Callicebus miltoni: diferenças entre revisões
imagem |
Foi adicionado alguns tópicos como ecologia, comportamento, revisão taxonômica do animal, além de uma descrição morfológica mais detalhada. |
||
Linha 1: | Linha 1: | ||
{{Info/Taxonomia |
|||
| nome = ''Callicebus miltoni'' |
| nome = ''Callicebus miltoni'' |
||
| estado = Não avaliada |
| estado = Não avaliada |
||
Linha 18: | Linha 18: | ||
}} |
}} |
||
''''' |
'''''Plecturocebus miltoni''''' é uma espécie de [[macaco]] da família [[Pitheciidae]] subfamília [[Callicebinae]]. [[Endemismo|Endêmica]] do [[Brasil]], pode ser encontrada na depressão de Roosevelt-Aripuanã, região interfluvial entre os rios [[Rio Roosevelt|Roosevelt]] e [[rio Aripuanã|Aripuanã]], nos estados do [[Mato Grosso]] e [[Amazonas]].<ref name=":0">{{citar periódico |autor=Dalponte, J.C.; Silva, F.E.; Sousa e Silva Jr., J. |ano=2014 |título=New species of titi monkey, genus ''Callicebus'' Thomas, 1903 (Primates, Pitheciidae), from Southern Amazonia, Brazil |periódico=Papéis Avulsos de Zoologia |volume=54 |número=32 |páginas=457‑472 |doi=10.1590/0031-1049.2014.54.32 }}</ref> Possui coloração cinza e cauda laranja. Foram avistados pelo pesquisador Julio César Dalponte, do Instituto para a Conservação dos Carnívoros Neotropicais, em 2010.<ref name="El Pais"></ref> A descoberta foi publicada pela [[revista científica]] Papéis Avulsos de Zoologia em 2014.<ref name="El Pais"></ref><ref>{{Citar web|titulo = Novo macaco nas árvores da Amazônia — Ciência Hoje|url = http://cienciahoje.uol.com.br/noticias/2015/05/novo-macaco-nas-arvores-da-amazonia|website = cienciahoje.uol.com.br|acessodata = 2016-02-18}}</ref> Seu nome é uma homenagem a [[Milton Thiago de Mello]], um primatólogo brasileiro.<ref name="El Pais">El País. [http://brasil.elpais.com/brasil/2015/03/04/ciencia/1425493069_048805.html Nova espécie de macaco é descoberta na selva amazônica brasileira]. Acesso em 5 de março de 2015</ref> |
||
Os macacos que pertencem a esta [[espécie]] possuem sua [[Pelo|pelagem]] em tons de laranja escuro na cabeça, próximo aos olhos e boca. Além disso, sua testa tem uma faixa cinza claro que contrasta com o cinza escuro presente no restante do corpo. Ainda na cabeça, as orelhas possuem uma cor bastante parecida com o cinza do corpo, com exceção das bordas, estas são cinza claro. O restante do corpo desses macacos continua seguindo o padrão de cor cinza em sua região [[dorsal]] até a base da cauda. Peito, barriga e partes internas dos membros são laranja claro, assim como todo o restante da cauda.<ref name=":0" /> |
|||
{{Referências}} |
|||
⚫ | |||
{{Pitheciidae}} |
|||
== Ecologia == |
|||
Até o momento não há na literatura atual muitos dados disponíveis sobre a [[ecologia]] desta espécie. Sabe-se que os macacos Titi ocorrem em uma ampla variedade de [[Hábitat|habitats]], embora algumas espécies exibam preferências de habitat. A área onde foi registrado ''Plecturocebus miltoni'' é uma [[Floresta ombrófila aberta|floresta ombrófila]] aluvial aberta. Na região do Rio Roosevelt, ''P. miltoni'' foi encontrado nos estratos alto e médio da floresta ombrófila.<ref name=":0" /> |
|||
== Comportamento == |
|||
A espécie não difere das características marcantes presentes em seu gênero [[Plecturocebus]], alta [[Território (animal)|territorialidade]] e vocalização de longa duração, essas ocorrem geralmente pela parte da manhã. Entretanto seu comportamento durante o restante do dia ainda é bastante desconhecido e isso acaba dificultando a localização dos indivíduos do gênero. Além disso, essa espécie também se agrupa para formar bandos. Foram particularmente mais avistados durante as manhãs e em períodos chuvoso onde costuma ter uma maior disponibilidade de alimento.<ref name=":0" /> |
|||
== Conservação == |
