Saltar para o conteúdo

Idealismo russo: diferenças entre revisões

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Conteúdo apagado Conteúdo adicionado
nova página: miniaturadaimagem|400x400px|''Na Rússia. A Alma do Povo'' (1914), por [[Mikhail Nesterov. A pintura representa os filósofos Vladimir Soloviov, Liev Tolstói e Fiódor Dostoiévski]] O '''idealismo russo''' refere-se principalmente a movimentos idealistas de pensadores principalmente situados no contexto cultural e histórico da Era de Prata russa (final do século XIX e começo do XX).<ref name=":0">{{Citar liv...
(Sem diferenças)

Revisão das 21h33min de 5 de fevereiro de 2024

Na Rússia. A Alma do Povo (1914), por Mikhail Nesterov. A pintura representa os filósofos Vladimir Soloviov, Liev Tolstói e Fiódor Dostoiévski

O idealismo russo refere-se principalmente a movimentos idealistas de pensadores principalmente situados no contexto cultural e histórico da Era de Prata russa (final do século XIX e começo do XX).[1]

Em particular a duas tendências: em sentido mais amplo, a um idealismo literário e cultural, que surgiu em reação ao positivismo e que propunha a valorização moral da dignidade humana e a renovação social e espiritual. Seu impulso metafísico definia o movimento modernista russo nessa época, propondo-se como alternativo ao realismo e buscando solucionar os graves problemas políticos e a decadência social. Seus pensadores propunham uma ênfase humanista sobre a questão moral, afirmando a possibilidade de uma mensagem universal que era ao mesmo tempo nacional e cosmopolita, baseada nas questões individuais e sociais endereçadas pela tradição cultural russa. Alguns também enfatizavam o papel da religião.[1][2] Em outro sentido, refere-se em particular a um idealismo metafísico, representado por filósofos russos com tendência sistemática de explicar a mente ou de propor que a realidade era mental (idealismo absoluto). Ambas as tendências costumavam estar unidas em alguns dos principais expoentes.[1][3][4][5][6]

Dentre os principais pensadores, incluem-se Soloviov, Berdiaev, Bulgakov, Kozlov, Florensky, Losski, Losev.[3][7] Apesar de dominante, o idealismo russo se encerrou em 1922 quando, devido ao pensamento idealista de seus adeptos se contrapor como uma alternativa à ideologia marxista da União Soviética, diversos intelectuais idealistas ou considerados idealistas pelo regime soviético foram exilados nos chamados navios dos filósofos.[8][9][10] Dentro os nomes mais proeminentes de seus expoentes, Nikolai Berdiaev e Nikolai Losski continuaram escrevendo em seu exílio.[8]

História

Desenvolvimento

Em revolta contra o positivismo, os pensadores idealistas da Rússia defendiam uma virada à ética, metafísica e inclusive à religião. Essa tendência se iniciou o mais cedo por volta de 1870, com os escritos idealistas metafísicos de Boris Chicherin e Vladimir Soloviov, ambos os quais defendiam a dignidade humana e um fundamento kantiano para a autonomia moral e autodeterminação. Chicherin era o maior teórico hegeliano e liberal russo, e serviu de ponte ligando a precedente época filosófica russa de 1840 ao reavivamento neoidealista da Era de Prata; foi muito influente por suas obras. Soloviov, em 1874, defendera a tese de mestrado A Crise da Filosofia Ocidental: Contra os Positivistas, também altamente impactante. Ambos eram humanistas.[11]

