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O Espiritismo é definido na essência como uma doutrina baseada na crença da Imortalidade da Alma Humana e na possibilidade das pessoas falecidas (segundo a Doutrina Espírita, Espíritos sem corpo material) comunicarem com os vivos (segundo a Doutrina Espírita, Espíritos com corpo material) por intermédio de pessoas com o dom de mediúncidade.

O termo Espiritismo é também utilizado por várias religiões para designar outras crenças e práticas que - apesar de não terem a mesma origem da Doutrina Espírita conforme codificada por Allan Kardec - buscam a comunicação com o Mundo dos Espíritos. As religiões afro-brasileiras são muitas vezes chamadas de religiões espíritas, categorização que não é considerada correcta segundo a Doutrina Espírita.

O Espiritismo, de um modo geral, caracteriza-se nos seguintes pontos:

  • na Unicidade de Deus, rejeitam o dogma da Santíssima Trindade;
  • na Imortalidade da Alma Humana (segundo a Doutrina Espírita, na Imortalidade do Espírito);
  • na Reencarnação, como mecanismo natural de aperfeiçoamento dos Espíritos;
  • na possibilidade de comunicação entre os Espíritos com corpo material ("vivos") e os Espíritos sem corpo material ("mortos") através da mediúnidade;

Espiritismo e as Práticas Mediúnicas[editar | editar código-fonte]

A prática mediúnica (vulgarmente vertido por Espiritismo) é um fenómeno que remota às origens da Humanidade. Segundo a Bíblia, a narração da tentação de Eva pela "serpente", foi a primeira sessão mediúnica. (Génesis 3:1-5) A mediúnicidade está presente, de forma mais ou menos explícita, em todas as culturas ao redor da Terra.

Espiritismo, deriva da palavra latina para espírito, spiritu. Neste contexto, o Espiritismo designa genericamente todas as formas de contacto com o Mundo dos Espíritos. Para considerações sobre a sua identidade, veja o artigo Espíritos. No grego bíblico, o termo usado para Espiritismo deriva da palavra farmakía, que significa "drogaria". Tem o sentido de "drogueadores", visto que os feiticeiros faziam - alguns ainda fazem - uso de drogas com objectivo de aceder ao Mundo dos Espíritos, bem como para fazer remédios.

O Espiritismo Moderno também conhecido por Espiritismo kardecista, é uma proposta de filosofia de vida inspirada em valores cristãos - nascida em meados do Século XIX. O interesse dos investigadores por tais fenómenos aumentou após o sucesso das pesquisas realizadas nos EUA, em torno das irmãs Fox. Começou assim uma investigação científica dos fenómenos mediúnicos (clarividência, psicoquinesia, levitação, telepatia, radiestesia, rabdomância, psicografia, arte mediúnica, círugia espiritual, incorporação, ...).

O pedagogo francês Prof. Hippolyte Rivail se propôs a estudar os fenómenos mediúnicos. A Doutrina Espírita conforme revelada pelos Espíritos, foi codificada pelo Prof. Rivail (que adoptou o pseudónimo Allan Kardec por indicação dos Espíritos). Muitos confundem a Doutrina Espírita conforme codificada por Allan Kardec, com as crenças e rituais das religiões afro-brasileiras.

Segundo a Doutrina Espírita, o termo Espiritismo surje como um neologismo criado por Allan Kardec, utilizado pela primeira vez na introdução do O Livro dos Espíritos (1857), para diferenciar do termo Espiritualismo, este conceito bem mais genérico e que remete a tudo o que se contrapõe ao materialismo.

Espiritismo e o Cristianismo[editar | editar código-fonte]

Os espíritas ou espiritistas, na sua maioria, afirmam-se ser cristãos, e atribuem ao Espiritismo o carácter de uma doutrina cristã. Entretanto, essa associação entre Espiritismo e o Cristianismo é contestada pelas religiões de matriz judaico cristãs. Por sua vez, as igrejas cristãs consideram que embora partilhem dos valores cristãos, deixando de fora as questões bíblicas e teológicas, não é fundamento para que seja considerada "cristã".

Os espíritas fundamentam sua defesa do carácter cristão da Doutrina Espírita no facto de Allan Kardec, em seus diálogos com os Espíritos, ter concluído que as normas de moral cristã, isenta dos Dogmas de Fé a ela associados, seria o que de mais próximo a um código de ética Divino e racional o homem possuí. Além disso, em resposta à pergunta 625 do O Livro dos Espíritos, Kardec afirma que Jesus - um Espírito Perfeito - é o maior exemplo moral de que dispõe a humanidade.

