A Dança (Picasso)

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A Dança
A Dança (Picasso)
Autor Pablo Picasso
Data 1956
Técnica Óleo sobre tela
Dimensões 100 × 81 
Localização Roubada do
Museu da Chácara do Céu
, Rio de Janeiro

A Dança (em francês, La Danse) é uma pintura a óleo sobre tela, medindo 100 cm de altura por 81 cm de largura, executada em 1956 pelo pintor catalão Pablo Picasso. A obra é exemplar do período tardio do autor, marcado por uma indefinição do estilo, já descrito como uma amálgama de elementos diversos de suas fases anteriores, com grande ênfase no colorido e composição de matiz "expressionista".[1]

Esta fase derradeira, em que Picasso reposiciona a pintura como tema central de sua produção, é frequentemente marcada por releituras, interpretações e outras formas de diálogos com grandes nomes da história da arte. A obra em pauta pode ser compreendida como uma espécie de releitura da célebre A Dança, de Henri Matisse. Picasso declarou certa vez, sobre sua "cordial rivalidade" com Matisse (caucada em diferenças diametrais de ambos sobre a importância da cor e da forma para a pintura), que "Jamais alguém olhou tão bem para a pintura de Matisse, como eu; e ninguém olhou para a minha pintura melhor do que ele." Em A Dança, Picasso tenta "associar à harmonia matissiana uma tensão estrutural, característica dos desenvolvimentos plásticos pós-cubistas".[1][2]

A obra foi adquirida pelo colecionador Raymundo Ottoni de Castro Maya em 1959, durante um leilão em Paris, e legada pelo proprietário ao Museu da Chácara do Céu, equipamento dos Museus Castro Maya, no Rio de Janeiro.[3] Em 24 de fevereiro de 2006, um bando armado invadiu o museu e roubou a pintura, junto com outras quatro obras: as telas Os Dois Balcões de Salvador Dalí, Marinha de Claude Monet e Jardim de Luxemburgo de Henri Matisse, e o livro Toros, com poemas de Pablo Neruda e ilustrações de Picasso. Todas as obras são tombadas pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN).[4]

As obras permanecem desaparecidas. De acordo com relatos de testemunhas do ocorrido, a tela de Picasso foi perfurada quando um segurança do museu se envolveu em luta corporal com um dos bandidos. A Polícia Federal encontrou pouco tempo depois, em uma favela do Rio de Janeiro, a moldura da obra queimada, com pedaços da tela, o que reforça a hipótese da obra ter sido incinerada. A Associação de Amigos dos Museus Castro Maia oferece uma recompensa de dez mil reais a quem apresentar informações que possam levar à recuperação dos bens tombados.[4][5].[6]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. a b Alencar (ed.), 1996, pp. 128.
  2. Beuttenmüller, Alberto. «Matisse e Picasso, lado a lado». Digestivo Cultural. Consultado em 25 de março de 2012 
  3. Alencar (ed.), 1996, pp. 24.
  4. a b «Ladrões brasileiros danificaram "A dança"». Jornal de Notícias. Consultado em 25 de março de 2012 
  5. «Quadro de Picasso pode ter sido queimado». Terra. Consultado em 25 de março de 2012 
  6. «Especial - Monet, Matisse, Dali e Picasso são roubados do Museu da Chácara do Céu». IPHAN. Consultado em 13 de fevereiro de 2012 

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • Alencar, Vera Maria Abreu de, ed. (1996). Os Museus Castro Maya. São Paulo: Banco Safra. CDD-708.981 53 
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