Usuário(a):Pietraebt/Testes

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Como ler uma infocaixa de taxonomiaGracilinanus microtarsus[1]

Estado de conservação
Espécie pouco preocupante
Pouco preocupante (IUCN 3.1) [2]
Classificação científica
Reino: Animalia
Filo: Chordata
Classe: Mammalia
Infraclasse: Marsupialia
Ordem: Didelphimorphia
Família: Didelphidae
Subfamília: Didelphinae
Género: Gracilinanus
Espécie: G. microtarsus
Nome binomial
Gracilinanus microtarsus
(Wagner, 1842)
Distribuição geográfica

Gracilinanus microtarsus[editar | editar código-fonte]

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Gracilinanus microtarsus é uma espécie de marsupial da família Didelphidae. Pode ser encontrada no Brasil e na Argentina (Missiones).[2] Sendo considerada de baixo risco de extinção. [3] Popularmente conhecida como catita, guaiquica ou cuíca. Incluia o táxon guahybae como subespécie,[1] mas este foi elevado a espécie distinta no gênero Cryptonanus. Este mamífero é natural nos biomas Mata Atlântica e Cerrado. Nos estados de Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Paraná, Santa Catarina e norte do Rio Grande do Sul. São animais solitários e noturnos, passam o dia descansando em troncos ocos de árvores. Quando estão em período de atividade, frequentemente forrageiam o solo, andando a passos curtos e rápidos para evitar predadores, tais como a jaguatirica, os gatos-do-mato, guaraxains, lobos-guará e gaviões. a cuíca tem grande tolerância á modificação de hábitat. [4] São de baixo risco de extinção devido a alta adaptação em diferentes hábitats.

Aspectos físicos[editar | editar código-fonte]

São marsupiais pequenos e sem bolsa como outros desse gênero, o seu pêlo é uniformemente de um tom castanho-avermelhado no dorso e no restante do corpo é castanho-claro. Em comparação com outras espécies do gênero Gracilinanus, sua pelagem é mais avermelhada. O rosto desses animais é mais claro que o restante do corpo, com um anel escuro em torno dos olhos, que vai de encontro ao nariz. Como são adaptados para viver nas árvores, seus dedos dos pés são longos para auxiliar no equilíbrio e locomoção.

Assim como tem uma cauda longa e preênsil, seu comprimento pode chegar a 130mm, representando mais da metade do comprimento do corpo todo, que varia em torno de 230mm. Suas patas traseiras são grandes, com 15mm. É uma espécie pequena e sexualmente dimórfica. As fêmeas pesam cerca de 20 a 30 gramas e os machos de 30 a 45 gramas, os machos crescem mais rápido que as fêmeas. Em relação ao resto do corpo, suas caudas, olhos e orelhas são desproporcionais. [5]

Hábitat e distribuição[editar | editar código-fonte]

O Gracilinanus microtarsus é encontrado em ecossistemas sazonais de planícies e pré-montes. Esta espécie prefere florestas tropicais da costa atlântica e florestas sempre-verdes decíduas, em áreas de chuva moderada a alta, mas também já foram encontrados em plantações de eucalipto. Tais animais também podem ser encontrados em hábitats de Cerrado, que são caracterizados como Savanas tropicais. Eles são "generalistas do hábitat", ou seja, capazes de sobreviver em hábitats fragmentados e ambientes humanos perturbados. São animais arbóreos e frequentemente vistos em galhos de árvores trepadeiras, embora se alimentem no solo. Eles podem usar também, o santuário de árvores internos abandonados, assim como caixas de bambu para local de descanso.[6]

Reprodução:[editar | editar código-fonte]

Os membros dessa espécie participam de um sistema poligínico de acasalamento semelhante a outros didelfídeos. A extrema competição existente entre machos por uma fêmea reprodutora causa grande estresse pra essa espécie. Assim, muitos são considerados parcialmente semélparos, porque muitos machos morrem logo após a criação. É considerada parcial pois a cada ano alguns exemplares de machos sobrevivem a uma segunda ou até terceira estação reprodutora.

