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Retrato de Giambattista Vico pintado por Francesco Solimena no século XVIII.

Giambattista Vico (Nápoles, 23 de junho de 1668 — Nápoles, 23 de janeiro de 1744) foi um filósofo, retórico, historiador, poeta e jurista italiano. É notável, em Vico, suas influencias múltiplas, contando com nomes diversos como Aristóteles, Platão, Bacon, Grócio, Tácito, Cícero, entre outros[1]. Ele é frequentemente lembrado pelas suas contribuições às mais diversas áreas das Humanidades. Para alguns autores, como Isaiah Berlin, Vico inclusive contribuiu para a distinção das Ciências humanas em contrapartida das Ciências naturais[2]. Sua filosofia também é reconhecida pelos pressupostos anticartesianos. Entre os nomes que foram influenciados pela filosofia viquiana, podemos citar Thomas Arnold, Karl Marx, Wilhelm Dilthey, Ernst Cassirer, Erich Auerbach, Joseph Schumpeter, Jules Michelet, Benedetto Croce, R. G. Collingwood e James Joyce.[3]

Vida e obra[editar | editar código-fonte]

Giambattista Vico nasceu na cidade de Nápoles em 23 de junho de 1668, o sexto filho do livreiro Antonio de Vico e de Candida Masullo. Em 1675, cai e sofre um grave acidente no crânio, o que o deixa em convalescença durante três anos. Logo após, em 1678, ingressa na escola de gramática, onde demonstrava inclinação para o estudo solitário, já que avançou algumas classes pela dedicação aos estudos.[4] Durante o ano de 1680 estudou na escola jesuíta, o Colégio Massimo, na Gesù Vecchio, em Nápoles, onde foi orientado por Antonio Del Balzo, filósofo nominalista. A educação que recebeu desses clérigos retomava a tradição italiana dos últimos séculos, desde a filosofia escolástica até a retórica barroca.[4] Até 1684 alternou entre o estudo solitário e o estudo no Colégio Massimo, durante esse período dedicou-se especialmente à alguns nomes, como Manuel Álvares, Pedro Hispano, Duns Scot, e o metafísico jesuíta Francisco Suárez.[4] Como era costume naquela época em Nápoles, estuda direito civil e canônico, amplamente discutido em bases romanas. Em 1686, é convidado a ser instrutor dos filhos de Domenico Rocca, em Vatolla, onde passa os nove anos seguintes, apesar de sempre transitar entre essa cidade e Nápoles, e jamais abandonar a vida intelectual desta última.[5]

Em 1689 ingressa no curso de Jurisprudência na Universidade de Nápoles, enquanto mantinha seu emprego em Vatolla. Ao longo desses anos, estudou não só filosofia e direito, mas, principalmente, poesia. Entre os nomes que cita em sua Autobiografia (ano) estão Virgílio, Petrarca, Dante, Bocaccio, Horácio, Cícero, entre outros.[6] Também nessa época, era comum os estudos epicuristas e estoicos, Vico rejeitou ambas as morais acusando-as de serem "solitárias"; apesar de que, para Peter Burke (1997), o poema Emoções de um desesperado (1682) de Vico representaria uma fase claramente epicurista, pelo cunho pessimista de lamento.[7][8]

No final do século XVII, Nápoles foi um dos palcos da Querela dos Antigos e Modernos, que consistia no debate a respeito de qual método seria melhor, o ortodoxo, dos Antigos, ou o heterodoxo, dos Modernos. Em Nápoles, essa discussão pendeu mais para uma amálgama entre os dois modelos filosóficos do que uma escolha anteposta[9]. O grupo dos Investigadores, com o qual Vico teve contato, era composto por nomes como Tommaso Cornelio, Leonardo di Capua e Francesco D'Andrea, os quais discutiam não só a "nova filosofia" de Galileu, Bacon e Descartes, mas também retomavam os estudos do Renascimento e da tradição neoplatônica.[10] Na maior parte da obra de Vico é notável essa influência, como no texto Sobre o Método de Estudos de Nossos Tempos (1708), onde ele faz uma comparação entre o aprendizado clássico e moderno e tenta mostrar o que se pode aprender om os dois. Vico também chega a falar de quatro autores que marcaram consideravelmente sua trajetória intelectual: dois antigos, Platão e Tácito, e dois modernos, Bacon e Grócio.[11]

Referências

  1. Burke 1997, p. 26-37.
  2. Berlin 1982.
  3. Burke 1997, p. 16-21.
  4. a b c Burke 1997, p. 24.
  5. Burke 1997, p. 25.
  6. Vico 2017, p. 70-75.
  7. Burke 1997, p. 28.
  8. Vico 2017, p. 75.
  9. Burke 1997, p. 25-26.
  10. Burke 1997, p. 26.
  11. Burke 1997, p. 32.

História Ambiental[editar | editar código-fonte]

A História Ambiental é um campo da historiografia que busca estudar a relação da humanidade com a natureza ao longo do tempo. Isso implica em observar o impacto que as sociedades tiveram na natureza, e também como as condições naturais impactaram no desenvolvimento dos humanos. Apesar do mundo natural ser uma preocupação na historiografia desde pelo menos os Annales, foi nos anos 1970 que essa área ganhou sua autonomia frente as outras áreas da historiografia.

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

Livros[editar | editar código-fonte]

  • Berlin, Isaiah (1982). Vico e Herder. Brasília: Editora Universidade de Brasília. ISBN 9781591023760 
  • Burke, Peter (1997). Vico. São Paulo: Editora da UNESP. ISBN 978-8571391499 
  • Vico, Giambattista (2017). Vida escrita por si mesmo [1728]. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian. ISBN 978-972-31-1594-9