Fundação Ataulpho de Paiva

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A Fundação Ataulpho de Paiva(FAP) é uma instituição privada sem fins lucrativos e filantrópica, localizada na cidade do Rio de Janeiro, e que durante décadas foi a única fornecedora no país da vacina BCG, a primeira aplicada em crianças.[1] Por mais de um século, foi a única fábrica de vacina contra a tuberculose no país.[2] Era, ainda, a única produtora no país da Imuno BCG, usada no tratamento de câncer de bexiga.[3]

A construção de uma nova fábrica e a falta de manutenção na existente levaram a instituição a ser interditada, investigada e, finalmente, entrar em intervenção no ano de 2023.

Histórico[editar | editar código-fonte]

Fundada na cidade do Rio de Janeiro no dia 4 de Junho de 1900, tinha por denominação original "Liga Brasileira Contra a Tuberculose". Mudou seu nome mais tarde, homenageando seu fundador e "presidente perpétuo" Ataulfo de Paiva.[1]

Problemas e controvérsias[editar | editar código-fonte]

Em matéria publicada em 2020 a BBC trazia o histórico da construção iniciada, na época há trinta anos, de nova fábrica da instituição na cidade de Duque de Caxias e que, apesar do recebimento sucessivo de verbas milionárias, ainda estava inacabada.[1]

A fábrica da instituição no bairro de São Cristóvão havia sido interditada duas vezes pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), levando o governo brasileiro a adquirir vacinas da Índia. Na primeira das interdições, em 2016, a Anvisa registrou: "a fabricação dos produtos Vacina BCG e Imuno BCG pela Fundação Ataulpho de Paiva na fábrica localizada em São Cristóvão (Rio de Janeiro - RJ) apresenta risco à saúde da população brasileira e urge a necessidade de finalização das obras da nova fábrica da fundação localizada em Xerém".[1]

Ao longo dos anos a fundação recebera milhões de reais, sucessivamente, em convênios com o governo estadual, o BNDES e outros, como a Japan International Cooperation Agency, sem que a construção viesse a ficar pronta. Investigações iniciadas pelo Ministério Público do Rio de Janeiro e outros órgãos nunca foram levadas adiante e o órgão federal havia, em 2020, alegado que a pandemia de COVID-19 prejudicara a obtenção de informações.[1]

Em dezembro de 2022 a ANVISA manteve a interdição da fábrica do Rio feita pela própria Fundação quando o órgão fiscalizador constatou a ausência de boas práticas de fabricação, enquanto o MP federal continuava as investigações sobre possíveis desvios nas verbas para a construção em Xerém.[2]

Em junho de 2023 o governo federal, finalmente, fez a intervenção na entidade. Com isso, a produção passou a ser responsabilidade da Fundação Oswaldo Cruz.[3]

Referências

  1. a b c d e Mariana Alvim (18 de junho de 2020). «A fábrica brasileira de vacinas em construção há 30 anos». BBC News Brasil. Consultado em 28 de janeiro de 2024. Cópia arquivada em 28 de março de 2023 
  2. a b Lucas Machado; Marcelo Gomes (14 de dezembro de 2022). «Após vistoria, ANVISA não autoriza única fábrica da vacina contra tuberculose no país a retomar produção por causa de "não conformidades"». G1. Consultado em 28 de janeiro de 2024. Cópia arquivada em 14 de dezembro de 2022 
  3. a b Leandro Machado; Mariana Alvim (6 de março de 2023). «Governo intervém em fábrica de vacinas após rombo milionário e 'obra sem fim'». BBC. Consultado em 28 de janeiro de 2024. Cópia arquivada em 24 de janeiro de 2024 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

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