Diário de Notícias (Bahia)

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 Nota: Para outros significados, veja Diário de Notícias.
Diário de Notícias (Bahia)
Diário de Notícias (Bahia)
Sede Salvador
País Brasil
Fundação 1875
Data de encerramento 1980 (44 anos)

Diário de Notícias foi um periódico brasileiro que circulou em Salvador, capital do estado da Bahia, fundado em 1875 e extinto em 1980.

Foi o primeiro jornal brasileiro a ser publicado à tarde, seguido no mesmo ano pelo Gazeta de Notícias, do Rio de Janeiro, então capital do país.[1]

Histórico[editar | editar código-fonte]

Foi fundado pelo jornalista português Manuel da Silva Lopes Cardoso. Com a morte deste foi adquirido em 1902 pelo Coronel Vicente do Amaral e experimentou uma inovação editorial. Vicente Ferreira Lins do Amaral nasceu em Mata Grande e, aos dezesseis anos, mudara-se para Salvador onde torna-se empregado no comércio do amigo João Lopes da Silva Lima que fundara em 1892 a "Livraria dos Dois Mundos", que possuía um parque gráfico avançado para a época. Assim, Amaral adquire a primeira rotativa elétrica do estado e, a 16 de março de 1903 o periódico ressurge tendo na ocasião a direção dos jornalistas Virgílio de Lima, Odilon Santos e Xavier Marques.[1]

Em 1905 houve nova mudança editorial, ficando a cargo de Américo Barreira, Lindolfo Rocha e Carlos Brandão.[1] Em suas páginas foram lançados em 1908 os capítulos iniciais da obra Maria Dusá, de Lindolfo Rocha, que ali também publicou cartas e contos.[2]

Com a morte dos últimos diretores, o periódico foi dirigido pelo advogado Guilherme Moniz Barreto de Aragão e pelo médico Clementino Fraga. A seguir capitanearam a redação do jornal Heráclio de Matos, Galdino de Castro, Reis Magalhães, Napoleão Müller e Astério de Campos. Finalmente, com a saída desses, assumiu o diário o poeta e professor Altamirando Requião.[1]

Parte de Diários Associados[editar | editar código-fonte]

Com a ascensão do nazismo na Alemanha o jornal adotou uma postura germanófila e, com a eclosão da II Guerra Mundial e a participação do Brasil ao lado dos Aliados, sua posição quase levou-o ao empastelamento. O Diário então foi vendido em 1943 a Assis Chateaubriand por 300 contos de réis, integrando assim a rede dos Diários Associados.[3][4]

Encerrou suas atividades em 1980, sendo na época o único jornal baiano que não usava o sistema de impressão em offset.[3]

Referências

  1. a b c d «Diário de Notícias». Hemeroteca digital da Biblioteca Nacional do Brasil. Bahia Illustrada (12 (novembro)): 26. 1918. Consultado em 1 de janeiro de 2024 
  2. Júnia Tanúsia Antunes Meira (2015). «Uma escrita à margem: o romance Maria Dusá, de Lindolfo Rocha» (PDF). Universidade Estadual de Montes Claros. Consultado em 27 de dezembro de 2023. Cópia arquivada em 27 de dezembro de 2023 
  3. a b Sampaio, Consuelo Novais. «Diário de Notícias (Salvador)» (PDF). Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil. Fundação Getulio Vargas. Consultado em 2 de maio de 2016 
  4. Júnior, José Carlos Peixoto (2003). «O caso Diário de Notícias da Bahia - A quinta coluna baiana (1935-1941)» (PDF). Biblioteca On-line de Ciências da Comunicação. Consultado em 2 de maio de 2016 


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