Burnaburias II

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Burnaburias II
Rei da Babilônia
Burnaburias II
Carta de Burnaburias II ao faraó Aquenáton trazida de Telel Amarna que atualmente está no Museu Britânico
Reinado 1 359 - 1 353 a.C.
Antecessor(a) Cadasmanenlil I
Sucessor(a) Caracardas
Pai Assurubalite I (?)
Filho(s) Caraindas, Caracardas, Malnigal

Burnaburias II (em acádio: Bur-ra-Bu-ri-ia- aš; lit. "servo ou protegido de Burias") foi o 10º rei da dinastia cassita da Babilônia, reinando de 1 359 até 1 353 a.C.. Ele seria o filho do rei assírio Assurubalite I. Burias (como dito na literatura), o deus da tempestade, possa ser equivalente ao deus grego Bóreas.[1][2]

Reinado[editar | editar código-fonte]

Burnaburias e Aquenáton[editar | editar código-fonte]

As cartas de Amarna registram trocas diplomáticas de presentes entre Burnaburias e o faraó Aquenáton. Burnaburias deu ao faraó cavalos e lápis-lazúli e este retribuiu com ouro, marfim e ébano. Porém, Burnaburias ficou ofendido, pois Aquenáton enviou apenas cinco carruagens para a Babilônia para escoltar a filha de Burnaburias até sua casa real no Egito. Mesmo assim, o casamento ocorreu conforme programado, com Aquenáton enviando presentes de noiva suficientes para preencher quatro colunas e 307 linhas de um inventário cuneiforme.[3]

Esperançosamente, esse gesto nilótico corrigiu, mas Burnaburias II não era um sogro fácil de agradar. Em uma ocasião anterior, quando o faraó prometeu enviar 50 libras de ouro, o rei cassita derreteu os artefatos assim que chegaram e descobriu que faltavam. Ele então enviou uma carta de reclamação, evitando o insulto direto, sugerindo que algum subalterno egípcio deve ter errado ao contabilizar o carregamento.[3]

Burnaburias e Assurubalite I[editar | editar código-fonte]

Quando o rei da Assíria Assurubalite I também começou a correspondência diplomática com o faraó Aquenáton, Burnaburias II perguntou:

"Quanto aos meus vassalos assírios, não os enviei a vocês. Por que eles foram para o seu país sem permissão? Se você for fiel a mim, eles não negociarão nada. Envie-os de volta de mãos vazias!"[4]

As cartas também revelam uma imagem diferente do rei cassita como, por exemplo, quando ele pede ao faraó para enviar "seu irmão" algum ouro ou outros presentes, o que pode ser mesquinharia do rei.[4]

Burnaburias, incapaz de impedir o reconhecimento da Assíria como um estado independente, fez seu filho Caraindas casar com a filha de Assurubalite, Mubalitate-Seru.[5]

Referências

  1. Roux 1964, p. 221.
  2. Roux 1964, pp. 233-234.
  3. a b Bertman 2005, p. 81.
  4. a b Meroop 2008, p. 138.
  5. Kuhrt 1995, pp. 352.

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • Roux, George (1964). Ancient Iraq. Crows Nest, Austrália: Allen & Unwin. ISBN 978-0140125238 
  • Bertman, Stephen (2005). Handbook to Life in Ancient Mesopotamia. Oxônia: Imprensa da Universidade de Oxônia. ISBN 978-0195183641 
  • Meroop, Marc Van de (2008). Historia starożytnego Bliskiego Wschodu ok. 3000-323 p.n.e. Cracóvia: Imprensa da Universidade Jaguelônica. ISBN 978-83-233-2540-6 
  • Kuhrt, Amélie (1995). The Ancient Near East: c.3000–330 BC. Londres: Routledge. ISBN 978-0415167628