|||
A [[distribuição geográfica]] de ''P.miltoni'' é de aproximadamente 4.921.540 ha, localizada principalmente no estado de Mato Grosso. O restante está no estado do Amazonas e uma pequena parcela no extremo leste de Rondônia. ¼ da distribuição geográfica dessa espécie está inclusa dentro de UCs, sendo algumas de uso sustentável e outras totalmente protegidas. Além de uma parte estar presente dentro de terras indígenas. A caça não parece representar risco para a espécie na região, embora isso possa eventualmente acontecer, principalmente em território indígena. A captura de bebês primatas para serem usados como animais de estimação é frequente e comum nas comunidades tradicionais amazônicas. Não é incomum as pessoas venderem seus animais de estimação para pessoas de fora da comunidade, e este é um dos potenciais problemas de conservação dessa espécie.<ref name=":0" /> |
|||
== Revisão taxonômica == |
|||
Inicialmente a espécie foi descrita como ''Callicebus miltoni'', entretanto após uma revisão [[Taxonomia|taxonômica]] de 2016 focada nos primatas conhecidos como zogue-zogue (na [[Amazônia]]) ou [[Guigó|guigós]] (na [[Mata Atlântica]] e [[Caatinga]]), este gênero foi partido em três. Atualmente o nome ''Callicebus'' é utilizado apenas para os guigós da Caatinga e Mata atlântica, enquanto os macacos amazônicos receberam o gênero ''Plecturocebus'' (sul, sudoeste e oeste da Amazônia) e ''[[Cheracebus]]'' (norte da Amazônia). Então finalmente, a espécie descrita recebeu o binômio ''Plecturocebus miltoni''.<ref>{{Citar periódico |url=http://www.frontiersinzoology.com/content/13/1/10 |título=Phylogenetic relationships of the New World titi monkeys (Callicebus): first appraisal of taxonomy based on molecular evidence |data=2016-12 |acessodata=2023-12-13 |periódico=Frontiers in Zoology |número=1 |ultimo=Byrne |primeiro=Hazel |ultimo2=Rylands |primeiro2=Anthony B. |lingua=en |doi=10.1186/s12983-016-0142-4 |issn=1742-9994 |pmc=PMC4774130 |pmid=26937245 |ultimo3=Carneiro |primeiro3=Jeferson C. |ultimo4=Alfaro |primeiro4=Jessica W. Lynch |ultimo5=Bertuol |primeiro5=Fabricio |ultimo6=da Silva |primeiro6=Maria N. F. |ultimo7=Messias |primeiro7=Mariluce |ultimo8=Groves |primeiro8=Colin P. |ultimo9=Mittermeier |primeiro9=Russell A.}}</ref>{{Referências}} |
|||
⚫ | |||
{{Pitheciidae}}{{ORDENACAOPADRAO:Plecturocebus miltoni}} |
|||
[[Categoria:Callicebus]] |
[[Categoria:Callicebus]] |
||
[[Categoria:Mamíferos descritos em 2014]] |
[[Categoria:Mamíferos descritos em 2014]] |
Revisão das 18h27min de 13 de dezembro de 2023
Callicebus miltoni | |||||||||||||||||
---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|
Estado de conservação | |||||||||||||||||
Não avaliada | |||||||||||||||||
Classificação científica | |||||||||||||||||
| |||||||||||||||||
Nome binomial | |||||||||||||||||
Callicebus miltoni Dalponte, Siva & Sousa e Silva, 2014 |
Plecturocebus miltoni é uma espécie de macaco da família Pitheciidae subfamília Callicebinae. Endêmica do Brasil, pode ser encontrada na depressão de Roosevelt-Aripuanã, região interfluvial entre os rios Roosevelt e Aripuanã, nos estados do Mato Grosso e Amazonas.[1] Possui coloração cinza e cauda laranja. Foram avistados pelo pesquisador Julio César Dalponte, do Instituto para a Conservação dos Carnívoros Neotropicais, em 2010.[2] A descoberta foi publicada pela revista científica Papéis Avulsos de Zoologia em 2014.[2][3] Seu nome é uma homenagem a Milton Thiago de Mello, um primatólogo brasileiro.[2]