Na virada do século, Sergei Bulgakov elaborou publicações programáticas de idealismo e cunhou a fórmula "do marxismo ao idealismo"; seu movimento era representado pela publicação Problemy idealizma. Bulgakov ecoava A Crise da Filosofia Ocidental de Soloviov, afirmando que havia uma sobrevalorização da ciência a todo custo, depreciando outras partes do ser humano como a liberdade e a religião. Em torno dessa publicação, um grupo de intelectuais discutiam em comum uma visão idealista sobre ciências sociais, história, lei, ciência e filosofia de Nietzsche, durando de 1901 a 1903. Dentre eles estavam Nikolai Berdiaev, Peter Struve, Semyon Frank, Pavel Novgorodtsev, S. A. Askoldov, Bogdan Kistyakovski e Sergei Trubetskoy. Alguns desses pensadores, muitos deles ex-marxistas, compuseram a publicação semanal Vikhe, culminando em 1909 na crítica ao radicalismo revolucionário da intelligentsia russa e clamando em um manifesto por uma renovação espiritual.[1][12]

Berdiaev vinculou a tendência idealista ao romantismo russo.[1] Em 1902, ele publicou Problemas do Idealismo, ainda com vestígios de influências kantianas e marxistas, que depois seriam abandonadas.[13] Depois, em 1904, publicou O novom russkom idealizme ("Sobre o novo idealismo russo") na Voprosy filosofii i psikhologii, dando essa interpretação sobre o movimento:[1]

"As conclusões revelaram-se as seguintes: o nosso movimento idealista é inteiramente nacional e independente; tenta, com base nas tradições que nos foram legadas pela história do pensamento filosófico, resolver o problema do indivíduo e o problema da progresso, e leva à filosofia da liberdade e à libertação"

Já na vertente mais estritamente filosófica, a sede do movimento idealista russo foi a Sociedade Psicológica de Moscou, que publicava a influente Voprosy filosofii i psikhologii.[1] Eles buscavam, em geral, explicar a natureza da consciência humana.[6] Porém orientações similares de idealismo eram também encontradas em outras universidades, com um principal foco sendo as inspiradoras palestras neokantianas de Aleksandr Vasilevsky.[1] Uma outra das importantes fontes de influência foram também os escritos de teólogos ortodoxos da Academia Teológica de São Petersburgo, do século anterior.[14] No idealismo russo clássico, era característica uma primazia da ontologia sobre a epistemologia e a ética,[14] e poderia haver um humanismo secular, como o de Semyon Frank.[15]

Os idealistas russos herdavam disposições diretas ou indiretas do platonismo, e Frances Nethercott afirma que havia uma "vertente platônica" do idealismo russo. Mas os idealistas russos não adotavam um mesmo sistema. Por exemplo, com o passar dos anos alguns deles se ativeram ferrenhamente ao monismo e a uma crítica à ciência cada vez mais forte, que beirava ao irracionalismo e a uma substituição pela religião; o exemplo maior disso era Berdiaev, que afirmava o cultivo do espírito como valor absoluto. Já outros neoidealistas defendiam os estudos acadêmicos e os valores democráticos liberais, como representa Kistyakovski.[16] Apesar de Kant ter formado um grande núcleo de seus ideais, o idealismo russo se caracterizava notadamente por uma sofiologia, uma busca de Sofia em contraste com o Logos, ou razão; também se diferenciavam em afirmar que a mente captam as coisas-em-si como elas são. Isso pode ser visto até Alexei Losev, considerado o último idealista russo.[17]

Na mesma época, outros pensadores elaboravam sistemas filosóficos próprios idealistas.[11][1] Esses filósofos também se basearam em algumas outras vertentes diferentes daquelas que inspiraram Chicherin e Soloviov. Uma dessas tradições filosóficas foi o neoleibnizianismo russo,[18] fundado por Alexei Kozlov e que advogava o pampsiquismo. Ele foi desenvolvido por Lev Lopatin e Nikolai Losski, os quais também tiveram foco sobre o personalismo. Lopatin chamou seu sistema de "espiritualismo concreto", em um sistema de idealismo transcendental que retomava Descartes e Leibniz.[11] Já Losski afirmava um neoleibnizianismo baseado na intuição, chamado "intuitivismo personalista", com fortes elementos do neoplatonismo, dentre outros conceitos.[18][19]

