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Abuso infantil: diferenças entre revisões

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O abuso infantil pode resultar em efeitos físicos adversos imediatos, mas também está fortemente associado a problemas de desenvolvimento humano<ref name="Cohn">{{cite journal | author = Cohn Jonathan | year = 2011 | title = "The Two Year Window." (Cover story) | url = https://newrepublic.com/article/economy/magazine/97268/the-two-year-window | journal = New Republic | volume = 242 | issue = 18 | pages = 10–13 | archive-url = https://web.archive.org/web/20150910032320/http://www.newrepublic.com/article/economy/magazine/97268/the-two-year-window | archive-date = 10/9/2015 | df = dmy-all }}</ref> e com muitos efeitos físicos e psicológicos crônicos, incluindo problemas de saúde subsequentes, incluindo taxas mais altas de condições crônicas, comportamentos de alto risco para a saúde e redução da expectativa de vida.<ref name=Middlebrooks2008>{{cite book |author1=Middlebrooks, J.S. |author2=Audage, N.C. |title=The Effects of Childhood Stress on Health Across the Lifespan |year=2008 |location=Atlanta, Georgia (USA) |publisher=Centers for Disease Control and Prevention, National Center for Injury Prevention and Control |url=http://health-equity.pitt.edu/932/1/Childhood_Stress.pdf |archive-url=https://web.archive.org/web/20160205035817/http://health-equity.pitt.edu/932/1/Childhood_Stress.pdf |archive-date=5/2/2016 }}</ref><ref name=Dolezal2009>{{cite book|author1=Dolezal, T. |author2=McCollum, D. |author3=Callahan, M. |title=Hidden Costs in Health Care: The Economic Impact of Violence and Abuse|year=2009|publisher=Academy on Violence and Abuse}}</ref>


Crianças maltratadas podem crescer e se tornarem adultos que maltratam.<ref name=Thornberry2013>{{cite journal |vauthors=Thornberry TP, Henry KL | title = Intergenerational continuity in maltreatment | journal = J Abnorm Child Psychol | volume = 41 | pages = 555–569 | year = 2013 | pmid = 23192742 | pmc = 3640695 | doi = 10.1007/s10802-012-9697-5 | issue=4}}</ref><ref>{{cite journal |vauthors=Ertem IO, Leventhal JM, Dobbs S | title = Intergenerational continuity of child physical abuse: how good is the evidence? | journal = Lancet | volume = 356 | pages = 814–9 | year = 2000 | pmid = 11022929 | doi = 10.1016/S0140-6736(00)02656-8 | issue=9232}}</ref><ref>{{cite journal |vauthors=Thornberry TP, Knight KE, Lovegrove PJ | title = Does maltreatment beget maltreatment? A systematic review of the intergenerational literature. | journal = Trauma, Violence, & Abuse | volume = 13 | pages = 135–52 | year = 2012 | pmid = 22673145 | doi = 10.1177/1524838012447697 | issue=3 | pmc=4035025}}</ref> Uma fonte de 1991 relatou que estudos indicam que 90 por cento dos adultos que maltratam foram maltratados quando crianças.<ref name="Starr">Starr RH, Wolfe DA (1991). ''The Effects of Child Abuse and Neglect'' (pp. 1–33). New York: The Guilford Press. {{ISBN|978-0-89862-759-6}}</ref>

