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Economia exponencial: diferenças entre revisões

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Teoria que analisa a influência e o impacto de tecnologias exponenciais, como inteligência artificial, biotecnologia, internet das coisas e blockchain, no desenvolvimento econômico. Assim como suas consequências no mercado de trabalho, na distribuição de renda e nas relações de negócios. É fundamentada pela equação de crescimento econômico exponencial criada por Eduardo Ibrahim, faculty global da Singularity University e autor do livro "Economia Exponencial: Da disrupção à abundância em um mundo repleto de máquinas".
Teoria que analisa a influência e o impacto de tecnologias exponenciais, como inteligência artificial, biotecnologia, internet das coisas e blockchain, no desenvolvimento econômico mundial. Assim como suas consequências no mercado de trabalho, na distribuição de renda e nas relações de negócios. É fundamentada pela equação de crescimento econômico exponencial criada por Eduardo Ibrahim, [https://www.su.org/experts/eduardo-ibrahim faculty global da Singularity University] e autor do livro "Economia Exponencial: Da disrupção à abundância em um mundo repleto de máquinas".


== Contexto ==
== Contexto ==
Modelos de [[crescimento econômico]] buscam explicar a geração de recursos através da relação entre [[fatores de produção]]. O [[Modelo de Solow|modelo de crescimento neoclássico]], criado durante a [[Revolução Industrial|revolução industrial]], está na raiz dos [[Sistema económico|sistemas econômicos]] contemporâneos, e uma das maiores críticas a ele é sobre o tratamento do [[Inovação tecnológica|progresso tecnológico]] (inovação) como [[Variáveis exógenas e endógenas|variável exógena]] (externa ao modelo). Esse fato faz com que a produção seja dependente de [[Capital (economia)|capital]] e [[Trabalho (economia)|trabalho]], e a tecnologia usada no modelo seja apenas uma variável de incremento da [[produtividade]] do trabalho, por isso ela também é chamada de conhecimento ou eficiência do trabalho.
Modelos de [[crescimento econômico]] buscam explicar a geração de recursos através da relação entre [[fatores de produção]]. O [[Modelo de Solow|modelo de crescimento neoclássico]] está na raiz dos [[Sistema económico|sistemas econômicos]] contemporâneos, e uma das maiores críticas a ele é sobre o tratamento do [[Inovação tecnológica|progresso tecnológico]] (inovação) como [[Variáveis exógenas e endógenas|variável exógena]] (externa ao modelo). Esse fato faz com que a produção seja dependente de [[Capital (economia)|capital]] e [[Trabalho (economia)|trabalho]], e a tecnologia usada no modelo seja apenas uma variável de incremento da [[produtividade]] do trabalho, por isso ela também é chamada de conhecimento ou eficiência do trabalho.


Com o [[Crescimento exponencial|avanço exponencial]] da tecnologia, é possível observar auto incrementos da produção e uma consequente relação inversamente proporcional ao capital e trabalho. Ou seja, quanto maior for o uso de tecnologia exponencial menor será a necessidade de capital e trabalho, fazendo com que essa tecnologia se torne o fator determinante da produção. Os movimentos de [[digitalização]], [[Automação|hiper automatização]] e [[convergência tecnológica]] têm criado frequentes disrupções de mercados, colocando em risco países e empresas que adotaram o modelo neoclássico de crescimento e distribuição de renda (através de salários).
Com o [[Crescimento exponencial|avanço exponencial]] da tecnologia, é possível observar auto incrementos da produção e uma consequente relação inversamente proporcional ao capital e trabalho. Ou seja, quanto maior for o uso de tecnologia exponencial menor será a necessidade de capital e trabalho, fazendo com que essa tecnologia se torne o fator determinante da produção. Os movimentos de [[digitalização]], [[Automação|hiper automatização]] e [[convergência tecnológica]] têm criado frequentes disrupções de mercados, colocando em risco países e empresas que adotaram o modelo neoclássico de crescimento e distribuição de renda.


Nesse contexto é importante diferenciar [[Tecnologia Exponencial|tecnologia exponencial]] da [[tecnologia]] usada nos modelos neoclássicos. As tecnologias exponenciais podem criar dispositivos inteligentes capazes de produzir e inovar sem a necessidade de aumento de capital ou trabalho (auto incremento) e crescem a taxas observadas pela [[Lei de Moore]] ou outras escalas de [[crescimento exponencial]], podendo fazer com que, no longo prazo, o crescimento seja mantido exclusivamente através de tecnologia. Uma nova realidade econômica surgiu após a [[Era da informação|revolução tecnológica]] e por isso esse modelo foi proposto por Eduardo Ibrahim.
Nesse contexto é importante diferenciar [[Tecnologia Exponencial|tecnologia exponencial]] da [[tecnologia]] usada nos modelos neoclássicos. As tecnologias exponenciais podem criar dispositivos inteligentes capazes de produzir e inovar sem a necessidade de aumento de capital ou trabalho (auto incremento da produção) e crescem a taxas observadas pela [[Lei de Moore]] ou outras escalas de [[crescimento exponencial]], podendo fazer com que, no longo prazo, o crescimento seja mantido exclusivamente através de tecnologia.


