Dinastia de Avã

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Dinastia de Avã
Território de Avã na Mesopotâmia
Lista dos doze reis elamitas tanto da dinastia Avã quanto a Simasqui.

A dinastia de Avã (em sumério: 𒈗𒂊𒉈𒀀𒉿𒀭𒆠; romaniz.:lugal-ene a-wa-an ki; lit. "Reis de Avã") foi a primeira dinastia da cidade Avã a ser existida em Elão. Ela foi sucedida pela dinastia de Simasqui e mais tarde pela Epartida.

História[editar | editar código-fonte]

Elão e a Suméria[editar | editar código-fonte]

De acordo com a Lista dos reis da Suméria, uma dinastia de Avã exerceu hegemonia na Suméria após derrotar a primeira dinastia de Ur, provavelmente no século XXV a.C..[1] Ele menciona três reis de Avã, que supostamente reinaram por um total de 356 anos.[2]

Sabe-se também que os reis de Avã fizeram incursões na Mesopotâmia, onde se chocaram contra as mais poderosas cidades-estado desse período, Quis e Lagas. Um desses incidentes está registrado em uma tabuinha endereçada a Enetarzi, um governante menor ou governador de Lagas, testemunhando que um grupo de 600 elamitas foi interceptado e derrotado enquanto tentava fugir do porto para saquear.[3]

Uma antiga inscrição votiva acádia de Sargão da Acádia comemora as vitórias sobre Elão e Barasi, e entre os oponentes derrotados estava Luquissã (r. 2215–2190 a.C.), que provavelmente foi levado cativo.[4]

Puzur-Insusinaque e a queda da primeira dinastia[editar | editar código-fonte]

Metade da estátua de Cutique-Insusinaque

Quando o Império Acádio começou a ter queda por volta de 2 240 a.C., foi Puzur-Insusinaque (r. 2040–2015 a.C.) (ou Cutique-Insusinaque), o governador de Susã em nome da Acádia, que libertou Avã e Elão, subindo ao trono.

Nessa época, Susã começou a ganhar influência em Elão (mais tarde, Elão seria chamado de Susiana), e a cidade começou a se encher de templos e monumentos. Cutique-Insusinaque em seguida derrotou Quimas e Hurtum (cidades vizinhas se rebelando contra ele), destruindo 70 cidades em um dia. Em seguida, ele estabeleceu sua posição como rei, derrotando todos os seus rivais e tomando Ansã, a capital. Não satisfeito com isso, ele lançou uma campanha de devastação em todo o norte da Suméria, conquistando cidades importantes como Esnuna. Quando ele finalmente conquistou Acádia, ele foi declarado rei dos quatro quadrantes, dono do mundo conhecido. Mais tarde, Ur-Namu de Ur, fundador da 3ª dinastia de Ur derrotou Elão, encerrando a primeira dinastia de Avã.[5]

Segunda dinastia[editar | editar código-fonte]

Após a queda, foi fundada a segunda dinastia de Avã (ou Avã II), onde estava dois últimos reis, Hielu II (r. 2015–1990 a.C.) e Cudur-Lagamar (r. 1990–1954 a.C.), que é o famoso rei bíblico Quedorlaomer. De acordo com as tábuas de Spartoli, os três reis "malignos" (Cudur-Cucumal de Elão, Tudula de Gutium e Eriacu de Larsa) partiram para atacar a Babilônia. É provável que estes reis (Suméria, Larsa, Gutium) sejam vassalos ou aliados de Cudur-Lagamar e, além disso, vieram de regiões distantes.[6] Após a morte de Cudur-Lagamar, a dinastia Avã foi extinta.

Lista de reis[editar | editar código-fonte]

Ver artigo principal: Lista de reis de Elão

Aqui é uma lista de reis baseada pelo historiador Gérard Gertoux:

Dois reis após o declínio de Avã:

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. Kriwaczek, Paul (7 de agosto de 2014). Babylon: Mesopotamia and the Birth of Civilization (em inglês). [S.l.]: Atlantic Books 
  2. Leon Legrain (1992). "Historical Fragments". Filadélfia, The University of Pennsylvania Museum Publications of the Babylonian Section, vol. XIII, pp. 10, 12, 22.
  3. Samuel Noah Kramer (1963). The Sumerians. Chicago: University Press, pp. 57.
  4. Hirsch 1963, p. 47.
  5. Glassner 1996, pp. 25-29.
  6. «Abraham and Chedorlaomer: Chronological, Historical and Archaeological Evidence by Gerard Gertoux». glasstree.com. Consultado em 19 de outubro de 2020 

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • Gertoux, Gérard (2017). Sarah wife of Abraham: Fairy tale or real history?. [S.l.]: Lulu.com. p. 43 
  • Glassner, Jean-Jacques (1996). Les dynasties d'Awan et de Shimashki. Un document de Suse. Paris: Cahier de NABU. pp. 25–29 
  • Hirsch, H. (1963). Die Inschriften der Könige von Agade. [S.l.]: Archiv für Orientforschung. pp. 47, 10–13, 36–37