===Sinais comportamentais===


Uma criança que está sofrendo algum tipo de abuso pode se sentir culpada, envergonhada ou confusa, a criança pode ter medo de contar a alguém sobre o abuso, especialmente se o agressor for um dos pais, um parente ou amigo da família. Alguns comportamento que podem ser alertas:<ref name=mayo>{{Citar web |url=https://www.mayoclinic.org/diseases-conditions/child-abuse/symptoms-causes/syc-20370864#:~:text=Expects%20the%20child%20to%20provide,of%20physical%20or%20academic%20performance |titulo=Child abuse |acessodata=2021-04-12 |publicado=Mayo Foundation for Medical Education and Research (MFMER)}}</ref>
Uma criança que está sofrendo algum tipo de abuso pode se sentir culpada, envergonhada ou confusa, a criança pode ter medo de contar a alguém sobre o abuso, especialmente se o agressor for um dos pais, um parente ou amigo da família. Alguns comportamento que podem ser alertas:<ref name=mayo>{{Citar web |url=https://www.mayoclinic.org/diseases-conditions/child-abuse/symptoms-causes/syc-20370864#:~:text=Expects%20the%20child%20to%20provide,of%20physical%20or%20academic%20performance |titulo=Child abuse |acessodata=2021-04-12 |publicado=Mayo Foundation for Medical Education and Research (MFMER)}}</ref>
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A Faculdade de Medicina da [[Universidade de Stanford]] destaca os seguintes sintomas comportamentais de abuso: o choro excessivo ou atraso no desenvolvimento, medo, ansiedade e/ou apego excessivos, fobias, pesadelos, problemas de sono,<ref name=merk/> fazer xixi na cama, retraimento social, [[hiperatividade]], baixa concentração, a criança se distrai facilmente, diminuição do desempenho escolar, absenteísmo escolar crônico (faltas excessivas), distúrbios da fala, comportamento regressivo para a idade, medo do pai, mãe ou cuidador, problemas alimentares, depressão e passividade, aumento de abuso verbal ou comportamento fisicamente agressivo contra outras pessoas, destrói objetos ou fere animais de estimação, abuso de substância, autoagressão como cortar-se, comportamento sexualizado, sintomas de [[DST]], evitação em despir-se, a criança se afasta ao tentar ser examinada, tem medo de fazer exame, excessivamente complacente, passiva, especialmente com partes difíceis ou dolorosas de exames médicos.<ref name=sta>{{Citar web |url=https://childabuse.stanford.edu/screening/signs.html |titulo=Child abuse - Signs & Symptoms of Abuse/Neglect |acessodata=2021-04-12 |publicado=Stanford Medicine}}</ref>
A Faculdade de Medicina da [[Universidade de Stanford]] destaca os seguintes sintomas comportamentais de abuso: o choro excessivo ou atraso no desenvolvimento, medo, ansiedade e/ou apego excessivos, fobias, pesadelos, problemas de sono,<ref name=merk/> fazer xixi na cama, retraimento social, [[hiperatividade]], baixa concentração, a criança se distrai facilmente, diminuição do desempenho escolar, absenteísmo escolar crônico (faltas excessivas), distúrbios da fala, comportamento regressivo para a idade, medo do pai, mãe ou cuidador, problemas alimentares, depressão e passividade, aumento de abuso verbal ou comportamento fisicamente agressivo contra outras pessoas, destrói objetos ou fere animais de estimação, abuso de substância, autoagressão como cortar-se, comportamento sexualizado, sintomas de [[DST]], evitação em despir-se, a criança se afasta ao tentar ser examinada, tem medo de fazer exame, excessivamente complacente, passiva, especialmente com partes difíceis ou dolorosas de exames médicos.<ref name=sta>{{Citar web |url=https://childabuse.stanford.edu/screening/signs.html |titulo=Child abuse - Signs & Symptoms of Abuse/Neglect |acessodata=2021-04-12 |publicado=Stanford Medicine}}</ref>


===Sinais emocionais===
Os sintomas físicos podem ser: dores de cabeça, dor abdominal crônica ou dor abdominal aguda (trauma contuso pode não mostrar marcas externas), sensibilidade, ruídos intestinais ausentes, queixas somáticas vagas, muitas vezes crônicas, agravamento de problemas médicos, como asma, dor de garganta frequente e inexplicável, ganho ou perda de peso anormal, relutância em usar uma mão ou pé, dificuldade em andar ou sentar, desconforto genital ou dor ao urinar ou defecar, sintomas inexplicáveis (causados por envenenamento, ingestão forçada de água, sal etc), vômito; irritabilidade ou respiração anormal que podem representar [[traumatismo craniano]].<ref name=sta/>
O abuso infantil pode causar uma série de efeitos emocionais, as crianças que são constantemente ignoradas, envergonhadas, aterrorizadas ou humilhadas sofrem pelo menos tanto, senão mais, do que se fossem agredidas fisicamente.<ref name="americanhumane.org">{{cite web|url=http://www.americanhumane.org/children/stop-child-abuse/fact-sheets/emotional-abuse.html |title=Emotional Abuse |work=American Humane Association |archive-url=https://web.archive.org/web/20150422054312/http://www.americanhumane.org/children/stop-child-abuse/fact-sheets/emotional-abuse.html |archive-date=22/4/2015 }}</ref> De acordo com a Joyful Heart Foundation, o desenvolvimento do cérebro da criança é muito influenciado e responde às experiências com famílias, cuidadores e a comunidade.<ref>{{Cite web|url=http://www.joyfulheartfoundation.org/learn/child-abuse-neglect/effects-child-abuse-neglect|title=www.joyfulheartfoundation.org/learn/child-abuse-neglect/effects-child-abuse-neglect|website=www.joyfulheartfoundation.org|access-date=22/1/2018}}</ref> Crianças abusadas podem crescer sentindo inseguranças, baixa auto-estima e falta de desenvolvimento. Muitas crianças vítimas de abuso experimentam dificuldades contínuas com confiança, isolamento social, problemas na escola e formação de relacionamentos.<ref name="americanhumane.org" />