== Implicações ==
== Implicações ==
Os modelos neoclássicos podem ser derivados ou sofrer variações para incluir mais ou menos o progresso tecnológico na sua função de produção. Entretanto, assim como na [[História do pensamento económico|história do pensamento econômico]], o trabalho (esforço físico ou intelectual) e o capital (moeda nacional soberana) se mantêm como pressupostos para o incentivo à produção e distribuição de renda. Em vista disso, durante os momentos de avanço tecnológico acelerado, períodos de [[desemprego estrutural]] e consequentes [[Crise econômica|crises econômicas]] podem acontecer até que os trabalhores sejam readequados aos novos empregos (de base tecnológica) e a renda possa ser novamente redistribuída através de salários.
Os modelos neoclássicos podem ser derivados ou sofrer variações para incluir mais ou menos o progresso tecnológico na sua função de produção. Entretanto, assim como na [[História do pensamento económico|história do pensamento econômico]], o trabalho e o capital se mantêm como pressupostos para o incentivo à produção e distribuição de renda. Em vista disso, durante os momentos de avanço tecnológico acelerado, períodos de [[desemprego estrutural]] e consequentes [[Crise econômica|crises econômicas]] podem acontecer até que os trabalhores sejam readequados aos novos empregos de base tecnológica e a renda possa ser novamente redistribuída através de salários.


Como as tecnologias exponenciais aumentam a produção e diminuem a necessidade de capital e trabalho, é natural que empresas e países com capacidade de investimento (capital acumulado) se tornem detentoras dessas tecnologias e se distanciem dos demais em termos de produção de [[Riqueza|riquezas]]. Embora o modelo de crescimento econômico exponencial ainda não seja formalmente adotado entre os países, ele já está acontecendo na prática, através de investimentos massivos em tecnologias como [[inteligência artificial]].
Como as tecnologias exponenciais aumentam a produção e diminuem a necessidade de capital e trabalho, é natural que empresas e países com capacidade de investimento se tornem detentoras dessas tecnologias e se distanciem dos demais em termos de produção de [[Riqueza|riquezas]]. Embora o modelo de crescimento econômico exponencial não seja formalmente adotado, ele já acontece através de investimentos massivos em tecnologias com poder de autoprodução como a [[inteligência artificial]].


Entretanto, o uso de tecnologias exponenciais em um modelo neoclássico e sua consequênte diminuição da necessidade de trabalho, pode gerar um círculo vicioso de acumulação e represamento de capital no [[mercado financeiro]], investido em empresas detentoras de tecnologia exponenciais e portanto, progressivamente com menor necessidade de trabalho. Isso pode gerar um desemprego estrutural permanente e mesmo com sucessivos aumentos de débitos e planos de estímulos aumentando o valor financeiro dos ativos e o [[Produto interno bruto|produto interno bruto (PIB)]], tal conflito pode comprometer a distribuição de renda e o [[Economia do bem-estar|bem estar econômico]] dos trabalhadores, que em última instância são a massa de consumidores da produção dos países.
Vale observar que o uso de tecnologias exponenciais em um modelo neoclássico e sua consequente diminuição da necessidade de trabalho pode gerar um círculo vicioso de acumulação e represamento de capital em empresas detentoras de tecnologia exponenciais, aumentando as assimetrias de renda no mundo. Isso pode gerar desemprego estrutural por períodos maiores, comprometendo a distribuição de renda e o [[Economia do bem-estar|bem estar econômico]] dos trabalhadores, que em última instância são a massa de consumidores da produção dos países.


== Veja também ==
== Veja também ==
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* [[Economia pós-escassez]]
* [[Economia pós-escassez]]
* [[Economia política]]
* [[Economia política]]
{{referencias|group=referencia|refs=<ref>{{Citar livro |nome=Eduardo |sobrenome=Ibrahim|título=Economia Exponencial: Da disrupção à abundância em um mundo repleto de máquinas |editora=AltaBooks |ano=2021 |isbn=978-6555208085}}</ref>

