Mestre Valentim: diferenças entre revisões
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'''Valentim da Fonseca e Silva''', mais conhecido como '''Mestre Valentim''' ([[Serro]], [[Minas Gerais|MG]], c. [[1745]] — [[Rio de Janeiro (cidade)|Rio de Janeiro]] [[1813]]), foi um dos principais artistas do [[Brasil colônia|Brasil colonial]], tendo atuado como [[escultura|escultor]], [[entalhe|entalhador]] e [[urbanismo|urbanista]] no Rio de Janeiro. |
'''Valentim da Fonseca e Silva''', mais conhecido como '''Mestre Valentim''' ([[Serro]], [[Minas Gerais|MG]], c. [[1745]] — [[Rio de Janeiro (cidade)|Rio de Janeiro]] [[1813]]), foi um dos principais artistas do [[Brasil colônia|Brasil colonial]], tendo atuado como [[escultura|escultor]], [[entalhe|entalhador]] e [[urbanismo|urbanista]] no Rio de Janeiro. |
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Mestre Valentim era [[mulato]], filho de um fidalgo [[Portugal|português]] e de uma [[África|africana]]. Alguns autores defendem que seu pai o levou a [[Portugal]] em [[1748]], onde teria aprendido [[escultura]], versão que é [[historiografia|historiograficamente]] controvertida. |
Mestre Valentim era [[mulato]], filho de um fidalgo [[Portugal|português]] e de uma [[África|africana]]. Alguns autores defendem que seu pai o levou a [[Portugal]] em [[1748]], onde teria aprendido [[escultura]], versão que é [[historiografia|historiograficamente]] controvertida. |
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Revisão das 18h58min de 16 de agosto de 2009
![](http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/d/d4/Muzzi1789-1.jpg/250px-Muzzi1789-1.jpg)
Valentim da Fonseca e Silva, mais conhecido como Mestre Valentim (Serro, MG, c. 1745 — Rio de Janeiro 1813), foi um dos principais artistas do Brasil colonial, tendo atuado como escultor, entalhador e urbanista no Rio de Janeiro.
==Vida== Andre da 5 c Mestre Valentim era mulato, filho de um fidalgo português e de uma africana. Alguns autores defendem que seu pai o levou a Portugal em 1748, onde teria aprendido escultura, versão que é historiograficamente controvertida.
De volta ao Brasil em 1770, estabeleceu uma oficina no centro do Rio de Janeiro e entrou para a Irmandade dos Pardos de Nossa Senhora do Rosário e São Benedito. Realizou vários trabalhos de talha dourada para igrejas cariocas até a sua morte.
Durante o governo do vice-rei D. Luís de Vasconcelos e Sousa (1779-1790) foi encarregado das obras públicas da cidade, tendo projetado diversos chafarizes e o Passeio Público do Rio de Janeiro, primeiro parque público das Américas.
Faleceu em 1813 e foi sepultado na Igreja de Nossa Senhora do Rosário e São Benedito (Rio de Janeiro).
Em 1913 inaugurou-se um busto de Mestre Valentim no Passeio Público do Rio de Janeiro, sua obra mais emblemática.
Principais obras
Urbanismo
- Chafariz das Saracuras - realizado em 1795 para decorar o antigo Convento da Ajuda, com a demolição do edifício em 1911, a obra foi removida para outros locais. Atualmente encontra-se na Praça General Osório, em Ipanema, no Rio de Janeiro. Trata-se de um obelisco sobre uma bacia de granito com quatro saracuras de bronze de onde jorrava água, hoje parcialmente descaracterizado.
![](http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/c/cd/LargoPa%C3%A7o-Rio.jpg/350px-LargoPa%C3%A7o-Rio.jpg)
- Chafariz do Carmo - popularmente conhecido como Chafariz de Mestre Valentim ou Chafariz da Pirâmide, localiza-se no antigo Largo do Carmo, atual Praça XV, no centro histórico da cidade do Rio de Janeiro. Antes dos aterros, encontrava-se junto à escadaria de atracação dos barcos. A necessidade de abastecimento de água, segundo o Dicionário de Curiosidades do Rio de Janeiro, levou a Coroa Portuguesa a dar licença para construção desse chafariz bem ao lado de um outro, o Chafariz da Junta de Comércio. A obra iniciou-se em 1779, a mando do Vice-Rei D. Luís de Vasconcelos e Sousa (1779-1790), com risco do Brigadeiro Jacques Funk. De seu primitivo local, o novo chafariz foi transferido para a beira-mar e Mestre Valentim chamado para executar a obra, inteiramente reformada, dada a fragilidade do material. Tem a forma de uma torre, encimada por uma pequena pirâmide em granito, com detalhes (placas comemorativas, pináculos em forma de fogaréus) em pedra de lioz portuguesa. Mestre Valentim acrescentou apenas o brasão do Vice-Rei, em mármore branco, e duas outras peças em homenagem à Rainha D. Maria I. A obra estava concluída em 1789.
- Recolhimento de Nossa Senhora do Parto - após o incêndio em 1789, Mestre Valentim projetou a reconstrução do edifício, já demolido.
- Igreja de Nossa Senhora da Conceição e Boa Morte - projetou em 1784 a fachada e o portal da igreja.
![](http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/3/3a/Magnifying_glass_01.svg/17px-Magnifying_glass_01.svg.png)
![](http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/c/c2/Passeio1862-JoaqManMacedo-Um_Passeio_pela_cidade_do_RJ.jpg/200px-Passeio1862-JoaqManMacedo-Um_Passeio_pela_cidade_do_RJ.jpg)
![](http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/3/3a/Magnifying_glass_01.svg/17px-Magnifying_glass_01.svg.png)
- Passeio Público - entre 1779 e 1783, D. Luís de Vasconcelos e Sousa incumbiu Mestre Valentim de contruir um parque para a cidade, seguindo o exemplo do Passeio Público de Lisboa e dos jardins do Palácio Real de Queluz. O desenho original do parque foi muito alterado em uma reforma romântica feita pelo paisagista francês Auguste François Marie Glaziou por volta de 1864.
- Chafariz das Marrecas - inaugurado no Passeio Público em 1789, constituía-se de um arco de pedras que tinha como destaque, ao centro, um conjunto de marrecas (patos) fundidas em bronze e, nas laterais, suportes sobre as quais colocou duas figuras mitológicas: a Ninfa Eco (ferro, 1783) e o Caçador Narciso (ferro, 1785). A importância de ambas reside em que foram as primeiras estátuas fundidas no Brasil. A Ninfa Eco, de seu pedestal, contemplava o Caçador Narciso, absorto em contemplar a própria imagem refletida no espelho d´água.
Talha e escultura
- Igreja da Ordem Terceira do Carmo: Trabalhou nessa igreja entre 1772 e 1880, inicialmente em colaboração com José da Fonseca Rosa. Esculpiu elementos de talha da Capela-mor e a Capela do Noviciado dessa igreja, além de vários outros altares.
- Mosteiro de São Bento: Executou lampadários de prata para a igreja do Mosteiro entre 1781 e 1783.
- Igreja de Santa Cruz dos Militares: Entre 1802 e 1812 executou a talha do altar-mor e vários altares laterais da igreja, depois danificados por um incêndio. Também esculpiu duas estátuas de madeira de São João e São Mateus para os nichos da fachada, atualmente no Museu Histórico Nacional.
- Igreja da Ordem Terceira de São Francisco de Paula: Esculpiu vários altares, inclusive o altar-mor da igreja, entre 1801 e sua morte, em 1813. Os altares foram depois alterados pelo escultor Antônio de Pádua de Castro, que completou a talha da igreja.