Bebês e outras crianças pequenas podem ser afetados pelo abuso de maneira diferente do que crianças mais velhas. Bebês e crianças em idade pré-escolar abusadas ou negligenciadas emocionalmente podem ser excessivamente afetuosas com desconhecidos ou pessoas que não conhecem há muito tempo.<ref name="nspcc.org.uk">{{cite web|url=http://www.nspcc.org.uk/preventing-abuse/child-abuse-and-neglect/emotional-abuse/emotional-abuse-signs-symptoms-effects/|title=Emotional abuse: Signs, symptoms and effects|work=NSPCC|archive-url=https://web.archive.org/web/20150426202832/http://www.nspcc.org.uk/preventing-abuse/child-abuse-and-neglect/emotional-abuse/emotional-abuse-signs-symptoms-effects|archive-date=26 April 2015}}</ref> Podem ter falta de confiança ou ficar ansiosas, parecer não ter um relacionamento próximo com seus pais, exibir um comportamento agressivo ou ser desagradável com outras crianças e animais.<ref name="nspcc.org.uk" /> As crianças mais velhas podem usar linguagem chula ou agir de maneira marcadamente diferente de outras crianças da mesma idade, lutar para controlar emoções fortes, parecer isoladas de seus pais, carecer de habilidades sociais ou ter poucos ou nenhum amigo.<ref name="nspcc.org.uk" />

As crianças também podem experimentar [[Transtorno de apego reativo]], definido como relação social marcadamente perturbada e inadequada para o desenvolvimento, que geralmente começa antes dos 5 anos de idade.<ref name=Medscape>{{cite web|title=Reactive attachment disorder|url=http://www.medscape.com/viewarticle/775782_3|archive-url=https://web.archive.org/web/20150511231642/http://www.medscape.com/viewarticle/775782_3|archive-date=2015}}</ref> O transtorno pode se apresentar como uma falha persistente em iniciar ou responder de maneira apropriada e desenvolvida à maioria das situações sociais. O impacto a longo prazo do abuso emocional não foi amplamente estudado, mas estudos recentes começaram a documentar suas consequências a longo prazo. O abuso emocional tem sido associado ao aumento da depressão, ansiedade e dificuldades nos relacionamentos interpessoais (Spertus, Wong, Halligan e Seremetis, 2003).<ref name=Medscape /> Vítimas de abuso infantil e negligência têm maior probabilidade de cometer crimes quando adolescentes e adultos.<ref>{{cite web|title=Impact of child abuse|url=http://www.asca.org.au/About/Resources/Impact-of-child-abuse.aspx|work=Adults Surviving Child Abuse (ASCA)|archive-url=https://web.archive.org/web/20150424063756/http://www.asca.org.au/About/Resources/Impact-of-child-abuse.aspx|archive-date=24 April 2015|access-date=21/4/2015}}</ref>

A [[violência doméstica]] também afeta as crianças; embora não seja a criança que está sendo abusada, a criança que testemunha a violência doméstica também sofre grande influência. Estudos de pesquisa conduzidos como o "Estudo Longitudinal sobre os Efeitos do Abuso Infantil e da Exposição das Crianças à Violência Doméstica", mostram que 36,8% das crianças se envolvem em agressões criminais em comparação com 47,5% das crianças maltratadas/agredidas. A pesquisa mostrou que crianças expostas à violência doméstica têm chances aumentadas de problemas comportamentais e emocionais (depressão, irritabilidade, ansiedade, problemas acadêmicos e problemas no desenvolvimento da linguagem).<ref name=":0">{{Cite web|url=https://www.unicef.org/media/files/BehindClosedDoors.pdf|title=Behind Closed Doors: The Impact of Domestic Violence on Children|date=2006|website=UNICEF}}</ref>

===Sinais físicos===
Os efeitos físicos imediatos do abuso ou negligência podem ser relativamente pequenos (hematomas ou cortes) ou graves (ossos quebrados, hemorragia ou mesmo morte). Em alguns casos, os efeitos físicos são temporários; no entanto, a dor e o sofrimento que causam a uma criança não devem ser desconsiderados. Fraturas de costelas podem ser vistas com abuso físico e, se presentes, podem aumentar a suspeita de abuso, mas são encontradas em uma pequena minoria de crianças com lesões relacionadas a maus-tratos.<ref>{{cite journal |vauthors=Kemp AM, Dunstan F, Harrison S, Morris S, Mann M, Rolfe K, Datta S, Thomas DP, Sibert JR, Maguire S | title = Patterns of skeletal fractures in child abuse: systematic review | journal = BMJ | volume = 337 | issue = oct02 1 | pages = a1518 | year = 2008 | pmid = 18832412 | pmc = 2563260 | doi = 10.1136/bmj.a1518 }}</ref><ref>{{Cite journal|last1=Lee|first1=Joseph Jonathan|last2=Gonzalez-Izquierdo|first2=Arturo|last3=Gilbert|first3=Ruth|date=31/10/2012|title=Risk of Maltreatment-Related Injury: A Cross-Sectional Study of Children under Five Years Old Admitted to Hospital with a Head or Neck Injury or Fracture|journal=PLOS ONE|volume=7|issue=10|pages=e46522|doi=10.1371/journal.pone.0046522|issn=1932-6203|pmc=3485294|pmid=23118853|bibcode=2012PLoSO...746522L}}</ref>

