Bifosfonato

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Estrutura química geral dos bifosfonatos determinam as propriedades químicas do fármaco e distinguem os tipos individuais de bifosfonatos. Esta estrutura química proporciona uma alta afinidade para a hidroxiapatita, permitindo um metabolismo ósseo rápido e específico.

Os bifosfonatos ou bisfosfonatos (BFs) são uma classe de medicamentos que previnem a diminuição da densidade mineral óssea, geralmente usados no tratamento de osteoporose e outras doenças com fragilidade óssea.[1]

Mecanismo de ação[editar | editar código-fonte]

O tecido ósseo sofre remodelação constante. Os osteoblastos são células responsáveis pela formação de novo tecido ósseo, enquanto os osteoclastos reabsorvem o mesmo tecido, deste modo acarretando no equilíbrio, pois os ossos são reservas de sais minerais como cálcio e magnésio. Os bifosfonatos inibem a reabsorção óssea [osteoclastos], estimulando-os a sofrerem apoptose — morte celular programada — retardando assim, a absorção óssea.[2] O tecido ósseo adulto é caracterizado pela presença de cálcio e fosfato, na forma de cristais de hidroxiapatita, na qual os BFs têm alta afinidade. Este fator pode explicar o longo período de retenção do fármaco nos ossos, havendo relatos que podem ultrapassar os 10 anos no organismo.[3]

O efeito de 3 a 5 anos de tratamento com bisfosfonatos pode durar por outros 3 a 5 anos. Os bifosfonatos reduzem o risco de fracturas entre 35 e 62%.[4]

Características do fármaco.[nota 1]
Nome genérico Potência relativa Via de administração
Etidronato 1x Intravenosa
Tiludronato 10x Oral
Clordronato 10x Intravenosa / Oral
Pamidronato 100x Intravenosa
Alendronato 500x Oral
Ibandronato 1 000x Intravenosa / Oral
Risendronato 2 000x Oral
Zolendronato 10 000x Intravenosa

Indicações[editar | editar código-fonte]

É usada no tratamento de:

Efeitos colaterais[editar | editar código-fonte]

O efeito colateral mais severo e não incomum desses medicamentos é o desenvolvimento de osteonecrose dos maxilares — maxila e mandíbula —, por eles causarem um comprometimento na vascularização e reparação óssea. Em 2004 foi publicada a primeira série de relatos que alertavam sobre seu efeito adverso, denominado osteonecrose dos maxilares.[6] Acerca das hipóteses causadoras deste efeito induzido pelo agente antirreabsortivo são: diminuição da angiogênese — neoformação de vasos sanguíneos — por inibirem não somente os osteoclastos, como também os mediadores da inflamação, estando diretamente relacionado ao processo de reparo de lesões ósseas; toxicidade à mucosa local; fatores genéticos e; supressão da remodelação óssea mediada pelos osteoclastos — este último, sendo o mais aceito pela comunidade científica.[7]

Os comprimidos podem causar inflamação do esôfago e estômago (gastrite), que pioram ao deitar, portanto se recomenda não deitar uma hora após tomar o comprimido. A forma intravenosa pode causar sintomas de gripe nos primeiros usos.[carece de fontes?]

Notas

  1. Adaptada de colaboradores.[5]

Referências

  1. National Osteoporosis Society. «Drug Treatment». U.K. National Osteoporosis Society. Consultado em 7 de agosto de 2012 
  2. Weinstein RS, Roberson PK, Manolagas SC (January 2009). "Giant osteoclast formation and long-term oral bisphosphonate therapy". N. Engl. J. Med. 360 (1): 53–62. doi:10.1056/NEJMoa0802633. PMC 2866022. PMID 19118304.
  3. Russell, R G G; Watts, N B; Ebetino, F H; et al. (Junho de 2008). «Mechanisms of action of bisphosphonates: similarities and differences and their potential influence on clinical efficacy». Osteoporosis International. 19 (6): 733–59. PMID 18214569. doi:10.1007/s00198-007-0540-8. Consultado em 9 de janeiro de 2021 
  4. Serrano AJ, Begoña L, Anitua E, Cobos R, Orive G (December 2013). "Systematic review and meta-analysis of the efficacy and safety of alendronate and zoledronate for the treatment of postmenopausal osteoporosis". Gynecol. Endocrinol. 29 (12): 1005–14. doi:10.3109/09513590.2013.813468. PMID 24063695.
  5. Ferreira, Junior; Casado, Priscila Ladeira; Barboza, Eliane dos Santos Porto (Dezembro de 2007). «Osteonecrose Associada aos Bifosfonatos na Odontologia» (PDF). Revista Periodontia. 17 (4): 24–30. Consultado em 10 de janeiro de 2021 
  6. Scully, Crispian; Carlos Madrid, Jose Bagan (Setembro de 2006). «Dental endosseous implants in patients on bisphosphonate therapy». International Journal of Implant Dentistry. 15 (3): 212–218. PMID 16966893. doi:10.1097/01.id.0000236120.22719.02. Consultado em 9 de janeiro de 2021 
  7. Ruggiero, Salvatore L. (Fevereiro de 2013). «Emerging concepts in the management and treatment of osteonecrosis of the jaw». Oral and Maxillofacial Surgery Clinics of North America. 25 (1): 11–20. PMID 23159218. doi:10.1016/j.coms.2012.10.002. Consultado em 9 de janeiro de 2021 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]