Ruth Sonntag Nussenzweig: diferenças entre revisões

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== Vida ==
Ruth Sonntag e sua família emigraram em 1939 de Viena para [[São Paulo]]. Seus pais, Eugenia e Baruch Sonntag, eram médicos. Ela estudou medicina na [[Universidade de São Paulo]], com foco em parasitologia, de 1948 a 1953. Ela é casada com [[Victor Nussenzweig]] desde [[1953]], professor de medicina preventiva na [[Universidade de Nova Iorque]]. Eles têm dois filhos e uma filha, todos médicos.

== Carreira e Pesquisa ==

Ainda durante a graduação em medicina, ela trabalhou com o professor de parasitologia [[Samuel Pessoa]] e em colaboração com seu futuro marido [[Victor Nussenzweig]] (também um estudante de medicina) pesquisando sobre a transmissão da [[doença de Chagas]] por transfusão de sangue. A intenção original da pesquisa era encontrar uma cura para o câncer através do uso do Trypanosoma cruzi, agente da doença de Chagas, técnica reportada com sucesso anteriormente por dois cientistas russos. <ref name="scielo">{{citar web|URL=http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0104-59702011000200014&script=sci_arttext|título=Breakthroughs towards a malaria vaccine|publicado=[[Scientific Electronic Library Online|SciELO]]|acessodata=12 de março de 2016}}</ref>
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Sonntag Nussenzweig realiza desde os anos 60 pesquisa básica para o desenvolvimento de vacinas contra a malária. Naquele tempo, a busca de vacinas contra a malária era considerada uma causa perdida, mas ela encontrou um artigo de um cientista inglês feito na década de 20 que mencionava a variante aviária da malária. Eles observaram que a exposição de [[esporozoíto]]s à radiação UV eliminou sua toxicidade em patos. Ruth repetiu as experiências com sucesso em ratos, usando esporoítos irradiados com raios-X, e posteriormente testou o modelo em macacos. Os experimentos evoluíram para voluntários humanos (prisioneiros) usando mosquitos infectados com '' [[Plasmodium falciparum]] '', e foram bem-sucedidos. A vacina, no entanto, só foi eficaz contra os parasitas da malária na fase esporozoítos. A vacina desenvolvida com base nessa pesquisa foi testada em ensaios de campo na África (2011), alcançando o grau de proteção de 30 a 50%, mas são necessárias duas doses de vacinação e imunização protege contra reinfecção por apenas18 meses, o que inviabiliza o uso em regiões endêmicas. Ela e seu marido também trabalharam no desenvolvimento de vacinas contra '' Plasmodium vivax '', que é prevalente na Amazônia, América Central e Ásia.



== Prêmios e associações ==
== Prêmios e associações ==
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* Medalha Joseph Augustin Le Prince - Sociedade Americana de Medicina Tropical e Higiene, 1997.
* Medalha Joseph Augustin Le Prince - Sociedade Americana de Medicina Tropical e Higiene, 1997.
* [[Grã-Cruz da Ordem Nacional do Mérito Científico]], 1998.
* [[Grã-Cruz da Ordem Nacional do Mérito Científico]], 1998.
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[[Categoria:Cientistas do Brasil]]
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Revisão das 20h02min de 12 de março de 2016

Ruth Sonntag Nussenzweig
Nome completo Ruth Sonntag Nussenzweig
Conhecido(a) por pesquisas sobre malária
Nascimento Ruth Sonntag
20 de junho de 1928
Viena, Áustria Áustria
Nacionalidade Brasil Brasileira
Progenitores Mãe: Eugenia Sonntag
Pai: Baruch Sonntag
Cônjuge Victor Nussenzweig
Filho(a)(s) Michel, André e Sonia [1]
Ocupação bióloga

Ruth Sonntag Nussenzweig (Viena, 20 de junho de 1928) é uma bióloga e pesquisadora na área de parasitologia e imunologia[2], conhecida em especial por sua pesquisa sobre vacinas para malária. Recebeu a Ordem Nacional do Mérito Científico em 1998 pela sua contribuição à ciência. [1]

Vida

Ruth Sonntag e sua família emigraram em 1939 de Viena para São Paulo. Seus pais, Eugenia e Baruch Sonntag, eram médicos. Ela estudou medicina na Universidade de São Paulo, com foco em parasitologia, de 1948 a 1953. Ela é casada com Victor Nussenzweig desde 1953, professor de medicina preventiva na Universidade de Nova Iorque. Eles têm dois filhos e uma filha, todos médicos.

