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Usuário(a):Hugo Broslin/Testes

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Tiago Novaes
Nascimento 1979 (45 anos)
São Paulo,  Brasil
Género literário Romance, conto
Movimento literário Pós-modernismo

Tiago Novaes (Avaré, 11 de abril de 1979) é um escritor, tradutor e professor de Escrita Criativa brasileiro.

Formado em Psicologia pelo Instituto de Psicologia da USP, Tiago Novaes publicou o seu primeiro romance durante o período do Mestrado na mesma universidade. Subitamente: agora (2004) foi editado pela carioca 7letras, e consiste em uma antologia de 20 pequenos contos que narram situações cotidianas da cidade de São Paulo. Na época, Novaes vivia no Edifício Copan. Ali se encontram já um desassossego e um interesse pela fotografia e pela formação de novas subjetividades urbanas.

O romance seguinte, Estado Vegetativo (Callis, 2007), obteve uma bolsa de criação literária da Secretaria da Cultura de São Paulo e foi finalista da primeira edição do Prêmio São Paulo de Literatura. O romance policial protagonizado pelo detetive Guedes foi amplamente coberto pela imprensa. Entrevistado por Jô Soares, Tiago declarou seu desconcerto perante uma literatura bem comportada, de artifícios fáceis.

O terceiro livro, Documentário (Funarte, 2012) aponta uma transição. A esta altura, Novaes já havia abandonado a profissão como psicanalista e partido para o trabalho de tradutor e produtor cultural. E se a cidade de São Paulo são a marca das duas primeiras obras, nesta não existem índices geográficos aparentes além do consultório psicanalítico e de um caderno, que constitui a primeira obra. O romance, publicado ao lado de um documentário (intitulado Herança) traça uma espécie de neurose do autor e uma crítica aguda ao meio cultural e literário brasileiro, marcado pelo histrionismo e pela endogamia. O autor não se enquadra nem nos autores graves, intelectuais afrancesados, nem nos chamados agudos, profissionais dispostos a vender a alma para obter um reconhecimento rápido.

Se os dois primeiros romances foram bem acolhidos pela crítica e público, este terceiro recebeu da imprensa um significativo silêncio. Apesar de ter sido duplamente premiado pela Funarte, que lhe concedeu uma bolsa de criação e a possibilidade de editar a obra pelo selo da instituição, a obra, que levou cinco anos para ser realizada e que abordava questões delicadas sobre o silêncio e o trauma do ambiente familiar, foi uma das menos comentadas e circularam pouco.

No final do ano de 2013, Novaes publicou a sua quarta obra, Tertúlia: o autor como leitor. Trata-se de uma homenagem ao ofício literário, apresentando obras de autores consagrados conversando sobre seus livros de referência. Publicado pelo Sesc Edições, a antologia foi um resultado derivado de seu trabalho como produtor cultural. Desde 2005, o autor organizou encontros com autores clássicos, em lugares como a Livraria da Vila (São Paulo), e unidades do Sesc. Segundo o prefácio que escreveu, o autor obteve, no contato com mais de quarenta autores convidados - e que falavam sobre outros quarenta - uma formação em Letras de que necessitava. O livro foi finalista do Prêmio Jabuti 2014 em Teoria Literária. A série Tertúlia foi também um modo de deter a agenda cultural paulista. Em um tempo onde a literatura se converte em espetáculo e é pautada pelos ditames do mercado, haveria a necessidade de um encontro que retornasse às páginas dos livros e deixasse a figura do autor em segundo plano. O quinto livro, e terceiro romance, Os amantes da fronteira (Dobra, 2014), retoma formas narrativas convencionais, coincidindo com a entrada do autor no doutorado, no mesmo instituto de Psicologia da USP. Estudando as poéticas do exílio na virada do século, Novaes passa de uma reflexão sobre o estranho inerente à família para analisar, pelo viés da prosa, o estrangeiro radical. O autor obteve uma segunda bolsa Proac com a execução do livro, e foi finalista do Oceanos-Prêmio de Literatura em Língua Portuguesa em 2015. O livro, primeira parte de uma trilogia do estrangeiro, é um mapa afetivo do mundo pelo tatear da língua portuguesa. Seria preciso voltar-se para o mundo, não mais para ser aceito por ele, mas para o compreender e compreender a terra natal do ponto de vista da experiência estranha mais radical. Transcorrido na Tailândia, o romancista converteu-se em viajante e correspondente internacional freelancer. Publicou para periódicos como Folha de S.Paulo, Estadão e BBC-Brasil. Ao mesmo tempo, traduzia uma biografia da artista da performance Marina Abramovic e organizava uma nova edição do Tertúlia, desta vez com roteiristas como Bráulio Mantovani e Pablo Trapero. Após seis meses de experiência asiática e mais três meses escrevendo o romance em Berlim, Novaes retornou ao Brasil, publicou a obra e intensificou sua carreira como professor de Escrita criativa. Atualmente, dá aulas em instituições como Casa das Rosas, Instituto Vera Cruz e Sesc-SP. Inaugurou também um portal online de escrita criativa. Obteve uma outra bolsa Proac para a execução de seu segundo romance da trilogia, cujo nome provisório é Dionísio em Berlim.

Categoria:Escritores do Brasil