Além do mais, outros neoidealistas se contrapunham diretamente ao idealismo alemão, tentando responder ao hegelianismo e à falência do idealismo absoluto. Pensadores alemães eram criticados e se avançavam novas interpretações dos estudos de Platão por Soloviov e Losev. Eles afirmavam que a Teoria das Formas não negava a matéria, e davam valor à individualidade de uma maneira caracterizada por um senso de acesso direto da realidade, como afirma Losski. Isso os levava a considerar os aspectos sociais da condição humana e que o caráter ideal na realidade não era apenas subjetivo, mental ou ilusório―uma consideração que era compartilhada também por filósofos pré-revolucionários.[20][21]

Como parte da mesma geração de jovens, além dos neoidealistas também havia os marxistas revisionistas como críticos do positivismo.[16] O materialismo também estava em crescimento na mesma época, e as tendências idealistas russas (e do kantismo e neokantismo europeu em geral) serviram de combustível a intensas críticas por teóricos como Gueorgui Plekhanov e Vladimir Lênin.[22] Em 1909, Lênin publicara Materialismo e Empiriocriticismo, com duras críticas à tendência então dominante do idealismo russo e a seus proponentes, Berdiaev e Bulgakov.[23]

Período soviético

Durante as campanhas anti-intelectuais soviéticas de 1920 a 1922, associações se formaram em descontentamento aos princípios do marxismo científico, as quais eram muito populares entre trabalhadores e reavivaram o idealismo. Dentre esses grupos, incluíam-se a Associação Filosófica Livre de Petrogrado e a Academia Livre de Cultura Espiritual de Berdiaev. Em 1922, diversos periódicos foram proibidos pelas autoridades soviéticas por conterem inclinações "antisoviéticas e místico-idealistas".[24] Dentre aqueles que se incluíram no exílio forçado da intelligentsia no mesmo ano, estavam Berdiaev, Bulgakov, Losski e Frank, o que marcou o fim da corrente idealista religiosa que era dominante na filosofia russa.[23]

A partir de 1930, durante a estalinização, surgiu a alcunha "idealismo menchevizante" (men’shevistvuyushchiy idealizm) utilizado para rotular negativamente pensadores,[25] como por exemplo em perseguição contra os deborinistas;[26] a psicólogos como Kornilov e Vygotsky;[27][28] e a Evald Ilienkov e Valentin Korovikov.[29]

Considerações por pensadores soviéticos

Em Sobre a questão da Dialética (1915), Lênin escreveu:[30]

"O idealismo filosófico é apenas um absurdo do ponto de vista do materialismo bruto, simples e metafísico. Do ponto de vista do materialismo dialético, por outro lado, o idealismo filosófico é um desenvolvimento überschwengliches, unilateral e exagerado de uma das características, aspectos, facetas do conhecimento em um absoluto, divorciado da matéria, da natureza, apoteotizado."

A essa afirmação subscreveu também Lev Vygotsky, quando a citou em referência e escreveu em seu diário: "idealismo não é sem sentido".[30]

Atualidade

Há várias tentativas por acadêmicos russos de se determinar a relação entre as antigas e as modernas variantes de idealismo. Segundo Frances Nethercott, há duas formas principais que os estudiosos empregaram para alcançar uma definição do idealismo russo: uma baseada em registros sistemáticos e teóricos, em reconstrução do pensamento; e outra, por meio de narrativas histórico-filosóficas.[31]