<ref>{{Citar tese |nome=DANEKE |sobrenome=G. A. |título=Machina-economicus or homo-complexicus: Artificial intelligence and the future of economics?|url=http://www.paecon.net/PAEReview/issue93/Daneke93.pdf |ano=2020}}</ref>
<ref>{{Citar tese |nome=MARIN,FERNANDEZ |sobrenome=S.R.,B.P.M. |título=Rethinking Economic Methodology: Complexity, Agent-based models (ABMs) and Individuals.|url=https://www.anpec.org.br/sul/2018/submissao/files_I/i1-0fa7ccbdcd35a305dd39eeea118d9c0a.pdf |ano=2018}}</ref>
<ref>{{Citar tese |nome=SAKAKI |sobrenome=S. |título=Equality in Income and Sustainability in Economic Growth: Agent-Based Simulations on OECD Data.|url=https://doi.org/10.3390/su11205803 |ano=2019}}</ref>
<ref>{{Citar tese |nome=FARMER |sobrenome=J.D. |título=Economics needs to treat the economy as a complex system |url=https://www.ineteconomics.org/uploads/papers/farmer_berlinpaper.pdf |ano=2012}}</ref>
<ref>{{Citar tese |nome=SOUZA,REGO |sobrenome= F.C.,L.C. |título=Collaborative dominance: when doing unto others as you would have them do unto you is reasonable. |url=https://doi.org/10.1590/S0101-74382013005000005 |ano=2013}}</ref>
<ref>{{Citar tese |nome=SIMON |sobrenome= H. |título=Theories of Bounded Rationality. Decision And Organization (pp. 161-176) |url=http://innovbfa.viabloga.com/files/Herbert_Simon___theories_of_bounded_rationality___1972.pdf |ano=1972}}</ref>}}
[[Categoria: Estudos de ciência e tecnologia|Estudos de ciência e tecnologia]]
[[Categoria: Estudos de ciência e tecnologia|Estudos de ciência e tecnologia]]

Revisão das 01h40min de 26 de fevereiro de 2023

Teoria que analisa a influência e o impacto de tecnologias exponenciais, como inteligência artificial, biotecnologia, internet das coisas e blockchain, no desenvolvimento econômico mundial. Assim como suas consequências no mercado de trabalho, na distribuição de renda e nas relações de negócios. É fundamentada pela equação de crescimento econômico exponencial criada por Eduardo Ibrahim, faculty global da Singularity University e autor do livro "Economia Exponencial: Da disrupção à abundância em um mundo repleto de máquinas".

Contexto

Modelos de crescimento econômico buscam explicar a geração de recursos através da relação entre fatores de produção. O modelo de crescimento neoclássico está na raiz dos sistemas econômicos contemporâneos, e uma das maiores críticas a ele é sobre o tratamento do progresso tecnológico (inovação) como variável exógena (externa ao modelo). Esse fato faz com que a produção seja dependente de capital e trabalho, e a tecnologia usada no modelo seja apenas uma variável de incremento da produtividade do trabalho, por isso ela também é chamada de conhecimento ou eficiência do trabalho.

Com o avanço exponencial da tecnologia, é possível observar auto incrementos da produção e uma consequente relação inversamente proporcional ao capital e trabalho. Ou seja, quanto maior for o uso de tecnologia exponencial menor será a necessidade de capital e trabalho, fazendo com que essa tecnologia se torne o fator determinante da produção. Os movimentos de digitalização, hiper automatização e convergência tecnológica têm criado frequentes disrupções de mercados, colocando em risco países e empresas que adotaram o modelo neoclássico de crescimento e distribuição de renda.

Nesse contexto é importante diferenciar tecnologia exponencial da tecnologia usada nos modelos neoclássicos. As tecnologias exponenciais podem criar dispositivos inteligentes capazes de produzir e inovar sem a necessidade de aumento de capital ou trabalho (auto incremento da produção) e crescem a taxas observadas pela Lei de Moore ou outras escalas de crescimento exponencial, podendo fazer com que, no longo prazo, o crescimento seja mantido exclusivamente através de tecnologia.

Implicações

Os modelos neoclássicos podem ser derivados ou sofrer variações para incluir mais ou menos o progresso tecnológico na sua função de produção. Entretanto, assim como na história do pensamento econômico, o trabalho e o capital se mantêm como pressupostos para o incentivo à produção e distribuição de renda. Em vista disso, durante os momentos de avanço tecnológico acelerado, períodos de desemprego estrutural e consequentes crises econômicas podem acontecer até que os trabalhores sejam readequados aos novos empregos de base tecnológica e a renda possa ser novamente redistribuída através de salários.

Como as tecnologias exponenciais aumentam a produção e diminuem a necessidade de capital e trabalho, é natural que empresas e países com capacidade de investimento se tornem detentoras dessas tecnologias e se distanciem dos demais em termos de produção de riquezas. Embora o modelo de crescimento econômico exponencial não seja formalmente adotado, ele já acontece através de investimentos massivos em tecnologias com poder de autoprodução como a inteligência artificial.

Vale observar que o uso de tecnologias exponenciais em um modelo neoclássico e sua consequente diminuição da necessidade de trabalho pode gerar um círculo vicioso de acumulação e represamento de capital em empresas detentoras de tecnologia exponenciais, aumentando as assimetrias de renda no mundo. Isso pode gerar desemprego estrutural por períodos maiores, comprometendo a distribuição de renda e o bem estar econômico dos trabalhadores, que em última instância são a massa de consumidores da produção dos países.

Veja também

Referências

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