Bem-Te-Vi (criminoso)

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Bem-Te-Vi
Data de nascimento 12 de fevereiro de 1970
Local de nascimento Varjota, Ceará
Data de morte 29 de setembro de 2005 (35 anos)
Local de morte Rio de Janeiro,  Rio de Janeiro
Nacionalidade(s) brasileiro
Crime(s) Tráfico de drogas, formação de quadrilha e homicídio

Erismar Rodrigues Moreira (Varjota, 12 de fevereiro de 1970Rio de Janeiro, 29 de setembro de 2005), mais conhecido como "Bem-Te-Vi", foi um criminoso brasileiro, que após a morte do traficante Lulu da Rocinha, em 2004, e as consequentes disputas pelo poder paralelo na favela, tornou-se o chefe do tráfico local.

Até 2004, Bem-Te-Vi, terceiro na linha de sucessão de Lulu, era ligado ao Comando Vermelho. Porém com a invasão da favela pelo traficante Dudu, em 9 de abril, apoiada pelo próprio CV, e a morte de Lulu pela polícia na sequência destes eventos, houve uma ruptura no comando do crime na favela.

Após a morte de Lulu e a fuga de seu rival Dudu, assumiu o controle da favela o traficante André da Costa Brito, o Zarur. Em 2004, Zarur foi morto por seu antigo aliado, o criminoso conhecido como Lyon, também integrante da quadrilha de Lulu, que permaneceu ligado ao Comando Vermelho. Lyon passou a dominar a parte alta da favela, por oposição a Bem-Te-Vi, que se aliou ao Amigos dos Amigos e passou a dominar a parte baixa, dividindo assim a Rocinha entre as duas facções.

Bem-Te-vi venceu a disputa com Lion e tomou o controle da favela, tornando-se com isso um dos maiores e mais procurados traficantes cariocas durante mais de um ano. Durante o tempo em que foi chefe do tráfico na Rocinha, deu abrigo ao assaltante Pedro Dom e tinha o hábito de organizar festas e bailes funk regados a uísque e cocaína. Considerava-se uma celebridade,[1] gabando-se de usar armas banhadas em ouro e conviver com artistas e jogadores de futebol[1] — frequentemente requisitados para partidas na Rocinha em troca de segurança.

O goleiro Júlio César, um dos que jogaram uma partida na favela, chegou a reclamar para Bem-Te-Vi de um assalto sofrido por um amigo nos arredores da favela.[1] Romário foi outro a ter de depor na polícia por conta de envolver-se com o traficante, ainda que indiretamente: seu ex-cunhado, a mesma pessoa que apresentara Júlio César a Bem-Te-Vi, vinha aproximando Romarinho — filho de Romário — ao traficante, expondo-o como um herói.[1] O próprio Romário costumava se desvencilhar dos convites de Bem-Te-Vi, ciente de que poderia ser usado pelo traficante.[1] O ex-jogador garantiria que não sabia o que se passava com seu filho.[1]

Em 29 de outubro de 2005, após uma ação ousada onde alugaram uma casa na Rocinha e tiveram que passar lá uma noite inteira sem qualquer auxílio, policiais civis mataram Bem-Te-Vi em confronto, numa ação que foi bastante elogiada por toda a imprensa carioca.

Referências

  1. a b c d e f "Tráfico de influência", Lédio Carmona, Placar número 1289, dezembro de 2005, Editora Abril, pág. 68-73

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