Belle danse

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Luís XIV como Apolo no Ballet de la Nuit (belle danse, 1653).[1][2][3][4]

A belle danse (do francês "dança elegante"), também chamada dança barroca, é um estilo formado por danças de salão da corte (ballet de cour), populares na Europa, principalmente na França, durante o período barroco (séculos XVI-XVIII)[1][2][5][6] principalmente à música e ao teatro barroco (tragédia na música, balé de ópera, menuet, bourrée, gavotte).[7] Estudada e ensinada em escolas de dança modernas, como uma arte histórica cultural.[7]

Foi atualizado por pesquisadores / historiadores da dança que reabilitaram uma arte e um estilo de dança que o balé romântico havia simplificado e padronizado.[8][9]

Seguindo Francine Lancelot e a empresa "Ris et Danceries" muitas companhias apresentam hoje o repertório barroco, geralmente reconstituído a partir das obras do coreógrafo francês Raoul Feuillet e seus sucessores.

História[editar | editar código-fonte]

As belle-danse foram influenciadas por danças populares francesas e italianas, bem como danças de corte espanholas e inglesas.[8] Que eram caracterizadas por movimentos elegantes e graciosos, realizados com postura ereta e refinada, acompanhadas por música de câmara.

Ao longo do tempo, as belle danse evoluiram e se transformando em outras formas de dança, como o balé clássico, que se desenvolveu na França no século XVIII, incorporando o uso de técnicas de movimento precisos/controlados e, a ênfase na elegância e na graça.[7][10]

O escritor e coreógrafo francês francês Pierre Rameau do século XVIII (1674-1748) influenciou a dança barroca na França e em toda a Europa, fazendo a documentação e preservação da técnica e do estilo da dança barroca, além do trabalho realizado na corte de Versalhes.[11][12][10]

Pierre Rameau é considerado um dos maiores historiadores da belle danse, que escreveu vários tratados sobre dança, incluindo "Le Maître a danser" (O Mestre de Dança, em 1725) que tornou-se uma referência para a dança barroca.[7][12][13] Pois descreve em detalhes as técnicas e passos, informa a etiqueta e as convenções sociais da dança na corte francesa, também fornece instruções para o ensino da dança, incluindo a preparação do corpo e a importância da musicalidade na coreografia.[13][14]

Além disso, Rameau contribuiu para o desenvolvimento da notação de dança, criando um sistema de notação que permitia registrar as coreografias e ensiná-las a outros dançarinos.[14][15]

Características[editar | editar código-fonte]

A belle danse inicialmente era uma dança formal de salão, um tipo de dança cortesã, realizada em eventos sociais e cerimônias da nobreza e elite européia do período barroco (a partir do século XVI[5][6] (desde a década de 1960 o barroco é chamado tanto de período quanto de estilo), frequentemente retratada em pinturas. Ela era caracterizada pela e elegância de seus movimentos bastante complexos, que envolviam uma série de movimentos fluidos dos braços e pernas, cuidadosamente coreografados e ensaiados.[7] Incluia gestos e expressões faciais incorporados do teatro que ajudam a contar uma história e transmitir a emoção. Onde os dançarinos usavam trajes elaborados e pesados, muitas vezes adornados com joias.

Compasso rítmico[editar | editar código-fonte]

No século XVII a interpretação das danças barrocas é extremamente codificada em relação à música. A sua classificação depende do compasso e do número de tempos que contêm.[8][16][17]

Rítmica duas vezes três vezes 4 tempos
Binário[7]
Ternário[7]
  • nervosismo (6/8)
  • canário (6/4 ou 6/8)
  • forlan (6/4)
  • loura (6/4)

Veja também[editar | editar código-fonte]

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • Marcelle Benoit (dir. ), Dicionário de música na França do XVII XVII E século 18 séculos, Paris, Fayard, 1992ISBN 2-213-02824-9 .
  • "O Novo Bosque. Dicionário de Música e Músicos". Editado por Stanley Sadie. Macmillan, 1980.