Considerações de pensadores marxistas russos

  1. a b c d e f g h i Evtuhov, Catherine (18 de outubro de 2018). The Cross and the Sickle: Sergei Bulgakov and the Fate of Russian Religious Philosophy,1890–1920 (em inglês). [S.l.]: Cornell University Press 
  2. Bykova, Marina F.; Steiner, Lina (22 de maio de 2021). «Introduction: On Russian Thought and Intellectual Tradition». In: Bykova, Marina F.; Forster, Michael N.; Steiner, Lina. The Palgrave Handbook of Russian Thought (em inglês). [S.l.]: Springer Nature 
  3. a b Hamburg, G. M.; Poole, Randall A. (22 de abril de 2010). A History of Russian Philosophy 1830–1930: Faith, Reason, and the Defense of Human Dignity (em inglês). [S.l.]: Cambridge University Press 
  4. Bykova, Marina F.; Steiner, Lina (22 de maio de 2021). «Introduction: On Russian Thought and Intellectual Tradition». In: Bykova, Marina F.; Forster, Michael N.; Steiner, Lina. The Palgrave Handbook of Russian Thought (em inglês). [S.l.]: Springer Nature 
  5. Horujy, Sergey S. (22 de maio de 2021). «Russian Religious Philosophy: The Nature of the Phenomenon, Its Path, and Its Afterlife». In: Bykova, Marina F.; Forster, Michael N.; Steiner, Lina. The Palgrave Handbook of Russian Thought (em inglês). [S.l.]: Springer Nature 
  6. a b Poole, Randall A. (1999). «The Neo-Idealist Reception of Kant in the Moscow Psychological Society». Journal of the History of Ideas (2): 319–343. ISSN 0022-5037. doi:10.2307/3653858 
  7. Mehlich, Julia B.; Mehlich, Steffen H. (4 de julho de 2022). «The "Philosophy Steamer." A Dialogue Returns to Russia: Guest Editors' Introduction». Russian Studies in Philosophy (em inglês) (4): 265–273. ISSN 1061-1967. doi:10.1080/10611967.2022.2126660 
  8. a b Nemeth, Thomas (24 de julho de 2019). The Later Solov’ëv: Philosophy in Imperial Russia (em inglês). [S.l.]: Springer 
  9. Weststeijn, Willem G. (1 de janeiro de 1994). «The Russian Émigré-Journal Versty». Brill (em alemão): 169–197. ISBN 978-90-04-44935-0. Consultado em 5 de fevereiro de 2024 
  10. Lektorsky, Vladislav (10 de janeiro de 2019). «The Russian Philosophy of the Second Half of the Twentieth Century as a Sociocultural Phenomenon». In: Lektorsky, Vladislav; Bykova, Marina F. Philosophical Thought in Russia in the Second Half of the Twentieth Century: A Contemporary View from Russia and Abroad (em inglês). [S.l.]: Bloomsbury Publishing 
  11. a b c Hamburg, G. M.; Poole, Randall A. (22 de abril de 2010). «Introduction: The humanist tradition in Russian philosophy». A History of Russian Philosophy 1830–1930: Faith, Reason, and the Defense of Human Dignity (em inglês). [S.l.]: Cambridge University Press 
  12. Sciabarra, Chris Matthew (13 de junho de 2015). Ayn Rand: The Russian Radical (em inglês). [S.l.]: Penn State Press 
  13. Nemeth, Thomas (7 de março de 2022). Russian Neo-Kantianism: Emergence, Dissemination, and Dissolution (em inglês). [S.l.]: Walter de Gruyter GmbH & Co KG 
  14. a b Nemeth, Thomas (1 de dezembro de 2021). «Philosophy in the Early St. Petersburg Theology Academy: toward the roots of classical Russian idealism». Studies in East European Thought (em inglês) (4): 495–515. ISSN 1573-0948. doi:10.1007/s11212-021-09434-1. Consultado em 5 de fevereiro de 2024 
  15. Nemeth, Thomas (2018). «Kantian Ethical Humanism in Late Imperial Russia». Kantian journal. 37 (3): 56–76. ISSN 0207-6918. doi:10.5922/0207-6918-2018-3-3 