Um estudioso da religiosidade brasileira, o Prof. António Flávio Pierucci, do Departamento de Sociologia da Universidade de São Paulo, procura demonstrar que o Espiritismo não é uma religião cristã. Este afirma que os espíritas utilizam o Cristianismo para se legitimarem. Pierucci defende também que o vínculo com a Igreja Católica defendido pelos espíritas serviu, durante décadas, para lutar contra a discriminação e a intolerância. Em seu livro O Desencantamento do MundoTodos os Passos do Conceito, afirma que "o Espiritismo faz força para não parecer uma religião exótica". (São Paulo, Editora 34, 2003)

Sobre a Condenação Bíblica[editar | editar código-fonte]

Segundo a Lei dada a Moisés no Antigo Testamento, entendem as igrejas cristãs, interditou-se claramente ao Antigo Israel a consulta ao mundo dos espíritos e o exercício de poderes sobrenaturais por eles concedidos: "não haverá no meio de ti ninguém que faça passar pelo fogo seu filho ou sua filha, que interrogue os oráculos, pratique adivinhação, magia, encantamentos, enfeitiçamentos, recorra à adivinhação ou consulte os mortos". (Deutornóminos 18:10-14) É condenada todas as formas de adivinhação, o uso de artes mágicas - seja, magia branca ou magia negra - e a consulta dos espíritos dos "mortos" (ou necromancia). Esta proibição é confirmada no Novo Testamento. Nos Evangelhos e no livro de Atos, estes "Espíritos" são qualificados de "impuros" e "íniquos". O apóstolo Paulo menciona claramente que aqueles praticam Espiritismo "não herdarão o Reino de Deus". (Gálatas 5:20)

A posição das Religiões Cristãs[editar | editar código-fonte]

A posição oficial da Igreja Católica proíbe terminantemente os seus fiéis assistir a sessões mediúnicas realizadas ou não com auxílio de médiuns espíritas - mesmo que estes pareçam ser honestos ou piedosos - quer interrogando os Espíritos e ouvindo suas respostas, quer assistindo por mera curiosidade. Posição similar tem as demais religiões cristãs.

A Igreja Católica não exclui a possibilidade física de comunicação com entidades espirituais. Em pesquisas recentes, sob a tutela do Papa João Paulo II, o Padre François Brune, publicou no livro Os Mortos nos Falam, confirma a realidade das comunicações com o Mundo dos Espíritos. Apesar disso, principalmente no Brasil, é possível observar uma maior tolerância por parte de muitos leigos católicos às práticas mediúnicas. Tanto os adeptos do movimento espírita como das religões cristãs ganham muito mais quando procuram pontos comuns para o diálogo e o respeito pelos diferentes pontos de vista, e em vez, de se confrontarem.

Fenómenos Espíritas e a Ciência[editar | editar código-fonte]

A investigação dos factos e causas do fenómeno mediúnico é objecto de estudo pela pesquisa psíquica, ramo da parapsicologia, seu primeiro interesse é estabelecer a ocorrência dos aludidos factos, e também da Doutrina Espírita, que utiliza uma metodologia científica própria.

Espiritismo, na definição dada por Kardec, é uma ciência de observação com consequências filosóficas e morais. De acordo com isso, Kardec teria fundado uma nova ciência chamada de "Espiritismo", que tem por objectivo a "comunicação entre os Espíritos desencarnados com os Espíritos encarnados". Na Revista Espírita, que publicou até sua morte, analisa vários outros casos vindos de várias partes do mundo, procurando separar o que poderia ser cientificamente comprovado, diferenciando do charlatanismo e de simples manifestações de leis naturais.

Espiritismo e a História da Sociedade[editar | editar código-fonte]

As principais religiões institucionalizadas da Sociedade Oriental - como em algumas da Sociedade Ocidental - reservaram sempre um lugar importante as almas (segundo Doutrina Espírita, Espíritos sem corpo material) dos seus ente-queridos falecidos - o Culto dos Antepassados, venerando-os ou rendendo-lhes cultos utilizando diversos rituais.

Na Grécia Antiga, acreditava que os espíritos dos mortos habitavam o Hades (o mundo dos mortos), e era possível entrar em contacto com eles. Na ''Odisseia'' de Homero, o herói chega ao Hades e realiza um ritual segundo indicações da feiticeira Circe. Deste modo, Ulisses logra falar com o espírito de sua mãe e dos seus companheiros que haviam soçobrado em Troia.

Na Idade Média, acreditava-se que os espíritos regressavam ao Mundo dos Vivos em certas ocasiões. Criaram-se superstições e amuletos para obter protecção. Nesta altura, multiplicaram-se os relatos de aparições de espíritos (vulgarmente chamados de fantasmas) e de assombrações de edifícios e locais, e de casos de possessão espírita e da necesssidade de exorcismos. Em Hamlet, o dramaturgo inglês William Shakespeare apresenta o fantasma do rei assassinado demandando vingança ao protagonista, seu filho. Este tipo de aparição estava registada em muitos relatos anteriores à época de Shakespeare, embora não se conste que houvesse uma prática mediúnica para facilitar a comunicação com os "mortos".

Os xamãs dos povos "primitivos" da Ásia e Oceânia, também afirmam ter esse dom. Na população nativa americana, só o xamã (feiticeiro) tinha o poder de comunicar com os deuses e espíritos, fazendo a mediação - médium - entre eles e os comuns mortais. A principal função do xamã era a de assegurar a ajuda do Mundo dos Espíritos, incluindo o Espírito Supremo, para benefício da comunidade. Tal como os xamãs, os curandeiros na América Latina, são capazes de aceder ao Mundo dos Espíritos. A actuação a este nível, envolve não só o uso de orações, mas também a consulta de Guias Espirituais ou Espíritos Superiores.

Ligações Externas[editar | editar código-fonte]