Alguns dos sintomas físicos imediatos também podem ser: dores de cabeça, dor abdominal crônica ou dor abdominal aguda (trauma contuso pode não mostrar marcas externas), sensibilidade, ruídos intestinais ausentes, queixas somáticas vagas, muitas vezes crônicas, agravamento de problemas médicos, como asma, dor de garganta frequente e inexplicável, ganho ou perda de peso anormal, relutância em usar uma mão ou pé, dificuldade em andar ou sentar, desconforto genital ou dor ao urinar ou defecar, sintomas inexplicáveis (causados por envenenamento, ingestão forçada de água, sal etc), vômito; irritabilidade ou respiração anormal que podem representar [[traumatismo craniano]].<ref name=sta/>


==Prevenção==
==Prevenção==

Revisão das 02h15min de 16 de abril de 2021

São quatro os tipos de maus-tratos genericamente reconhecidos: o abuso físico, o abuso sexual, o abuso emocional (abuso psicológico) e a negligência. As causas dos maus-tratos à criança são variadas e não bem compreendidas[1]

O abuso infantil, ou maus-tratos infantis, são definidos como toda forma de violência física e/ou emocional/psicológica, maus tratos, negligência ou tratamento negligente, exploração comercial, sexual ou outro tipo de exploração, resultando em dano real ou potencial à saúde, sobrevivência, desenvolvimento ou dignidade da criança, no contexto de uma relação de responsabilidade, confiança ou poder, como os pais — sejam biológicos, padrastos ou adotivos — por outro adulto que possui a guarda da criança, ou mesmo por outros adultos próximos da criança como pessoas da família, professores, cuidadores, responsáveis etc.

As definições do que constitui abuso infantil variam entre os profissionais, entre grupos sociais e culturais e ao longo do tempo.[2][3] Os termos abuso e maus-tratos são freqüentemente usados indistintamente na literatura.[4]:11

A Organização Mundial da Saúde (OMS) define "abuso infantil" e "maus-tratos infantis" como "todas as formas de maus-tratos físicos e/ou emocionais, abuso sexual, negligência ou tratamento negligente, comercial ou outro tipo de exploração, resultando em dano real ou potencial à saúde, sobrevivência, desenvolvimento ou dignidade da criança no contexto de uma relação de responsabilidade, confiança ou poder. "[5] A OMS também afirma: "A violência contra crianças inclui todas as formas de violência contra menores de 18 anos, perpetrada por pais ou outros responsáveis, colegas, parceiros românticos ou pessoas desconhecidas."[6]

Tipos

Em 2006, a OMS distinguiu quatro tipos de maus-tratos infantis: o abuso físico, o abuso sexual, o abuso psicológico e a negligência.[7]

Abuso físico

Lesões inexplicáveis, hematomas, fraturas ou queimaduras e lesões que não correspondem à explicação dada pela criança constituem alerta de abuso físico[8]

Entre os profissionais e o público em geral, há divergências sobre quais comportamentos constituem abuso físico de uma criança[9]O abuso físico geralmente não ocorre isoladamente, mas como parte de uma constelação de comportamentos, incluindo controle autoritário, comportamento que provoca ansiedade e falta de afeto dos pais.[10] A OMS define o abuso físico como:

Uso intencional de força física contra a criança que resulte - ou tenha alta probabilidade de resultar - em danos à saúde, sobrevivência, desenvolvimento ou dignidade da criança. Isso inclui bater, espancar, chutar, sacudir, morder, estrangular, escaldar, queimar, envenenar e sufocar. A maioria parte da violência física contra crianças em casa é infligida com o objetivo de punição.[11]

As definições de abuso físico e punição física de crianças que se sobrepõem, destacam uma distinção bastante sutil ou inexistente entre abuso e punição,[12] mas a maioria dos abusos físicos são punições físicas "na intenção, na forma e no efeito".[13] A partir de 2006, por exemplo, Paulo Sérgio Pinheiro escreveu no Estudo do Secretário-Geral da ONU sobre Violência contra Crianças:

O castigo corporal envolve bater ("tapas", "palmadas") nas crianças, com a mão ou com um implemento - chicote, bastão, cinto, sapato, colher de pau etc. Mas também pode envolver, por exemplo, pontapés, sacudir ou jogar crianças, arranhar, beliscar, morder puxar o cabelo ou dar tapas nas orelhas, forçar as crianças a permanecerem em posições desconfortáveis, queimar, escaldar ou forçar a ingestão (por exemplo, lavar a boca das crianças com sabão ou forçá-las a engolir temperos quentes).[14]

