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Liberdade, Liberdade: diferenças entre revisões

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Em 2007 O Nós do Morro continuou sua homenagem, dessa vez com o espetáculo "Outra Opinião", dirigido por Paulo Giannini. A prática de montagem do grupo uniu críticas de assuntos atuais e músicas de artistas já consagrados dentro do Teatro do Vidiga
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{{carece de fontes2| Em 2006, pela primeira vez na [[Baixada Fluminense]], o espetáculo é adaptado pela [[CIA Código de Artes cênicas]] com o nome de "[[Censura Livre]]", com canções compostas pelo próprio elenco adicionada de outros textos teatrais. Dirigido por [[Miwa Yanagizawa]] e coordenação artística do grupo [[Nós do Morro]].}}
{{carece de fontes2| Em 2006, pela primeira vez na [[Baixada Fluminense]], o espetáculo é adaptado pela [[CIA Código de Artes cênicas]] com o nome de "[[Censura Livre]]", com canções compostas pelo próprio elenco adicionada de outros textos teatrais. Dirigido por [[Miwa Yanagizawa]] e coordenação artística do grupo [[Nós do Morro]].}}


Em 2007 O Nós do Morro continuou sua homenagem, dessa vez com o espetáculo "Outra Opinião", dirigido por Paulo Giannini. A prática de montagem do grupo uniu críticas de assuntos atuais e músicas de artistas já consagrados dentro do Teatro do Vidigal.
Em 2007, a peça tem nova montagem, feita pelo diretor Clayton Heringer. Baseada no teatro físico, a montagem conta com os atores Bianca Vilella, Erick Furtado, Marina Oliveira e Max Rafhael e produção executiva de Thaisy Medeiros.

Em 2007 também, a peça tem nova montagem, feita pelo diretor Clayton Heringer. Baseada no teatro físico, a montagem conta com os atores Bianca Vilella, Erick Furtado, Marina Oliveira e Max Rafhael e produção executiva de Thaisy Medeiros.


Em 2013, alunos da [[Pontifícia Universidade Católica do Paraná]] remontaram a peça em homenagem à memória de Millôr Fernandes, tendo como diretor Giovanni Tauil e no elenco Alessandro Lunelli, Maria Rita Mattar, Júlia Oliveira, João Wasem, Anthon Hax, Marcos Schotgues e Rodrigo Otávio Fraga. A peça estreou no Teatro Tuca no dia 28 de setembro. Também em 2013, o livro foi adotado como obra literária para a seleção de alunos na [[Universidade Federal de Goiás]].
Em 2013, alunos da [[Pontifícia Universidade Católica do Paraná]] remontaram a peça em homenagem à memória de Millôr Fernandes, tendo como diretor Giovanni Tauil e no elenco Alessandro Lunelli, Maria Rita Mattar, Júlia Oliveira, João Wasem, Anthon Hax, Marcos Schotgues e Rodrigo Otávio Fraga. A peça estreou no Teatro Tuca no dia 28 de setembro. Também em 2013, o livro foi adotado como obra literária para a seleção de alunos na [[Universidade Federal de Goiás]].

Revisão das 21h39min de 18 de abril de 2016

 Nota: Para a telenovela da Rede Globo, veja Liberdade, Liberdade (telenovela).

Liberdade, liberdade é um musical escrito por Millôr Fernandes e Flávio Rangel, em 1965, e que estreou no palco no mesmo ano. É um marco da história teatral do Brasil por ter sido o texto de maior sucesso do chamado teatro de protesto, conjunto de peças, na maior parte, musicais, que criticavam a repressão imposta pelo golpe militar de 1964.

Sinopse

Liberdade, Liberdade recorre a textos de vários autores sobre o tema que dá a título a peça, entremeados por números musicias. Quatro atores interpretam 57 personagens e se revezam na interpretação de textos de Sócrates, Marco Antônio, Platão, Abraham Lincoln, Martin Luther King, Castro Alves, Anne Frank, Danton, Winston Churchill, Vinícius de Moraes, Cecília Meireles, Geraldo Vandré, Jesus Cristo, William Shakespeare, Moreira da Silva e Carlos Drummond de Andrade, entre outros. E também cantam 30 canções ligadas ao assunto. O tom varia do dramático ao cômico, do discurso político mais explícito ao lirismo da poesia.

A colagem de textos de vários autores numa peça de dramaturgia já era adotada no teatro moderno, mas, à época no Brasil, se constituía numa novidade.

Trajetória

A versão original estreou num teatro improvisado no Rio de Janeiro, em 1965, no dia 21 de abril, Dia de Tiradentes, o Mártir da Independência. Com direção de Flávio Rangel e elenco era formado por Paulo Autran, Tereza Rachel, Nara Leão e Oduvaldo Vianna Filho, numa produção conjunta do Teatro Opinião e do Teatro de Arena de São Paulo. A repercussão nacional e internacional foi imediata. Até o New York Times registrou o sucesso do mais ambicioso dos espetáculos de protesto.

