Cemitério dos Vivos

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Cemitério dos Vivos
Autor(es) Brasil Lima Barreto
Idioma português
País Brasil Brasil
Gênero Romance
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Cemitério dos Vivos

Cemitério dos Vivos é um romance inacabado do escritor brasileiro Lima Barreto (1881-1923), escrito em um período de internação do escritor no Hospital Nacional de Alienados, no Rio de Janeiro, entre 1919 e 1920.

A obra é dividida em duas partes, sendo a primeira O Diário do Hospício onde Barreto escreve sobre suas memórias no manicômio. A segunda parte, inacabada, é ficcional e aborda uma experiência em hospital psiquiátrico.

Ainda de referência autobiográfica, a obra revela um autor revoltado com as injustiças e os preconceitos que sofre, através do narrador-protagonista, Vicente Mascarenhas, cuja vida, como a do autor, é marcada por tragédias pessoais.[1]

Sinopse[editar | editar código-fonte]

A obra acompanha a vida de Vicente Mascarenhas, um homem alcoólatra com uma história trágica. Logo de início, o narrador-protagonista conta sobre seu casamento com Efigênia, filha da dona da pensão onde morava. Com ela, Mascarenhas tem um filho. Após enviuvar, o personagem é internado no Hospital Nacional de Alienados, no Natal de 1919.

Tema[editar | editar código-fonte]

Em O cemitério dos vivos, o autor mais uma vez transpôs os limites entre escritos confessionais e ficcionais, ao afirmar:[2]

Expiei bem duramente essa minha falta íntima, que tantos sentimentos desencontrados fez surgir em mim, tantas dores deu nascimento, como verão no decorrer destas páginas, que são mais de uma simples obra literária, mas uma confissão que se quer exteriorizar, para ser eficaz e salutar o arrependimento que ela manifesta.
— Lima Barreto, O Cemitério dos Vivos,[3]

Crítica[editar | editar código-fonte]

Publicado após o falecimento do autor, Cemitério dos Vivos claramente faz referência à vida de Lima Barreto, um alcoólatra que é internado em hospitais psiquiátricos, assim como seu personagem.

Barreto relata o sofrimento daqueles que eram colocados à margem da sociedade e taxados como loucos, a experiência traumatizante dos internos e suas tentativas de entender seus delírios[4].

Referências

  1. Help! - "Sistema de Consulta Interativa", p. 177. Klick Editora. São Paulo (1996).
  2. Luciana Hidalgo. Literatura da urgência: Lima Barreto no domínio da loucura. Annablume; 2008. ISBN 978-85-7419-813-2. p. 113.
  3. Lima Barreto, Cemitério dos Vivos, Parte II, Cap. I
  4. Gearini, Victória (23 de dezembro de 2020). «Diário do Hospício: a obra que revelou as angústias vividas por Lima Barreto». Aventuras na História. Consultado em 5 de maio de 2021 

Ligação externa[editar | editar código-fonte]