Ruth Sonntag Nussenzweig: diferenças entre revisões
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'''Ruth Sonntag Nussenzweig''' ([[Viena]], {{dni|20|6|1928|sem idade}}) é uma bióloga e pesquisadora na área de [[parasitologia]] e [[imunologia]]. Recebeu a [[Ordem Nacional do Mérito Científico]] em 1998 pela sua contribuição |
'''Ruth Sonntag Nussenzweig''' ([[Viena]], {{dni|20|6|1928|sem idade}}) é uma bióloga e pesquisadora na área de [[parasitologia]] e [[imunologia]]<ref name="abcdam">{{citar web|URL=http://www.abcdamedicina.com.br/ruth-sonntag-nussenzweig-exemplo-de-mulher-na-medicina.html|título=Ruth Sonntag Nussenzweig – Exemplo de Mulher na Medicina|publicado=ABC da Medicina|acessodata=12 de março de 2016}}</ref>, conhecida em especial por sua pesquisa sobre vacinas para [[malária]]. Recebeu a [[Ordem Nacional do Mérito Científico]] em 1998 pela sua contribuição à ciência. <ref name="cnpq"/> |
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Sonntag Nussenzweig realiza desde os anos 60 pesquisa básica para o desenvolvimento de vacinas contra a malária. Naquele tempo, a busca de vacinas contra a malária era considerada uma causa perdida, mas ela encontrou um artigo de um cientista inglês feito na década de 20 que mencionava a variante aviária da malária. Eles observaram que a exposição de [[esporozoíto]]s à radiação UV eliminou sua toxicidade em patos. Ruth repetiu as experiências com sucesso em ratos, usando esporoítos irradiados com raios-X, e posteriormente testou o modelo em macacos. Os experimentos evoluíram para voluntários humanos (prisioneiros) usando mosquitos infectados com '' [[Plasmodium falciparum]] '', e foram bem-sucedidos. A vacina, no entanto, só foi eficaz contra os parasitas da malária na fase esporozoítos. A vacina desenvolvida com base nessa pesquisa foi testada em ensaios de campo na África (2011), alcançando o grau de proteção de 30 a 50%, mas são necessárias duas doses de vacinação e imunização protege contra reinfecção por apenas18 meses, o que inviabiliza o uso em regiões endêmicas. Ela e seu marido também trabalharam no desenvolvimento de vacinas contra '' Plasmodium vivax '', que é prevalente na Amazônia, América Central e Ásia. |
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* Medalha Joseph Augustin Le Prince - Sociedade Americana de Medicina Tropical e Higiene, 1997. |
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* [[Grã-Cruz da Ordem Nacional do Mérito Científico]], 1998. |
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Revisão das 20h02min de 12 de março de 2016
Ruth Sonntag Nussenzweig | |
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Nome completo | Ruth Sonntag Nussenzweig |
Conhecido(a) por | pesquisas sobre malária |
Nascimento | Ruth Sonntag 20 de junho de 1928 Viena, Áustria |
Nacionalidade | Brasileira |
Progenitores | Mãe: Eugenia Sonntag Pai: Baruch Sonntag |
Cônjuge | Victor Nussenzweig |
Filho(a)(s) | Michel, André e Sonia [1] |
Ocupação | bióloga |
Ruth Sonntag Nussenzweig (Viena, 20 de junho de 1928) é uma bióloga e pesquisadora na área de parasitologia e imunologia[2], conhecida em especial por sua pesquisa sobre vacinas para malária. Recebeu a Ordem Nacional do Mérito Científico em 1998 pela sua contribuição à ciência. [1]
Vida
Ruth Sonntag e sua família emigraram em 1939 de Viena para São Paulo. Seus pais, Eugenia e Baruch Sonntag, eram médicos. Ela estudou medicina na Universidade de São Paulo, com foco em parasitologia, de 1948 a 1953. Ela é casada com Victor Nussenzweig desde 1953, professor de medicina preventiva na Universidade de Nova Iorque. Eles têm dois filhos e uma filha, todos médicos.
