Joaquim da Costa Ribeiro

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Joaquim da Costa Ribeiro
Conhecido(a) por
  • descobridor do efeito termodielétrico
Nascimento 8 de julho de 1906
Rio de Janeiro, RJ, Brasil
Morte 29 de julho de 1960 (54 anos)
Rio de Janeiro, RJ, Brasil
Residência Brasil
Nacionalidade brasileira
Alma mater Universidade Federal do Rio de Janeiro
Instituições Universidade Federal do Rio de Janeiro
Campo(s) Física

Joaquim da Costa Ribeiro (Rio de Janeiro, 8 de julho de 190629 de julho de 1960) foi um dos mais importantes físicos do Brasil, descobridor do efeito termodielétrico, também conhecido como efeito Costa Ribeiro.

É pai da antropóloga Yvonne Maggie.[1]

Biografia[editar | editar código-fonte]

Joaquim nasceu na cidade do Rio de Janeiro, filho de paraibanos da parte de pai, e de uma francesa. Da parte de pai, seus parentes eram todos juristas.[1]Joaquim da Costa Ribeiro cursou o ensino médio no Externato Santo Inácio, o qual concluiu em 1922. Diplomou-se engenheiro civil e engenheiro mecânico-eletricista em 1928 na Escola Nacional de Engenharia da Universidade do Brasil.[2]

Em 1933, tornou-se livre docente. Em 1940 iniciou pesquisas em busca de um novo método para medir a radioatividade. Logo depois passou a estudar a produção de eletretos (sólidos permanentemente eletrizados) empregando diversos materiais dielétricos (isolantes).[2]

Durante as pesquisas com eletretos, Costa Ribeiro observou que, para o eletreto se formar, a corrente elétrica era desnecessária: bastava a natural solidificação do material isolante, após ser derretido por aquecimento. Isto é, a mudança no estado físico dos dielétricos era, por si só, capaz de eletrificar esses materiais, desde que uma das fases envolvidas na transição fosse a sólida.

O fenômeno, batizado de "efeito termodielétrico" pelo cientista e descrito por ele num artigo de 1944 nos Anais da Academia Brasileira de Ciências, teve grande repercussão, conferindo fama a Costa Ribeiro no Brasil e no exterior. Dois anos depois ele se tornou professor catedrático de física geral e experimental da Faculdade Nacional de Filosofia.

Polêmica[editar | editar código-fonte]

Seis anos depois da descrição do fenômeno por Costa Ribeiro, a prioridade brasileira na descoberta enfrentou um intenso debate. Em maio de 1950, dois estadunidenses, Everly J. Workman e Steve E. Reynolds, publicaram um artigo no periódico Physical Review descrevendo o mesmo fenômeno, observado por eles na transição de fase entre a água e o gelo. Apesar dos artigos e conferências de Costa Ribeiro e dos protestos de cientistas brasileiros, ainda hoje a eletrificação de materiais isolantes na mudança de fase aparece em diversos artigos científicos com o nome de "efeito Workman-Reynolds".[3]

Prêmios e honrarias[editar | editar código-fonte]

Em 1953 recebeu o Prêmio Einstein da Academia Brasileira de Ciências, que o elegeu membro. Foi o primeiro delegado do Brasil junto ao Comitê Consultivo das Nações Unidas para as aplicações pacíficas da energia nuclear.[4]

Foi também um dos fundadores do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, do qual foi seu primeiro diretor científico. Em virtude de ter sido um dos pioneiros da física da matéria condensada e da física de materiais no Brasil, a Sociedade Brasileira de Física instituiu o Prêmio Joaquim da Costa Ribeiro, que é outorgado a "pesquisadores com reconhecida contribuição ao longo de sua carreira para a Física da Matéria Condensada e de Materiais no Brasil."[5]

Referências

  1. a b «Entrevista de Yvonne Maggie». FGV. Consultado em 9 de novembro de 2019 
  2. a b «Joaquim da Costa Ribeiro». UNICAMP. Consultado em 9 de novembro de 2019 
  3. ABRAHÃO, Eliane Morelli. Uma descoberta inesperada. Memória Hoje. Rio de Janeiro: Instituto Ciência Hoje, 2009, p. 203 - 207.
  4. «Joaquim da Costa Ribeiro». Ciência Hoje. Consultado em 9 de novembro de 2019 
  5. «Prêmio Joaquim da Costa Ribeiro». Sociedade Brasileira de Física. Consultado em 22 de agosto de 2019 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]