A maioria das nações com leis de abuso infantil considera ilegal a inflição deliberada de ferimentos graves ou ações que coloquem a criança em risco óbvio de ferimento grave ou morte.[15] Contusões, arranhões, queimaduras, ossos quebrados, lacerações - bem como "acidentes" repetidos e tratamento rude que podem causar lesões físicas - podem ser abuso físico.[16]

A psicóloga Alice Miller, conhecida por seus livros sobre abuso infantil, considerou que humilhações, surras e espancamentos, tapas etc, são todas formas de abuso, porque ferem a integridade e a dignidade de uma criança, mesmo que suas consequências não sejam visíveis de imediato.[17]

O abuso físico na infância pode levar a dificuldades físicas e mentais no futuro, incluindo revitimização, transtornos de personalidade, transtorno de estresse pós-traumático, transtornos dissociativos, depressão, ansiedade, ideação suicida, transtornos alimentares, abuso de substâncias e agressão. O abuso físico na infância também foi associado à situação de desabrigo (sem-teto) na idade adulta.[18]

Abuso sexual

Ver artigo principal: Abuso sexual de menor

Segundo Azevedo & Guerra (2007), configura-se a violência sexual doméstica como todo ato ou jogo sexual, relação hétero ou homossexual, entre um ou mais adultos e uma criança, tendo por finalidade estimular sexualmente esta criança, ou utilizá-la para obter uma estimulação sexual sobre sua pessoa ou de outra pessoa. Ressalte-se que em ocorrências desse tipo, a criança é sempre vítima e não poderá ser transformada em ré. A intenção do processo de Violência Sexual é sempre o prazer (direto ou indireto) do adulto, sendo que o mecanismo que possibilita a participação da criança é a coerção exercida pelo adulto, coerção esta que tem raízes no padrão adultocêntrico de relações adulto-criança vigente em nossa sociedade... a Violência Sexual Doméstica é uma forma de erosão da infância.

Abuso psicológico

Ver artigo principal: Abuso psicológico

Existem várias definições de abuso psicológico infantil:

  • Em 2013, a American Psychiatric Association (APA) adicionou o Abuso Psicológico Infantil ao DSM-5, descrevendo-o como "atos verbais ou simbólicos não acidentais cometidos pelos pais ou responsáveis pela criança que resultam ou têm potencial para resultar em dano psicológico significativo para a criança."[19]
  • Em 1995, a APSAC definiu o abuso psicológico como: rejeitar, aterrorizar, isolar, explorar, corromper, negar capacidade de resposta emocional ou negligência" ou "Um padrão repetido de comportamentos do cuidador ou incidente(s) extremo(s) que transmitem às crianças que elas são inúteis, imperfeitas, não amadas, indesejadas, sob risco ou que apenas têm valor para atender às necessidades de outra pessoas."[20]
  • Alguns definiram o abuso psicológico como a produção de defeitos psicológicos e sociais no crescimento de uma criança como resultado de comportamentos como gritos, atitude grosseira e rude, desatenção, crítica severa e difamação da personalidade da criança.[16] Outros exemplos incluem xingamentos, ridicularização, degradação, destruição de pertences pessoais, tortura ou morte de animal de estimação, críticas excessivas, demandas inadequadas ou excessivas, retenção de comunicação e uma rotina de rotulagens ou humilhações.[21]

Um estudo coordenado pelo professor Diogo Lara, da Faculdade de Biociências da PUCRS, mostrou que o abuso psicológico em crianças produz adultos cujas chances de tentativa de suicídio aumentaram 17 vezes, o estudo foi feito com base num questionário on-line respondido anonimamente por 10.800 pessoas de todo o Brasil.[22]

Negligência

A negligência infantil é a falha de um pai ou mãe ou outra pessoa com responsabilidade pela criança, em fornecer alimentação, roupas, abrigo, cuidados médicos ou supervisão necessários a um ponto que a saúde, a segurança ou o bem-estar da criança possam estar ameaçados. A negligência é também a falta de atenção das pessoas que cercam a criança e o não atendimento das necessidades relevantes e adequadas para a sobrevivência da criança, o que seria a falta de atenção, de amor e carinho.[16]

Alguns sinais observáveis de negligência infantil incluem: a criança freqüentemente ausenta-se da escola, implora ou rouba comida ou dinheiro, não tem cuidados médicos e dentários, está sempre suja ou não tem roupas adequadas para o clima.[23]

Atos negligentes podem ser divididos em seis subcategorias:[24]

  • Negligência de supervisão: caracterizada pela ausência de um dos pais ou responsável que pode levar a danos físicos, abuso sexual ou comportamento criminoso;
  • Negligência física: caracterizada pelo não atendimento das necessidades físicas básicas, como uma casa segura e limpa;
  • Negligência médica: caracterizada pela falta de atendimento médico;
  • Negligência emocional: caracterizada por falta de estímulo, incentivo e apoio;
  • Negligência educacional: caracterizada pela falta de educação e recursos adicionais dos cuidadores para participar ativamente do sistema escolar; e
  • Abandono: quando o pai ou responsável deixa a criança sozinha por um longo período de tempo sem babá ou responsável.