Referências[editar | editar código-fonte]

  1. a b Frajuca, Cheyenne Cordeiro (17 de novembro de 2021). «O traje das protagonistas do balé clássico: história, trajetória e conservadorismo» (PDF). Consultado em 13 de abril de 2023. Resumo divulgativo 
  2. a b «Las reinas de la danza en la corte francesa». Danza Ballet (em espanhol). 30 de julho de 2018. Consultado em 13 de abril de 2023 
  3. MONTEIRO, GEORGE RICARDO CARVALHO (2019). O traje de cena da Sílfide do balé La Sylphide de Philippe Taglioni e Pierre Lacotte: um estudo dos aspectos formais do design e das técnicas de construção. Col: PÓS-GRADUAÇÃO EM TÊXTIL E MODA. [S.l.]: Universidde de São Paulo 
  4. Silva, Marta Filipa Queirós da (2012). «Influências da Dança Clássica e Hip-Hop em jovens praticantes em centros de dança» (PDF). Lisboa: Universidade Aberta (UAB). Mestrado em Arte e Educação. Consultado em 13 de abril de 2023. Resumo divulgativo 
  5. a b «Dança Barroca». Passos do Barroco. Consultado em 21 de março de 2023 
  6. a b «A Baroque Glossary – Music of the Baroque». www.baroque.org. Consultado em 28 de abril de 2016 
  7. a b c d e f g The Oxford handbook of the Baroque. John D. Lyons. New York, NY: [s.n.] 2019. ISBN 9780190678449. OCLC 1060180555. Resumo divulgativo 
  8. a b c Harris-Warrick, Rebecca (2016). Dance and drama in French baroque opera : a history. New York: [s.n.] ISBN 9781316777817. OCLC 1242480341. Resumo divulgativo 
  9. Homans, Jennifer (2011). Apollos angels: a history of ballet. London: Granta. ISBN 9781847084545. OCLC 696852557. Resumo divulgativo 
  10. a b Relevance and marginalisation in Scandinavian and European performing arts 1770-1860 : questioning canons. Randi M. Selvik, Annabella Skagen, Svein Gladsø. Abingdon, Oxon: Routledge. 30 de dezembro de 2020. ISBN 9781000296570. OCLC 1196820180. Resumo divulgativo 
  11. Collection, New York Public Library Dance (1974). Dictionary Catalog of the Dance Collection: A List of Authors, Titles, and Subjects of Multi-media Materials in the Dance Collection of the Performing Arts Research Center of the New York Public Library (em inglês). [S.l.]: New York Public Library, Astor, Lenox, and Tilden Foundations 
  12. a b Lancelot, Claude (1682). Abregé de la nouvelle methode pour apprendre facilement & en peu de temps la langue grecque (em francês). [S.l.]: Chez Denys Thierry 
  13. a b LEON, ANNA (2022). EXPANDED CHOREOGRAPHIES - CHOREOGRAPHIC HISTORIES : trans-historical perspectives beyond dance and... human bodies in motion. [Place of publication not identified]: [s.n.] OCLC 1346261382. Resumo divulgativo 
  14. a b Dance theory : source readings from two millennia of Western dance : a critical anthology. Tilden A. Russell, Oxford University Press. New York, NY: [s.n.] 2020. OCLC 1122910954. Resumo divulgativo 
  15. Dance on its own terms : histories and methodologies. Melanie Bales, Karen Eliot. New York: [s.n.] 2013. OCLC 858861485. Resumo divulgativo 
  16. Law, Hedy (2020). Music, pantomime and freedom in enlightenment France. Woodbridge, Suffolk, UK: [s.n.] ISBN 9781783275601. OCLC 1178765734. Resumo divulgativo 
  17. Mather, Betty Bang (1987). Dance rhythms of the French Baroque : a handbook for performance. Dean M. Karns. Bloomington: Indiana University Press. ISBN 9780253316066. OCLC 15222942. Resumo divulgativo 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]