Capitão Nelson

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Capitão Nelson
Capitão Nelson
Capitão Nelson durante convenção partidária em 2020
64° Prefeito de São Gonçalo
Período 1 de janeiro de 2021
até a atualidade
Vice-prefeito Sérgio Gevú
Antecessor(a) José Luiz Nanci
Vereador de São Gonçalo
Período 1 de janeiro de 2005
até 1 de janeiro de 2021[nota 1]
Deputado Estadual do Rio de Janeiro
Período 26 de março de 2019
até 28 de maio de 2020
Dados pessoais
Nome completo Nelson Ruas dos Santos
Nascimento 6 de maio de 1958 (65 anos)
Niterói, RJ
Nacionalidade brasileiro
Filhos(as) Douglas Ruas
Partido PSC (2004-2016)
Avante (2016-2021)
PL (2021-presente)

Nelson Ruas dos Santos (Niterói, 6 de maio de 1958), mais conhecido como Capitão Nelson, é um policial militar reformado e político brasileiro filiado ao Partido Liberal (PL).[1] Atualmente é o prefeito da cidade de São Gonçalo, cargo que ocupa desde janeiro de 2021.

Carreira política[editar | editar código-fonte]

Morador de São Gonçalo desde os 4 anos de idade, Nelson iniciou sua carreira militar tornando-se fuzileiro naval em 1977, tendo na sequência ingressado na Polícia Militar, onde comandou uma Guarnição de Patamo durante 10 anos. Em 2001, foi promovido a capitão da PM e em 2003 passa a chefiar o 35.° Batalhão, em Itaboraí, onde ficou por cinco meses, quando retornou ao batalhão de São Gonçalo.

Incentivado por amigos, Nelson se afasta da Polícia Militar para ingressar na política, se candidatando a vereador pela primeira vez em 2004, pelo PSC, sendo eleito com 3 375 votos. Foi reeleito por mais três vezes para a Câmara Municipal. Nas eleições de 2018, concorreu ao cargo de Deputado Estadual pelo Avante, recebendo 24 204 votos e ficando como suplente. No entanto, com a prisão de Marcos Abrahão na Operação Furna da Onça, Nelson se licencia da Câmara de Vereadores de São Gonçalo para assumir uma cadeira na Alerj em 26 de março de 2019.[2] Como deputado, foi o responsável por trazer o programa Segurança Presente para São Gonçalo.

Em 2011, Capitão Nelson foi citado no relatório final da CPI das Milícias da ALERJ acusado por uma ligação do Disque-Denúncia de liderar um grupo de 14 policiais civis e militares que atuaria no Jardim Catarina, um dos bairros mais populosos do município. O então vereador não chegou a ser indiciado.

Em 28 de maio de 2020, com a soltura e retomada do mandato de Marcos Abrahão, Nelson deixou a ALERJ e retornou à Câmara de Vereadores de São Gonçalo, tendo se licenciado do cargo mais uma vez em junho, agora para se dedicar a sua pré-campanha à prefeitura da cidade.

Em convenção realizada no dia 11 de setembro de 2020, Capitão Nelson foi oficializado como candidato do Avante à Prefeitura de São Gonçalo, tendo o ex-vereador Sérgio Gevú como candidato a vice da chapa "Avança São Gonçalo", formada por Avante, PL e PSDB.[3] No primeiro turno, Nelson recebeu 22,82% dos votos válidos, avançando para a disputa do 2° turno com 0,20% de diferença para o terceiro colocado, o ex-deputado federal Dejorge Patrício (Republicanos). Durante a disputa do 2° turno, recebeu apoio do presidente Jair Bolsonaro e da bancada bolsonarista, incluindo os deputados federais Carlos Jordy e Otoni de Paula Júnior e o deputado estadual Filippe Poubel, além da adesão do ex-deputado Roberto Sales e do vice-prefeito Ricardo Pericar, candidatos derrotados no primeiro turno. Em 29 de novembro de 2020, Capitão Nelson foi eleito prefeito de São Gonçalo ao receber 50,79% dos votos válidos, revertendo uma disputa apertada contra seu oponente, o ex-secretário de saúde Dimas Gadelha (PT), que obteve 49,21% dos votos.[4]

Pouco mais de 1 mês após assumir a prefeitura de São Gonçalo, Nelson deixa o Avante, legenda pela qual se elegeu, e se filia ao Partido Liberal.[5]

Prefeito de São Gonçalo (2021 - presente)[editar | editar código-fonte]