Carreira e Pesquisa

Ainda durante a graduação em medicina, ela trabalhou com o professor de parasitologia Samuel Pessoa e em colaboração com seu futuro marido Victor Nussenzweig (também um estudante de medicina) pesquisando sobre a transmissão da doença de Chagas por transfusão de sangue. A intenção original da pesquisa era encontrar uma cura para o câncer através do uso do Trypanosoma cruzi, agente da doença de Chagas, técnica reportada com sucesso anteriormente por dois cientistas russos. [3] Eles falharam em reproduzir os resultados do artigo, mas descobriram que a adição de violeta genciana ao sangue contaminado por T. cruzi previne a transmissão da doença. Atuou como Professora Assistente de Parasitologia na USP a partir de 1954.[4] Em 1958, iniciou o pós-doutorado em bioquímica no Collège de France. Em 1960 voltou ao Brasil para trabalhar na Escola Paulista de Medicina no Departamento de Microbiologia com o Professor Otto Bier.

Em 1963, foi para o Centro Médico da Universidade de Nova York trabalhar com os professores Baruj Benacerraf e Zoltan Overy. Em 1964, ela tentou voltar para São Paulo, mas por causa do clima político no Brasil, ela e seu marido voltaram para a Universidade de Nova York, onde foi nomeada Professora Auxiliar em 1965. Professora Associada em 1968 e Professora Plena em 1972. Em 1976 tornou-se Professora Titular e Chefe da Divisão de Parasitologia do Departamento de Microbiologia, e, em 1984, Professora Titular do Departamento de Parasitologia Médica e Molecular. Em 1976, ela se tornou chefe de Parasitologia da Faculdade de Microbiologia e é CV Professor Starr de Molecular e Parasitologia Médica. Em 1983 ela foi professora visitante na Escola de Saúde Pública da Universidade de Harvard.

Sonntag Nussenzweig realiza desde os anos 60 pesquisa básica para o desenvolvimento de vacinas contra a malária. Naquele tempo, a busca de vacinas contra a malária era considerada uma causa perdida, mas ela encontrou um artigo de um cientista inglês feito na década de 20 que mencionava a variante aviária da malária. Eles observaram que a exposição de esporozoítos à radiação UV eliminou sua toxicidade em patos. Ruth repetiu as experiências com sucesso em ratos, usando esporoítos irradiados com raios-X, e posteriormente testou o modelo em macacos. Os experimentos evoluíram para voluntários humanos (prisioneiros) usando mosquitos infectados com Plasmodium falciparum , e foram bem-sucedidos. A vacina, no entanto, só foi eficaz contra os parasitas da malária na fase esporozoítos. A vacina desenvolvida com base nessa pesquisa foi testada em ensaios de campo na África (2011), alcançando o grau de proteção de 30 a 50%, mas são necessárias duas doses de vacinação e imunização protege contra reinfecção por apenas18 meses, o que inviabiliza o uso em regiões endêmicas. Ela e seu marido também trabalharam no desenvolvimento de vacinas contra Plasmodium vivax , que é prevalente na Amazônia, América Central e Ásia.


Prêmios e associações


Referências

  1. a b «Ruth Sonntag». Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico. Consultado em 12 de março de 2016 
  2. «Ruth Sonntag Nussenzweig – Exemplo de Mulher na Medicina». ABC da Medicina. Consultado em 12 de março de 2016 
  3. «Breakthroughs towards a malaria vaccine». SciELO. Consultado em 12 de março de 2016 
  4. a b «Ruth Sonntag Nussenzweig». Academia Brasileira de Ciências. Consultado em 12 de março de 2016 
  5. «Preisträger seit 1952». Universidade de Frankfurt. Consultado em 12 de março de 2016