVELLE, 2012, p.25
  10. VOVELLE, 2012, p.32
  11. VOVELLE, 2012, p.35
  12. COGIOLLA, 2013, pg.300
  13. COGIOLLA, 2013, pg.302
  14. COGIOLLA, 2013, pg. 302
  15. COGGIOLA, 2013, p. 302
  16. VOVELLE, 2012
  17. HOBSBAWN, 2016, p.118
  18. VOVELLE, 2012, p.40
  19. BRACE, 1951, p.506 e p.507
  20. VOVELLE, 2012, p.43 e p.44
  21. COGIOLLA, 2013, p.302
  22. MITAL, Short Essay on the Role of Girondists in the French Revolution
  23. COGIOLLA, 2013, p.303
  24. HIGGONET, The Social and Cultural Antecedents of Revolutionary Discontinuity: Montagnards and Girondins
  25. VOVELLE, 2012

Bibliografia[editar | editar código-fonte]