A gestão de Nelson Ruas começou em 1° de janeiro de 2021 e está prevista para terminar em 1° de janeiro de 2025. As primeiras semanas ficaram reconhecidas pelo enorme mutirão de limpeza que se espalhou pela cidade, com podas de árvores e desentupimento de esgotos. Nos meses seguintes, a gestão Nelson foi responsável pela inauguração oficial do Teatro Municipal Gonçalense (obra que durou cinco anos), a abertura do Restaurante do Povo, obras de infraestrutura e pela implantação de programas como Asfalta São Gonçalo e Cidade Ilustrada, direcionadas ao recapeamento de estradas e pintura de viadutos, respectivamente.[6][7]

Controvérsias[editar | editar código-fonte]

Acusações de nepotismo[editar | editar código-fonte]

No primeiro dia de mandato, Nelson nomeou seu filho, Douglas Ruas, como secretário de Gestão Integrada e Projetos. A nomeação teve uma péssima repercussão na mídia e entre a oposição ao governo, gerando uma denúncia de nepotismo por parte do Ministério Público, o que foi negado por ele e pela prefeitura. Douglas permaneceu a frente da pasta até abril de 2022, quando deixou o cargo para se candidatar a deputado estadual nas eleições do mesmo ano, quando foi eleito.

Falta de organização no plano de vacinação contra a Covid-19[editar | editar código-fonte]

Em 5 de fevereiro de 2021, a vacinação geral contra o Covid-19 foi suspensa em São Gonçalo por falta de doses após a secretaria de Saúde liberar a vacinação para funcionários da Saúde de todas as idades. Várias pessoas de municípios vizinhos foram à cidade para tomar a primeira dose. Essa situação causou conflitos entre o secretário André Vargas e os vereadores, principalmente os da oposição. Vargas acabou exonerado do cargo em novembro de 2021.

Ofensas à Niterói e Maricá[editar | editar código-fonte]

Durante a campanha do segundo turno das eleições de 2022, Nelson direcionou ofensas às populações de Niterói e Maricá num comício do então presidente e candidato à reeleição Jair Bolsonaro em São Gonçalo. Ao citar a disputa judicial entre as cidades acerca da redistribuição dos recursos dos royalties do petróleo, Nelson declarou: “Nós estamos numa briga ferrenha com o município de Maricá e Niterói por conta dos royalties do petróleo. Eles são um bando de filho da p... que estão brigando com São Gonçalo”. A fala gerou revolta e críticas da população e políticos de ambos os municípios. No dia seguinte ao comício, Nelson afirmou que o xingamento era direcionado aos prefeitos das duas cidades (Axel Grael e Fabiano Horta, respectivamente) e não aos moradores.[8][9]

Notas

  1. Esteve licenciado de 27 de março de 2019 até 28 de maio de 2020 para ocupar o cargo de deputado estadual do Rio de Janeiro após a prisão do titular Marcos Abrahão na Operação Furna da Onça. Licenciou-se em definitivo no dia 20 de julho de 2020 para concorrer à prefeitura de São Gonçalo na Eleição municipal de São Gonçalo de 2020.

Referências

  1. «Conheça o Capitão Nelson». 30 de setembro de 2020. Consultado em 30 de novembro de 2020 
  2. «Alerj convoca suplentes para vagas de deputados que tomaram posse presos». 26 de março de 2020. Consultado em 30 de novembro de 2020 
  3. Enfoco, Plantão (11 de setembro de 2020). «Capitão Nelson é confirmado na corrida eleitoral em São Gonçalo». Plantão Enfoco. Consultado em 30 de novembro de 2020 
  4. Rio, G1 (29 de novembro de 2020). «Capitão Nelson (Avante) é eleito prefeito de São Gonçalo, RJ». G1. Consultado em 30 de novembro de 2020 
  5. Correio da Manhã, Jornal (5 de fevereiro de 2021). «Coluna Magnavita: Capitão a bordo do PL». Correio da Manhã. Consultado em 5 de fevereiro de 2021 
  6. São Gonçalo, Prefeitura de (16 de janeiro de 2023). «Asfalto de ponta a ponta em São Gonçalo». Consultado em 8 de novembro de 2023 
  7. São Gonçalo, Prefeitura de (10 de setembro de 2023). «São Gonçalo ganha letreiro às margens de rodovia». Consultado em 8 de novembro de 2023 
  8. «Ao lado de Bolsonaro, Capitão Nelson xinga vizinhos de Maricá e Niterói». Jornal Extra. 18 de outubro de 2022. Consultado em 8 de novembro de 2023 
  9. «Capitão Nelson se explica após xingar prefeitos de Maricá e Niterói». Enfoco. 19 de outubro de 2022. Consultado em 8 de novembro de 2023 

Precedido por
José Luiz Nanci
Prefeito de São Gonçalo
2021 — em exercício
Sucedido por