Giovanni Battista Caproni

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Giovanni Caproni
Giovanni Battista Caproni
Giovanni Caproni (à esquerda) posa com seu irmão. Foto datada do começo do século XX.
Nome completo Giovanni Battista Caproni
Nascimento 3 de julho de 1886 (137 anos)
Massone d'Arco, Austria-Hungria
Morte 27 de outubro de 1957 (71 anos)
Roma, Itália
Nacionalidade italiano
Ocupação

Giovanni Battista Caproni, primeiro Conde de Taliedo (1886-1957), conhecido como "Gianni" Caproni, foi um engenheiro aeronáutico, engenheiro civil e engenheiro elétrico italiano, além de designer de aviões e fundador da companhia aeronáutica “Caproni”.[1]

Primeiros Anos e Educação[editar | editar código-fonte]

Caproni nasceu em 3 de julho de 1886 na comuna de Massone, norte da Itália, que na época pertencia ao Império Austro-Húngaro mas que acabou se tornando parte da Itália em 1919, após a Primeira Guerra Mundial. Em 1907 ele se graduou em engenharia civil pela Universidade Técnica de Munique. Um ano depois, concluiu seu doutorado em engenharia elétrica pela Universidade de Liège.[2]

Carreira[editar | editar código-fonte]

Em 1908, ele fundou uma fábrica da Caproni no distrito de Taliedo, em Milão, para a fabricação de biplanos.[2] Em 1909, inaugurou um aeroporto industrial perto da Fazenda Malpensa (Cascina Malpensa), que atualmente é o Aeroporto de Milão-Malpensa, para fabricar e testar seus aviões. Em 1910, desenhou e construiu o Caproni Ca. 1, um biplano experimental, seu primeiro avião e o primeiro a ser construído na Itália. Essa aeronave teve seu fim durante o seu primeiro voo, em 27 de maio do mesmo ano.

Em 1911, Caproni renomeou sua companhia para Società de Agostini e Caproni, se voltando para a construção de monoplanos, com que teve maior sucesso. Em 1914, ele testou o primeiro avião multimotor da Itália, um biplano trimotor que posteriormente recebeu o nome de Caproni Ca. 31. Após a entrada italiana na Primeira Guerra Mundial em 1915, ele concentrou seus esforços em projetar e construir bombardeiros.[2] Nesse período, sua companhia trocou de nome novamente, dessa vez mudando para Società Caproni e Comitti.

Caproni foi um dos primeiros a propor o desenvolvimento de aviões para transporte de passageiros, criando uma variante do bombardeiro Ca. 4, o avião de passageiros Ca. 48. Embora causador de uma boa impressão no público, essa aeronave nunca entrou em serviço numa linha aérea. Em 2 de agosto de 1919, um Ca. 48 sofreu um acidente perto da cidade de Verona, matando todos que estavam à bordo (14, 15 ou 17 pessoas, de acordo com vários fontes). Esse acidente foi o primeiro desastre da aviação comercial italiana e um dos primeiros acidentes de um avião de passageiros da história, sendo na época o mais fatal.[3][4][5][6] Em 1921, Caproni construiu o protótipo de um gigantesco hidroavião transatlântico de passageiros, o Caproni Ca. 60 Noviplano, com capacidade para transportar 100 passageiros, contudo, ele se provou instável e sofreu um acidente no seu segundo voo. O engenheiro italiano também projetou planadores.[2]

No período entreguerras, sua atenção se voltou para o design e a produção de bombardeiros e de aeronaves leves de transporte, com sua companhia fabricando os aviões experimentais Stipa-Caproni e Caproni Campini N.1, precursores dos verdadeiros aviões a jato. Durante esse período, sua companhia se tornou a Società Italiana Caproni, um conglomerado que comprou outras fabricantes, criando subsidiárias que incluíam a Caproni Bergamasca e a Caproni Vizzola, embora seja importante afirmar que a afirmação que Caproni também comprou a empresa Reggiane para formar a subsidiária "Caproni Reggiane" seja um mito. Ainda no período entreguerras, Caproni recebeu o título de Conde de Taliedo (Conte di Taliedo).[2]

A companhia de Caproni produziu aeronaves para a Regia Aeronautica (Força Aérea Real Italiana) durante a Segunda Guerra Mundial, com um foco em bombardeiros, aviões de transporte, hidroaviões e aviões de treino, embora a subsidiária Caproni Vizzola também se envolveu na construção de vários protótipos de caças.

O conglomerado Società Italiana Caproni cessou suas operações em 1950, embora o seu último vestígio, a subsidiária Caproni Vizzola, sobreviveu até 1983.[2]

Morte e Legado[editar | editar código-fonte]

Caproni morreu em Roma em 27 de outubro de 1957.[2] Seus restos mortais foram transferidos para sua cidade natal de Massone onde foi enterrado no cemitério da família.

Em 1983, Caproni foi introduzido no Hall da Fama Internacional do Ar e do Espaço (International Air & Space Hall of Fame) no Museu Aeroespacial de San Diego.[7]

Veja Também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. [1]
  2. a b c d e f g «Personaggi | Torino Scienza». www.torinoscienza.it (em italiano). Consultado em 9 de janeiro de 2023 
  3. http://www.europeanairlines.no/wp-content/uploads/2010/06/The_civil_aircraft_of_Caproni.pdf
  4. http://www.flightglobal.com/FlightPDFArchive/1919/1919%20-%201051.PDF
  5. https://web.archive.org/web/20170612024923/http://www.veniceairportlido.com/wings-sparrow.html
  6. Guttman, "Crazy Capronis", Aviation History, Julho de 2008, pág. 55
  7. International Aerospace Hall of Fame (2006). These we honor : the International Aerospace Hall of Fame. Linda Sprekelmeyer. San Diego, CA: Donning Co. Publishers. OCLC 71812756