Crianças negligenciadas podem apresentar atrasos no desenvolvimento físico e psicossocial, possivelmente resultando em psicopatologia e funções neuropsicológicas prejudicadas, incluindo função executiva, atenção, velocidade de processamento, linguagem, memória e habilidades sociais.[25] Os pesquisadores que investigam crianças maltratadas descobriram repetidamente que crianças negligenciadas nas populações de lares adotivos manifestam diferentes reações emocionais e comportamentais para recuperarem ou assegurarem relacionamentos e são frequentemente relatadas como tendo apegos desorganizados e uma necessidade de controlar seu ambiente. É improvável que essas crianças vejam os cuidadores como uma fonte de segurança e, em vez disso, normalmente mostram um aumento nos comportamentos agressivos e hiperativos que podem interromper o apego saudável ou seguro com seus pais adotivos. Essas crianças parecem ter aprendido a se adaptar a um cuidador abusivo e inconsistente, tornando-se cautelosamente autossuficientes e costumam ser descritas como loquazes, manipuladoras e insinceras em suas interações com os outros durante a infância.[26]

Sinais e sintomas

Sintomas comportamentais[27]
Choro e o medo excessivos, ansiedade, fobias, pesadelos, problemas de sono
Distúrbios da fala, abuso de substâncias, autoagressão como cortar-se, comportamento sexualizado

O abuso infantil pode resultar em efeitos físicos adversos imediatos, mas também está fortemente associado a problemas de desenvolvimento humano[28] e com muitos efeitos físicos e psicológicos crônicos, incluindo problemas de saúde subsequentes, incluindo taxas mais altas de condições crônicas, comportamentos de alto risco para a saúde e redução da expectativa de vida.[29][30]

Crianças maltratadas podem crescer e se tornarem adultos que maltratam.[31][32][33] Uma fonte de 1991 relatou que estudos indicam que 90 por cento dos adultos que maltratam foram maltratados quando crianças.[34]

Sinais comportamentais

Uma criança que está sofrendo algum tipo de abuso pode se sentir culpada, envergonhada ou confusa, a criança pode ter medo de contar a alguém sobre o abuso, especialmente se o agressor for um dos pais, um parente ou amigo da família. Alguns comportamento que podem ser alertas:[8]

  • Afastamento de amigos ou de atividades habituais
  • Mudanças no comportamento - como agressividade, raiva, hostilidade ou hiperatividade - ou mudanças no desempenho escolar
  • Depressão,[35] ansiedade[35] ou medos incomuns ou uma perda repentina de autoconfiança
  • Uma aparente falta de supervisão
  • Ausências freqüentes da escola
  • Relutância em abandonar atividades escolares, como se não quisesse ir para casa
  • Tentativas de fugir
  • Comportamento rebelde ou desafiador
  • Auto-mutilação ou tentativas de suicídio[35]

Os sinais e sintomas específicos dependem do tipo de abuso e podem variar e que os sinais de alerta são apenas isso, sinais de alerta, a presença de sinais de alerta não significa necessariamente que uma criança está sendo abusada.[8]

Crianças que sofreram algum tipo de abuso durante muito tempo podem parecer amedrontadas e irritáveis, com frequência, dormem mal, podem se sentir deprimidas ou ansiosas e ter sintomas de estresse pós-traumático, são muito mais propensas a agir de forma violenta ou suicida.[35]

A Faculdade de Medicina da Universidade de Stanford destaca os seguintes sintomas comportamentais de abuso: o choro excessivo ou atraso no desenvolvimento, medo, ansiedade e/ou apego excessivos, fobias, pesadelos, problemas de sono,[35] fazer xixi na cama, retraimento social, hiperatividade, baixa concentração, a criança se distrai facilmente, diminuição do desempenho escolar, absenteísmo escolar crônico (faltas excessivas), distúrbios da fala, comportamento regressivo para a idade, medo do pai, mãe ou cuidador, problemas alimentares, depressão e passividade, aumento de abuso verbal ou comportamento fisicamente agressivo contra outras pessoas, destrói objetos ou fere animais de estimação, abuso de substância, autoagressão como cortar-se, comportamento sexualizado, sintomas de DST, evitação em despir-se, a criança se afasta ao tentar ser examinada, tem medo de fazer exame, excessivamente complacente, passiva, especialmente com partes difíceis ou dolorosas de exames médicos.[27]

Sinais emocionais

O abuso infantil pode causar uma série de efeitos emocionais, as crianças que são constantemente ignoradas, envergonhadas, aterrorizadas ou humilhadas sofrem pelo menos tanto, senão mais, do que se fossem agredidas fisicamente.[36] De acordo com a Joyful Heart Foundation, o desenvolvimento do cérebro da criança é muito influenciado e responde às experiências com famílias, cuidadores e a comunidade.[37] Crianças abusadas podem crescer sentindo inseguranças, baixa auto-estima e falta de desenvolvimento. Muitas crianças vítimas de abuso experimentam dificuldades contínuas com confiança, isolamento social, problemas na escola e formação de relacionamentos.[36]

