Changa

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Changa ( /ˈɑːŋɡɑː/) é uma mistura de ervas contendo dimetiltriptamina (DMT) e substâncias que inibem a monoamina oxidase (IMAO). Normalmente, extratos de plantas contendo DMT (por exemplo, cipó-mariri e Mimosa hostilis) são combinados com uma mistura de diferentes ervas, videiras ou folhas de ayahuasca para criar uma mistura que contém de 20 a 50% de DMT.[1] Diferentemente da ayahuasca que costuma ser ingerida via oral, a changa é fumada ou vaporizada.[2]

Efeitos[editar | editar código-fonte]

Uma mistura 1:1 de changa (50% DMT + 50% ervas) ao lado do DMT em forma de base livre.

Os efeitos da changa quando fumada são mais fáceis de se atingir quando comparados à base livre (freebase) de DMT, por causa do baixo ponto de ebulição deste.[3]

Geralmente, a changa é produzida através da aplicação de uma solução de DMT na mistura de ervas escolhida, e espera-se o solvente (como, por exemplo, o álcool Isopropílico) evaporar. Assim como ocorre com as preparações de ayahuasca, não há receita única para a a changa, mas seus dois ingredientes principais são o DMT e uma planta com propriedades inibidoras da monoamina oxidase. Estima-se que a adição de plantas com essas propriedades prolongue a duração da experiência com a changa em comparação com a base livre de DMT.[4][5]

Pesquisas[editar | editar código-fonte]

Em estudo de caso publicado em 2019, foi analisado o potencial analgésico da changa. De acordo com o estudo, a changa causa um efeito analgésico de longa duração, além de possuir propriedades anti-inflamatórias e neuroprotetoras. Porém, por se tratar de uma droga psicodélica de alta potência, seu uso clínico é limitado, de modo que esta pesquisa oferece somente resultados preliminares, destacando que mais estudos são necessários para que o mecanismo de ação da changa seja esclarecido mais detalhadamente.[6]

Origem[editar | editar código-fonte]

Changa foi criada pelo australiano Julian Palmer em 2003-2004[7] e o nome foi dado quando ele pediu um apelido para a droga durante uma sessão de ayahuasca.[8]

A partir de 2015, começou a se tornar mais popular devido à sua maior facilidade de uso e maior duração de efeitos (aproximadamente 10 a 20 minutos) em comparação à base livre de DMT para fumar.[9]

Na cultura popular[editar | editar código-fonte]

O trio eletrônico australiano Pnau intitulou seu álbum de novembro de 2017, como Changa, em homenagem à substância.[10] O álbum atingiu o número 11 nas paradas da Associação da Indústria Fonográfica Australiana (ARIA).[11]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. St. John, Graham (2015). Mystery School in Hyperspace: A Cultural History of DMT. Evolver Editions. Berkeley, USA: [s.n.] ISBN 978-1583947326 
  2. Cusack, Carole; Norman, Alex (2012). Handbook of New Religions and Cultural Production. BRILL. Leiden, Netherlands: [s.n.] ISBN 9789004221871 
  3. «Changa - DMT-Nexus Wiki». wiki.dmt-nexus.me 
  4. «Changa». PsychonautWiki (em inglês). Consultado em 1 de agosto de 2020 
  5. «Erowid DMT Vaults : Got Changa?». erowid.org. Consultado em 1 de agosto de 2020. Um visitante britânico descreveu a changa como uma mistura pegajosa de fumo marrom à base de plantas. [...] Ele disse que combinou DMT com uma planta MAOI, que estendeu o efeito do DMT de 3-5 minutos para cerca de 20 minutos. 
  6. Ona, Genís; Troncoso, Sebastián (1 de março de 2019). «Long-lasting analgesic effect of the psychedelic drug changa : A case report». Journal of Psychedelic Studies (em inglês) (1): 7–13. ISSN 2559-9283. doi:10.1556/2054.2019.001. Consultado em 24 de fevereiro de 2021 
  7. St. John, Graeme (2016). «Aussiewaska: A Cultural History of Changa and Ayahuasca Analogues in Australia.». In: Labate; Cavnar; Gearin. The World Ayahuasca Diaspora: Reinventions and Controversies. Routledge. [S.l.: s.n.] pp. 143–164. ISBN 978-1-4724-6663-1 
  8. Berger, Markus (2017). Changa: Die rauchbare Evolution des Ayahuasca. Nachtschatten Verlag. [S.l.: s.n.] pp. 10–11. ISBN 978-3037883563 
  9. Lyden, John C.; Mazur, Eric Michael (2015). The Routledge Companion to Religion and Popular Culture. Routledge. Abindgon, UK: [s.n.] ISBN 9781317531067 
  10. McGrane, Danielle (9 de novembro de 2017). «Pnau release drug-inspired album». The West Australian. Consultado em 1 de janeiro de 2018 
  11. «Australian Charts - Pnau - Changa». australian-charts.com (em inglês). Consultado em 31 de agosto de 2020 


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