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Jean-Marie Balestre

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Jean-Marie Balestre
Jean-Marie Balestre
Jean-Marie Balestre (place arrière gauche du véhicule, derrière Juan Manuel Fangio qui est au volant) en 1981.
Nascimento Jean-Marie Louis Balestre
9 de abril de 1921
Saint-Rémy-de-Provence, França
Morte 26 de março de 2008 (86 anos)
Saint-Cloud, França
Sepultamento Saint-Cloud cemetery
Cidadania França
Ocupação escritor, jornalista
Distinções
  • Cavaleiro da Legião de Honra
  • Oficial da Ordem Nacional do Mérito
  • Medal of deportation and internment for facts of Resistance

Jean-Marie Balestre (Saint-Rémy-de-Provence, 9 de abril de 1921Saint-Cloud, 27 de março de 2008[1]) foi um dirigente esportivo francês. Presidiu a Fisa (Federação Internacional de Esporte Automobilístico) de 1979 a 1991 e dirigiu a FIA entre 1986 e 1993, ano em que perdeu a eleição da entidade para Max Mosley.[2]

As atividades de Balestre durante a Segunda Guerra Mundial nunca foram esclarecidas. Embora Balestre sempre alegou que trabalhava para a resistência, contra os nazistas, há notícias de que teria sido membro da SS francesa e que tenha sido preso pelos aliados. Recebeu, ao final da década de 60, a Legião de Honra do governo francês. Fundou um jornal de automobilismo e em 1952 fundou a Federação Francesa de Automobilismo.[3] Foi presidente da Federação Internacional de Automobilismo Esportivo de 1978 a 1991 e da Federação Internacional de Automobilismo de 1986 a 1993.

Controvérsia em 1989

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Jean-Marie Balestre era um dirigente extremamente autoritário e ficou famoso pelo episódio envolvendo Ayrton Senna e Alain Prost no Grande Prêmio do Japão, em 22 de outubro de 1989, de Fórmula 1. A prova disputada no tradicional Circuito de Suzuka, com Senna e Prost brigando pelo título e Senna precisava vencer para levar a decisão para a última etapa, o Grande Prêmio da Austrália. Nas voltas finais da corrida, Senna tenta a ultrapassagem por dentro da chicane, onde fica a antepenúltima curva antes da reta dos boxes, e Prost atinge a lateral do carro de Senna, levando os dois carros a parar na caixa de brita ao lado da chicane. Prost sai do carro, mas Senna continua na prova. Alguns fiscais de prova ajudam Senna a voltar, empurrando o carro para trás, e depois para frente, na direção da chicane. Nesse momento inicia-se a polêmica, Senna volta à pista pela escapatória, o que seria proibido por se tratar de um atalho, mas o regulamento não deixava isso tão claro, pois não especificava exatamente em quais condições. O carro de Senna estava em uma posição que impossibilitaria a passagem dos outros pilotos por aquele trecho. No final, Senna vence a corrida mas nos bastidores é desclassificado, e o título acaba ficando com Prost, conterrâneo e grande amigo de Balestre (o que claramente levantou suspeitas sobre a entrega do título a Prost). O que se seguiu foi uma série de acusações para todos os lados. O que se comentava na imprensa brasileira na época era que Balestre queria dar o campeonato para seu conterrâneo Alain Prost e simultaneamente, dar um golpe fatal na carreira de Ayrton Senna, que acusava veementemente a FIA, então comandada por Balestre, de manipular o campeonato. Ron Dennis, então chefe da McLaren, declarou numa entrevista que estaria disposto a entrar na justiça comum, se fosse necessário, para tentar reaver a vitória de Ayrton Senna no Grande Prêmio do Japão. Balestre, então, ficou tão indignado que aplicou uma punição de seis meses com sursis a Ayrton Senna e ameaçou até a tirar a equipe McLaren da Fórmula 1, caso não houvesse uma retratação pública de Ayrton Senna e Ron Dennis perante à imprensa. Anos mais tarde, em 1996, já fora da presidência da FIA, Balestre admitiu que beneficiara o compatriota naquele final de campeonato.[4]

Como reflexo das atitudes de Balestre, no Grande Premio do Brasil de Fórmula 1, em Interlagos, em 1990, o francês sofreu uma histórica chuva de vaias e xingamentos.[3]

Referências

  1. (em português) Morre Jean-Marie Balestre, ex-presidente da FIA Arquivado em 31 de dezembro de 2008, no Wayback Machine. estadao.com.br, 28 de março de 2008
  2. «Balestre, rival histórico de Senna, morre aos 86 anos». Uol. Consultado em 26 de novembro de 2020 
  3. a b «Aos 86, morre Balestre, "inimigo público" do país durante os anos Senna». Folha de S. Paulo. Consultado em 26 de novembro de 2020 
  4. Acervo Estadão. «O Estado de S. Paulo: Páginas da Edição de 06 de Novembro de 1996 - Pág. 38». acervo.estadao.com.br. Consultado em 29 de setembro de 2016