Bebês e outras crianças pequenas podem ser afetados pelo abuso de maneira diferente do que crianças mais velhas. Bebês e crianças em idade pré-escolar abusadas ou negligenciadas emocionalmente podem ser excessivamente afetuosas com desconhecidos ou pessoas que não conhecem há muito tempo.[38] Podem ter falta de confiança ou ficar ansiosas, parecer não ter um relacionamento próximo com seus pais, exibir um comportamento agressivo ou ser desagradável com outras crianças e animais.[38] As crianças mais velhas podem usar linguagem chula ou agir de maneira marcadamente diferente de outras crianças da mesma idade, lutar para controlar emoções fortes, parecer isoladas de seus pais, carecer de habilidades sociais ou ter poucos ou nenhum amigo.[38]

As crianças também podem experimentar Transtorno de apego reativo, definido como relação social marcadamente perturbada e inadequada para o desenvolvimento, que geralmente começa antes dos 5 anos de idade.[39] O transtorno pode se apresentar como uma falha persistente em iniciar ou responder de maneira apropriada e desenvolvida à maioria das situações sociais. O impacto a longo prazo do abuso emocional não foi amplamente estudado, mas estudos recentes começaram a documentar suas consequências a longo prazo. O abuso emocional tem sido associado ao aumento da depressão, ansiedade e dificuldades nos relacionamentos interpessoais (Spertus, Wong, Halligan e Seremetis, 2003).[39] Vítimas de abuso infantil e negligência têm maior probabilidade de cometer crimes quando adolescentes e adultos.[40]

A violência doméstica também afeta as crianças; embora não seja a criança que está sendo abusada, a criança que testemunha a violência doméstica também sofre grande influência. Estudos de pesquisa conduzidos como o "Estudo Longitudinal sobre os Efeitos do Abuso Infantil e da Exposição das Crianças à Violência Doméstica", mostram que 36,8% das crianças se envolvem em agressões criminais em comparação com 47,5% das crianças maltratadas/agredidas. A pesquisa mostrou que crianças expostas à violência doméstica têm chances aumentadas de problemas comportamentais e emocionais (depressão, irritabilidade, ansiedade, problemas acadêmicos e problemas no desenvolvimento da linguagem).[41]

Sinais físicos

Os efeitos físicos imediatos do abuso ou negligência podem ser relativamente pequenos (hematomas ou cortes) ou graves (ossos quebrados, hemorragia ou mesmo morte). Em alguns casos, os efeitos físicos são temporários; no entanto, a dor e o sofrimento que causam a uma criança não devem ser desconsiderados. Fraturas de costelas podem ser vistas com abuso físico e, se presentes, podem aumentar a suspeita de abuso, mas são encontradas em uma pequena minoria de crianças com lesões relacionadas a maus-tratos.[42][43]

Alguns dos sintomas físicos imediatos também podem ser: dores de cabeça, dor abdominal crônica ou dor abdominal aguda (trauma contuso pode não mostrar marcas externas), sensibilidade, ruídos intestinais ausentes, queixas somáticas vagas, muitas vezes crônicas, agravamento de problemas médicos, como asma, dor de garganta frequente e inexplicável, ganho ou perda de peso anormal, relutância em usar uma mão ou pé, dificuldade em andar ou sentar, desconforto genital ou dor ao urinar ou defecar, sintomas inexplicáveis (causados por envenenamento, ingestão forçada de água, sal etc), vômito; irritabilidade ou respiração anormal que podem representar traumatismo craniano.[27]

Prevenção

A Organização Mundial da Saúde distingue dois tipos de violência vividas por crianças (definidos pelas Nações Unidas como qualquer pessoa com idade entre 0-18 anos) - maus-tratos por parte dos pais e cuidadores de crianças de 0-14 anos e a violência que ocorre em ambientes comunitários de adolescentes com idades entre 15-18 anos. Estes tipos de violência podem ser prevenidos com a abordagem das causas e os fatores de risco específicos de cada tipo. Os maus-tratos por parte dos pais e responsáveis pela educação podem ser prevenidos através de:[44]

  • Redução de gravidezes indesejadas
  • Redução dos níveis nocivos do álcool e uso de drogas ilícitas durante a gravidez;
  • Redução dos níveis nocivos do álcool e uso de drogas ilícitas por pais jovens;
  • Melhora no acesso aos serviços pré e pós-natal de qualidade;
  • Prestação de serviços de visitas domiciliares por profissionais enfermeiros e assistentes sociais às famílias onde as crianças estão em alto risco de maus-tratos; [45]
  • Oferecer treinamento para os pais sobre o desenvolvimento infantil, a disciplina sem violência e habilidades para resolver problemas.