Carreira e Pesquisa
Ainda durante a graduação em medicina, ela trabalhou com o professor de parasitologia Samuel Pessoa e em colaboração com seu futuro marido Victor Nussenzweig (também um estudante de medicina) pesquisando sobre a transmissão da doença de Chagas por transfusão de sangue. A intenção original da pesquisa era encontrar uma cura para o câncer através do uso do Trypanosoma cruzi, agente da doença de Chagas, técnica reportada com sucesso anteriormente por dois cientistas russos. [3] Eles falharam em reproduzir os resultados do artigo, mas descobriram que a adição de violeta genciana ao sangue contaminado por T. cruzi previne a transmissão da doença. Atuou como Professora Assistente de Parasitologia na USP a partir de 1954.[4] Em 1958, iniciou o pós-doutorado em bioquímica no Collège de France. Em 1960 voltou ao Brasil para trabalhar na Escola Paulista de Medicina no Departamento de Microbiologia com o Professor Otto Bier.
Em 1963, foi para o Centro Médico da Universidade de Nova York trabalhar com os professores Baruj Benacerraf e Zoltan Overy. Em 1964, ela tentou voltar para São Paulo, mas por causa do clima político no Brasil, ela e seu marido voltaram para a Universidade de Nova York, onde foi nomeada Professora Auxiliar em 1965. Professora Associada em 1968 e Professora Plena em 1972. Em 1976 tornou-se Professora Titular e Chefe da Divisão de Parasitologia do Departamento de Microbiologia, e, em 1984, Professora Titular do Departamento de Parasitologia Médica e Molecular. Em 1976, ela se tornou chefe de Parasitologia da Faculdade de Microbiologia e é CV Professor Starr de Molecular e Parasitologia Médica. Em 1983 ela foi professora visitante na Escola de Saúde Pública da Universidade de Harvard.
Sonntag Nussenzweig realiza desde os anos 60 pesquisa básica para o desenvolvimento de vacinas contra a malária. Naquele tempo, a busca de vacinas contra a malária era considerada uma causa perdida, mas ela encontrou um artigo de um cientista inglês feito na década de 20 que mencionava a variante aviária da malária. Eles observaram que a exposição de esporozoítos à radiação UV eliminou sua toxicidade em patos. Ruth repetiu as experiências com sucesso em ratos, usando esporoítos irradiados com raios-X, e posteriormente testou o modelo em macacos. Os experimentos evoluíram para voluntários humanos (prisioneiros) usando mosquitos infectados com Plasmodium falciparum , e foram bem-sucedidos. A vacina, no entanto, só foi eficaz contra os parasitas da malária na fase esporozoítos. A vacina desenvolvida com base nessa pesquisa foi testada em ensaios de campo na África (2011), alcançando o grau de proteção de 30 a 50%, mas são necessárias duas doses de vacinação e imunização protege contra reinfecção por apenas18 meses, o que inviabiliza o uso em regiões endêmicas. Ela e seu marido também trabalharam no desenvolvimento de vacinas contra Plasmodium vivax , que é prevalente na Amazônia, América Central e Ásia.
Prêmios e associações
- Prêmio Wadsworth do Departamento de Saúde do Estado de Nova York, 1980.
- Cientista Feminina de Destaque, AWIS - Metropolitan New York Chapter, 1983.
- Membra honorária da Royal Society of Tropical Medicine desde 1984.
- Prêmio Paul Ehrlich e Ludwig Darmstaedter, 1985.[5]
- Prêmio Carlos Juan Finlay da UNESCO junto de seu marido Victor Nussenzweig, 1985.
- Prêmio Abraham Horwitz da Organização Pan-Americana de Saúde, 1985.
- Medalha de bronze - Women's Zionist Organization, 1985.
- Prêmio Denis Thienpont da Academia Real de Medicina da Bélgica, 1988.
- Medalha Joseph Augustin Le Prince - Sociedade Americana de Medicina Tropical e Higiene, 1997.
- Grã-Cruz da Ordem Nacional do Mérito Científico, 1998.
- Membra da Academia Brasileira de Ciências desde 1998. [4]
Referências
- ↑ a b «Ruth Sonntag». Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico. Consultado em 12 de março de 2016
- ↑ «Ruth Sonntag Nussenzweig – Exemplo de Mulher na Medicina». ABC da Medicina. Consultado em 12 de março de 2016
- ↑ «Breakthroughs towards a malaria vaccine». SciELO. Consultado em 12 de março de 2016
- ↑ a b «Ruth Sonntag Nussenzweig». Academia Brasileira de Ciências. Consultado em 12 de março de 2016
- ↑ «Preisträger seit 1952». Universidade de Frankfurt. Consultado em 12 de março de 2016