Os macacos que pertencem a esta espécie possuem sua pelagem em tons de laranja escuro na cabeça, próximo aos olhos e boca. Além disso, sua testa tem uma faixa cinza claro que contrasta com o cinza escuro presente no restante do corpo. Ainda na cabeça, as orelhas possuem uma cor bastante parecida com o cinza do corpo, com exceção das bordas, estas são cinza claro. O restante do corpo desses macacos continua seguindo o padrão de cor cinza em sua região dorsal até a base da cauda. Peito, barriga e partes internas dos membros são laranja claro, assim como todo o restante da cauda.[1]
Ecologia
Até o momento não há na literatura atual muitos dados disponíveis sobre a ecologia desta espécie. Sabe-se que os macacos Titi ocorrem em uma ampla variedade de habitats, embora algumas espécies exibam preferências de habitat. A área onde foi registrado Plecturocebus miltoni é uma floresta ombrófila aluvial aberta. Na região do Rio Roosevelt, P. miltoni foi encontrado nos estratos alto e médio da floresta ombrófila.[1]
Comportamento
A espécie não difere das características marcantes presentes em seu gênero Plecturocebus, alta territorialidade e vocalização de longa duração, essas ocorrem geralmente pela parte da manhã. Entretanto seu comportamento durante o restante do dia ainda é bastante desconhecido e isso acaba dificultando a localização dos indivíduos do gênero. Além disso, essa espécie também se agrupa para formar bandos. Foram particularmente mais avistados durante as manhãs e em períodos chuvoso onde costuma ter uma maior disponibilidade de alimento.[1]
Conservação
A distribuição geográfica de P.miltoni é de aproximadamente 4.921.540 ha, localizada principalmente no estado de Mato Grosso. O restante está no estado do Amazonas e uma pequena parcela no extremo leste de Rondônia. ¼ da distribuição geográfica dessa espécie está inclusa dentro de UCs, sendo algumas de uso sustentável e outras totalmente protegidas. Além de uma parte estar presente dentro de terras indígenas. A caça não parece representar risco para a espécie na região, embora isso possa eventualmente acontecer, principalmente em território indígena. A captura de bebês primatas para serem usados como animais de estimação é frequente e comum nas comunidades tradicionais amazônicas. Não é incomum as pessoas venderem seus animais de estimação para pessoas de fora da comunidade, e este é um dos potenciais problemas de conservação dessa espécie.[1]
Revisão taxonômica
Inicialmente a espécie foi descrita como Callicebus miltoni, entretanto após uma revisão taxonômica de 2016 focada nos primatas conhecidos como zogue-zogue (na Amazônia) ou guigós (na Mata Atlântica e Caatinga), este gênero foi partido em três. Atualmente o nome Callicebus é utilizado apenas para os guigós da Caatinga e Mata atlântica, enquanto os macacos amazônicos receberam o gênero Plecturocebus (sul, sudoeste e oeste da Amazônia) e Cheracebus (norte da Amazônia). Então finalmente, a espécie descrita recebeu o binômio Plecturocebus miltoni.[4]
Referências
- ↑ a b c d e Dalponte, J.C.; Silva, F.E.; Sousa e Silva Jr., J. (2014). «New species of titi monkey, genus Callicebus Thomas, 1903 (Primates, Pitheciidae), from Southern Amazonia, Brazil». Papéis Avulsos de Zoologia. 54 (32): 457‑472. doi:10.1590/0031-1049.2014.54.32
- ↑ a b c El País. Nova espécie de macaco é descoberta na selva amazônica brasileira. Acesso em 5 de março de 2015
- ↑ «Novo macaco nas árvores da Amazônia — Ciência Hoje». cienciahoje.uol.com.br. Consultado em 18 de fevereiro de 2016
- ↑ Byrne, Hazel; Rylands, Anthony B.; Carneiro, Jeferson C.; Alfaro, Jessica W. Lynch; Bertuol, Fabricio; da Silva, Maria N. F.; Messias, Mariluce; Groves, Colin P.; Mittermeier, Russell A. (dezembro de 2016). «Phylogenetic relationships of the New World titi monkeys (Callicebus): first appraisal of taxonomy based on molecular evidence». Frontiers in Zoology (em inglês) (1). ISSN 1742-9994. PMC PMC4774130 Verifique
|pmc=
(ajuda). PMID 26937245. doi:10.1186/s12983-016-0142-4. Consultado em 13 de dezembro de 2023