A violência envolvendo crianças em ambientes comunitários pode ser prevenida por meio de:

  • Programas de enriquecimento pré-escolar para uma introdução educacional;[46]
  • Treinamento de habilidades para a vida;
  • Assistência á adolescentes em alto risco para completarem a escolaridade;
  • Redução da disponibilidade do álcool, através da promulgação e aplicação de leis de licenciamento de bebidas, impostos e preços;
  • Restringir o acesso a armas de fogo.

Mitos e fatos sobre abuso infantil

A seguir estão alguns dos mitos comuns sobre o abuso infantil e os fatos que ajudam a compreender a realidade do abuso infantil[47]:

  • Mito: "Crianças inventam histórias sobre abuso"[48]
  • Fato: uma criança raramente inventam sobre abuso, a criança pode mudar o que disse se tiver sido pressionada ou ameaçada a negar algo que aconteceu, ou se tiver medo de ser removida de sua família depois de contar a alguém. Apenas 6% dos casos são fictícios e, nessas situações, trata-se, em geral, de crianças maiores, que objetivam alguma vantagem.[48]
  • Mito: "Às vezes, as crianças têm culpa por seus abusos"
  • Fato: Crianças nunca são culpadas por abusos que sofrem, os adultos são responsáveis ​​por seu próprio comportamento e, não importa como uma criança se comporte, os adultos não têm o direito de prejudicar uma criança.
  • Mito: "As crianças não são afetadas pela violência doméstica se não vêem acontecer"
  • Fato: uma criança não precisa ver a violência doméstica para saber o que está acontecendo e ser afetada por ela, a criança vê como a violência afeta a pessoa próxima a ela.
  • Mito: "Abuso infantil só acontece em famílias pobres" ou "só em famílias problemáticas"[49]
  • Fato: O abuso infantil pode acontecer em qualquer família, independentemente de seu nível social ou educação. Pessoas que maltratam crianças podem vir de qualquer origem, cultura ou religião e ter qualquer tipo de trabalho.
  • Mito: "Apenas crianças pequenas são abusadas"
  • Fato: O abuso infantil pode acontecer a bebês, crianças ou adolescentes. Pode parecer que os adolescentes devam ser capazes de revidar, mas é difícil enfrentar um adulto que está causando o abuso, especialmente um pai ou mãe. O abuso infantil é frequentemente um abuso de poder e confiança, palavras cruéis ou abuso sexual ou físico machucam adolescentes tanto quanto machucam uma criança.
  • Mito: "Disciplina física não é abuso infantil"
  • Fato: as crianças podem ser disciplinadas para se comportarem de uma maneira mais aceitável, a disciplina física se tornará abuso físico se causar danos ou lesões a uma criança, existem muitas maneiras de disciplinar as crianças sem usar a força.
  • Mito: "Só é abuso se for violento"[49] ou "o abuso sexual está associado a lesões corporais"[48]
  • Fato: o abuso físico é apenas um dos tipos de abuso infantil, a negligência infantil ou o abuso sexual ou o psicológico podem causar o mesmo dano, uma vez que os sinais nem sempre são tão óbvios, outras pessoas podem estar menos propensas a intervir. Apenas 30% dos casos possuem evidências físicas, as autoridades devem ser treinadas para as diversas técnicas de identificação de abuso sexual em crianças e adolescentes.
  • Mito: "A maioria dos abusadores de crianças são por desconhecidos"[49] ou "o abuso sexual acontece, na maioria dos casos, longe da casa da criança ou do adolescente"[48]
  • Fato: embora o abuso por desconhecidos aconteça, a maioria dos abusadores são membros da família ou pessoas próximas à família. Abusos sexuais ocorrem, com frequência, dentro ou perto da casa da criança ou do agressor.[48]
  • Mito: "Somente pessoas más abusam de seus filhos"[49]
  • Fato: nem todos os pais ou responsáveis abusivos prejudicam intencionalmente seus filhos, muitos foram eles próprios vítimas de abuso e não conhecem outra forma de serem pais, outros podem estar lutando com problemas de saúde mental ou problemas de abuso de substâncias.
  • Mito: "Crianças abusadas sempre crescem e se tornam abusadores"[49]
  • Fato: é verdadeiro que as crianças abusadas têm mais probabilidade de repetir o ciclo na idade adulta, repetindo inconscientemente o que vivenciaram quando crianças, por outro lado, muitos sobreviventes depois de adultos têm uma forte motivação para proteger seus filhos contra o que passaram e assim se tornarem excelentes pais.

Referências

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Ver também

Brasil


Links externos

  • Abuso e negligência infantil, MSD e os Manuais MSD, Merck Sharp & Dohme Corp., subsidiária da Merck & Co., Inc., Kenilworth, NJ, EUA (em português)
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