A peça excursionou em seguida pelo Brasil, sendo apresentada em teatros e universidades de cidades até então pouco visitadas por grupos teatrais do eixo Rio-São Paulo. Ao longo da excursão, do elenco original permaneceu apenas Paulo Autran.

Esta excursão foi marcada por entusiasmo dos jovens universitários, repressão de autoridades locais e medo e desconfiança do grande público. Em Pelotas, no Rio Grande do Sul, um jornalista da área de cultura foi proibido de colaborar no jornal local por ter publicado uma crítica favorável à peça. Em seguida, o mesmo jornal publicou um editorial virulento sob o título de Palhaçada, palhaçada.

Em Bauru, no interior paulista, onde a peça foi produzida por um adolescente de 16 anos chamado Mauro Rasi, que se tornaria um consagrado autor teatral, a noite de estréia contou com menos de cem espectadores num teatro com capacidade para 600.

No dia seguinte, levado por Rasi a um programa na emissora de televisão local, Paulo Autran teve que aguardar o final de uma entrevista de um senhor que estava divulgando um festival italiano a ser realizado na noite seguinte.

Quando foi sua vez de falar, Autran disparou: Eu aconselho vocês a irem à festa da Itália. Lá vocês não precisam pensar. Nem a letra da música vocês precisam entender, porque é em italiano mesmo! Não vão me ver no teatro, porque lá vocês vão pensar. Nas duas apresentações seguintes, o teatro estava lotado.

O grupo se apresentava para um público cada vez mais entusiasmado, que acompanhava o elenco ao cantar os versos da Marcha da Quarta Feira de Cinzas, de Carlos Lyra e Vinicius de Moraes: E no entanto é preciso cantar, mais que nunca é preciso cantar, é preciso cantar e alegrar a cidade.

Proibição

O sucesso da peça repercute nos mais altos escalões governamentais. O presidente Castello Branco, em nota de 2 de junho de 1965, dirigida a seu sucessor Arthur da Costa e Silva, afirma que as ameaças (da peça) são de aterrorizar a liberdade de opinião.

Carros de polícia postam-se ostensivamente diante dos teatros onde Liberdade, liberdade é apresentada. Sucedem-se ameaças de bombas nos locais onde o espetáculo é apresentado. Neste clima de medo, Millôr Fernandes lamenta: Triste país em que um cara como eu é perigoso.

Em 1966, a Censura Federal proíbe a apresentação de Liberdade, liberdade em todo o território nacional.

Quarenta anos depois

Em 2005, quatro décadas após ser encenado pela primeira vez, o espetáculo Liberdade, liberdade ganha nova montagem para iniciar o projeto Teatro nas Universidades. Após estrear no Teatro da Fundação Getúlio Vargas, cumpriu uma temporada de 40 apresentações, em diversos espaços universitários da Capital e da Grande São Paulo, numa iniciativa do casal de artistas Paulo Goulart e Nicete Bruno.

A direção foi de Cibele Forjaz e no elenco estavam Renato Borghi, Débora Duboc, Élcio Nogueira, Paulo Goulart Filho e Celso Sim.

Em 2006, pela primeira vez na Baixada Fluminense, o espetáculo é adaptado pela CIA Código de Artes cênicas com o nome de "Censura Livre", com canções compostas pelo próprio elenco adicionada de outros textos teatrais. Dirigido por Miwa Yanagizawa e coordenação artística do grupo Nós do Morro.[carece de fontes?]

Em 2007 O Nós do Morro continuou sua homenagem, dessa vez com o espetáculo "Outra Opinião", dirigido por Paulo Giannini. A prática de montagem do grupo uniu críticas de assuntos atuais e músicas de artistas já consagrados dentro do Teatro do Vidigal.

Em 2007 também, a peça tem nova montagem, feita pelo diretor Clayton Heringer. Baseada no teatro físico, a montagem conta com os atores Bianca Vilella, Erick Furtado, Marina Oliveira e Max Rafhael e produção executiva de Thaisy Medeiros.

Em 2013, alunos da Pontifícia Universidade Católica do Paraná remontaram a peça em homenagem à memória de Millôr Fernandes, tendo como diretor Giovanni Tauil e no elenco Alessandro Lunelli, Maria Rita Mattar, Júlia Oliveira, João Wasem, Anthon Hax, Marcos Schotgues e Rodrigo Otávio Fraga. A peça estreou no Teatro Tuca no dia 28 de setembro. Também em 2013, o livro foi adotado como obra literária para a seleção de alunos na Universidade Federal de Goiás. O grupo de teatro, TPM (Teatro Popular de Mococa Rogério Cardoso), do interior de São Paulo, apresentou uma adaptação da peça no Mapa Cultural Paulista 2015.

Ligações externas