  16. a b Nemeth, Thomas (22 de abril de 2010). «Russian ethical humanism: from populism to neo-idealism». In: Hamburg, G. M.; Poole, Randall A. A History of Russian Philosophy 1830–1930: Faith, Reason, and the Defense of Human Dignity (em inglês). [S.l.]: Cambridge University Press 
  17. Oittinen, Vesa (13 de setembro de 2016). «Kant and Russian idealism: A litmus test of modernisation». In: Lehtisaari, Katja; Mustajoki, Arto. Philosophical and Cultural Interpretations of Russian Modernisation (em inglês). [S.l.]: Taylor & Francis 
  18. a b Zenkovsky, V. V. (23 de junho de 2014). «Part III. The Period of Systems». A History of Russian Philosophy. Volume II (em inglês). Londres; Nova Iorque: Routledge
  19. Duong, Nhan Thi; Sudakova, Natalia E.; Boitsova, Irina S.; Gorbatenko, Olga; Babieva, Nigina S. (junho de 2021). «Towards exploring Lossky's philosophical personalism» (PDF). XLinguae. 14 (3) 
  20. Nethercott, Frances (31 de julho de 2019). Russia's Plato: Plato and the Platonic Tradition in Russian Education, Science and Ideology (1840–1930) (em inglês). [S.l.]: Routledge 
  21. Chernyak, Leon (outubro de 1988). «The theme of language in the works of P. A. Florenskii and in the hermeneutics of H.-G. Gadamer». Studies in Soviet Thought. 36 (3): 203–220. ISSN 0039-3797. doi:10.1007/bf01043782 
  22. Frede, Victoria S.; Poole, Randall A. (22 de abril de 2010). «Materialism and the radical intelligentsia: the 1860s». In: Hamburg, G. M.; Poole, Randall A. A History of Russian Philosophy 1830–1930: Faith, Reason, and the Defense of Human Dignity (em inglês). [S.l.]: Cambridge University Press 
  23. a b Renfrew, Alastair (13 de novembro de 2014). Mikhail Bakhtin (em inglês). [S.l.]: Routledge 
  24. Finkel, Stuart (2003). «Purging the Public Intellectual: The 1922 Expulsions from Soviet Russia». The Russian Review (4): 589–613. ISSN 0036-0341. Consultado em 5 de fevereiro de 2024 
  25. Oittinen, Vesa (26 de outubro de 2022). «'Menshevising Idealism' and Stalinisation of Philosophy» (PDF). Taylor & Francis. Culture and Stalinism (em English). ISBN 978-1-003-21983-5 
  26. Dafermos, Manolis (17 de maio de 2018). Rethinking Cultural-Historical Theory: A Dialectical Perspective to Vygotsky (em inglês). [S.l.]: Springer 
  27. Bakhurst, David (1999). «Social memory in Soviet thought». In: Lloyd, Peter; Fernyhough, Charles. Lev Vygotsky: Critical Assessments (em inglês). [S.l.]: Taylor & Francis 
  28. Fraser, Jennifer; Yasnitsky, Anton (16 de setembro de 2015). «Desconstructing Vygostky's victimization narrative: a re-examination of the "Stalinist supression" of Vygotskian theory». In: Yasnitsky, Anton; Veer, René Van der. Revisionist Revolution in Vygotsky Studies: The State of the Art (em inglês). [S.l.]: Routledge 
  29. Bakhurst, David (10 de janeiro de 2019). «Punks versus Zombies: Evald Ilyenkov and the Battle for Soviet Philosophy». In: Lektorsky, Vladislav; Bykova, Marina F. Philosophical Thought in Russia in the Second Half of the Twentieth Century: A Contemporary View from Russia and Abroad (em inglês). [S.l.]: Bloomsbury Publishing 
  30. a b Zavershneva, Еkaterina; Veer, René van der (24 de janeiro de 2018). Vygotsky’s Notebooks: A Selection (em inglês). [S.l.]: Springer 
  31. Nethercott, Frances (31 de julho de 2019). Russia's Plato: Plato and the Platonic Tradition in Russian Education, Science and Ideology (1840–1930) (em inglês). [S.l.]: Routledge 

Leitura adicional