  • Sistema de acasalamento poliginoso: começam a acasalar com 1 ano de idade, e se reproduzem sazonalmente, as fêmeas são receptivas durante o final da estação fria e seca de agosto a setembro. Várias dessas fêmeas grávidas são predadas de setembro a dezembro. Sua estratégia de estro sincrônico significa que seus filhotes nascem de outubro a dezembro, durante a primeira metade da estação quente e úmida, onde as presas como insetos são mais numerosas. Isso otimiza a capacidade das fêmeas de conseguir alimento e cuidar dos jovens nascidos.
  • As ninhadas são compostas de 6 a 14 indivíduos, com uma média de 11 filhotes. O desmame começa com 2 ou 3 meses de idade, quando pesam entre 8 a 10 gramas.
  • São animais dióicos.
  • Vivíparo sexual e se reproduzem uma vez ao ano.[6]

Características comportamentais[editar | editar código-fonte]

  1. São animais solitários e noturnos, apenas se agrupam para reprodução. Podem ser encontrados juntos em alguma área com grande disponibilidade de alimentos, porém não interagem entre si. Entram em torpor quando a temperatura é menor que 20ºC, embora evidências sugiram que podem entrar em torpor diário de 8 horas. Eles são arbóreos mas também forrageiam o chão. Seus ninhos são cheios de folhas secas e têm uma área interna para os animais descansarem, no entanto, não se sabe com certeza se o ninho é de uso comum ou exclusivo das fêmeas reprodutivas.
  2. Com respeito a comunicação e percepção do gênero Gracilinanus têm-se pouco estudo, os machos produzem uma variedade de sons quando se sentem ameaçados e ficam defensivos, além de silibar, rosnar e guinchar. Tem sido sugerido que os animais arbóreos são mais vocais e têm uma visão melhor do que seus contrapares não arbóreos.[6]

Hábitos alimentares[editar | editar código-fonte]

Basicamente insetívoros, sua dieta é composta aproximadamente de 84% de insetos, nos quais 35% são besouros. Além de besouros, análises do conteúdo estomacal indicam que eles também se alimentam de uma variedade de outras presas de insetos, inclusive cupins, formigas, vespas, baratas, grilos, gafanhotos, mariposas, dipteras, moscas-das-rochas e moscas varejeiras. Além disso, comem caracóis e frutos da beladona brasileira, da flor da paixão e do gênero Miconia. Eles também são importantes dispersores de sementes da família Araceae.[6]

Funções no ecossistema[editar | editar código-fonte]

Como insetívoros e importantes dispersores de sementes da família Araceae, indivíduos dessa espécie podem ficar enfestados de nematóides e podem ser parasitados por larvas botfly, especialmente durante a estação quente e úmida. Os machos correm mais risco de parasitas após o início da estação reprodutiva. Já as fêmeas reprodutoras tem poucos nematóides, isso se deve ao fato de elas raramente encontrarem com tais parasitas já que vivem a maior parte do tempo nas árvores.[6]

Referências

  1. a b Gardner, A.L. (2005). «Order Didelphimorphia». In: Wilson, D.E.; Reeder, D.M. Mammal Species of the World 3º ed. Baltimore: Johns Hopkins University Press. ISBN 978-0-8018-8221-0. OCLC 62265494 
  2. a b Brito, D.; Astua de Moraes, D.; Lew, D.; Soriano, P. (2008). Gracilinanus microtarsus (em inglês). IUCN 2014. Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas da IUCN. 2014. Página visitada em 10 de julho de 2014..
  3. Teta, P.; Muschetto, E.; Maidana, S.; Bellomo, C.; Padula, P. (2007). «Gracilinanus microtarsus (Didelphimorphia, Didelphidae) en la provincia de Misiones, Argentina». Mastozoología Neotropical. 14 (1): 113–115 
  4. Ferreira, Rafael (29 de maio de 2014). «Não é carnaval, mas falemos de Cuícas - ((o))eco». ((o))eco. Consultado em 5 de julho de 2018 
  5. Gonçalves, Fernando; Bovendorp, Ricardo S.; Beca, Gabrielle; Bello, Carolina; Costa-Pereira, Raul; Muylaert, Renata L.; Rodarte, Raisa R.; Villar, Nacho; Souza, Rafael (fevereiro de 2018). «ATLANTIC MAMMAL TRAITS: a data set of morphological traits of mammals in the Atlantic Forest of South America». Ecology (em inglês). 99 (2): 498–498. ISSN 0012-9658. doi:10.1002/ecy.2106. Consultado em 2018  Verifique data em: |acessodata= (ajuda)
  6. a b c d e Martina, Sisciliano (2013). «Gracilinanus microtarsus (Brazilian gracile mouse opossum)». Animal Diversity Web (em inglês). Animal Diversity Web. Consultado em 5 de julho de 2018 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

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