Efum

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Iaô pintada com efum

Efum[1] (em iorubá: éfun) é uma cerimônia ritualística que consiste em pintar a cabeça raspada e o corpo de um iniciado, com círculos ou pontos, e com traços tribais, feitos com giz, também conhecido como pemba durante a iniciação. Na primeira saída (saída de Oxalá) do iniciado (Iaô), a pintura é toda branca. Na segunda costuma-se usar a cor preferida do seu orixá de cabeça.[2] Para essa pintura usa-se giz dissolvido em água, com um pouco de goma arábica. Depois da dança a pintura é removida com um banho de ervas sagradas.[2]

Etimologia[editar | editar código-fonte]

Efum na língua iorubá é cal, giz. No culto de Obatalá ( Oxalá) , na África este é representado por bolos redondos de giz - xexé efum (sésé-efun), bem como outros objetos brancos. Olga Gudolle Cacciatore nome jeje-nagô dado a vários tipos de pó, utilizados nos rituais afro brasileiro.[3]

Tipos de efum[editar | editar código-fonte]

  • Efum mineral: é um pó retirado de calcário, que são encontrados na natureza em várias cores, também chamada de tabatinga. É utilizado na feitura de santo que serve para pintar o corpo do neófito, chamada de efum fum (pó branco).[4]

Efum vegetal: é um pó retirado de frutos tipo: obi, orobô, aridã, pichurim, nós-moscada e folhas sagradas. A mistura do efum mineral e o efum vegetal recebe o nome de atim e só deve ser preparada pela iaefum ou ialorixá. A farinha de mandioca é chamada naturalmente de efum nos terreiros de candomblé.[4]

  • Efum animal: é um pó retirado de ossos e cartilagens dos animais utilizados em sacrifícios aos orixás. Esta extração deve ser feita pelo axogum ou babalorixá, entrando na preparação de assentamento de orixá.[4]

Utilidade principal do efum-funfum[editar | editar código-fonte]

Efum (barro branco encontrado no fundo dos rios); foi o primeiro condimento utilizado antes da introdução do Sal. Muito usado em ebós elaborados para aos Orixá-funfum (orixás dos primórdios). O efum simboliza o Dia, por isso, quando em pó, seja soprado ou friccionado seco é utilizado com o objetivo de expandir, vitalizar, iluminar, clarear, despertar, avivar. Já o efum molhado com água pura ou com o soro do ibim é utilizado para acalmar, tranquilizar, adormecer, suavizar, abrandar, repousar, proteger. Por isso que a cabeça do iaô em reclusão deve permanecer coberta de pó de efum o Dia, e durante a noite coberta com uáji e pequenas marcas de efum.[4]

Referências

  1. «Efum». Michaelis 
  2. a b Dicionário de cultos Afro. Brasileiros - Olga Gudolle Cacciator
  3. Cossard, Giselle Omindarewá, Awô, O mistério dos Orixás. Editora Pallas.
  4. a b c d «afroxe.com.br/». Consultado em 11 de outubro de 2013. Arquivado do original em 12 de outubro de 2013 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

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