Jornadas de Direito Civil

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As Jornadas de Direito Civil são congressos acadêmicos de Direito realizados pela Justiça Federal brasileira, com o objetivo de promover debates entre juristas em questões não esclarecidas do direito civil e consolidar as principais doutrinas, através da formação de enunciados, que serão por sua vezes utilizadas na resolução de processos no direito brasileiro. A Justiça Federal descreve as jornadas como uma forma de prestação de serviço social à sociedade brasileira, na medida em que permitem o aperfeiçoamento da ordem jurídica.

Começaram a ser realizadas a partir do ano de 2002, realizada pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), através do Centro de Estudos Jurídicos (CEJ). Contando com a presença de grandes especialistas no direito civil. entre magistrados, professores universitários, representantes de carreiras jurídicas e outros estudiosos do direito civil, os debates sobre diversos assuntos foram divididos em comissões (Parte Geral, Direito das Obrigações, Direito das Coisas, Direito de Empresa, Responsabilidade Civil e Direito de Família e Sucessões).[1]

Até o presente momento ocorreram nove jornadas, distinguidas cardinalmente por numerais romanos, sendo a última jornada realizada em 19 e 20 de maio de 2022.[2] Durante o seu debate ocorre a formação de enunciados, os quais são usados como base para julgamentos que serão realizados em tribunais por todo o país. Segundo o Ministro aposentado do Superior Tribunal de Justiça Ruy Rosado de Aguiar Júnior: "Os enunciados são referência essencial para julgados e doutrina, além de abrirem novos caminhos."[3]

As Jornadas de Direito inovam sobre temas que se relacionam determinado parte do código e sua aplicação traz novidades que de certa forma produzem efeitos positivos para a sociedade, já que a mesma possui grande rigor técnico, produzindo assim uma evolução pelo Direito e seus enunciados servem de forma para auxiliar o trabalho do Poder Judiciário Brasileiro.[4][5]

Auxiliando até em processos onde a lacuna do código civil se faz presente, como é o caso do Testamento Vital onde a mesma determina a forma como ela deve ser tratada em caso de determinada doença, seguindo os princípios da dignidade da pessoa humana, mesmo pela falta de legislação especifica sobre o assunto, ainda se fazem uso deste instrumento, enquanto não se ferir o ordenamento jurídico, como se faz percebido através do Conselho de Justiça Federal, na V Jornada de Direito Civil, com o enunciado 527.[6]

É possível consultar todos os enunciados desta jornada, consultando o site do Conselho Federal de Justiça, como também de várias outros enunciados organizados pelo CEJ de várias outras Jornadas, sendo elas: Jornada de Direito Administrativo, Jornada de Direito Tributário, Jornada de Direito e Processo Penal, Jornada de Direito Comercial, Jornada de Direito Processual Civil.[7]

Referências[editar | editar código-fonte]

  1. «Jornadas de Direito Civil são uma grande prestação de serviço social, afirma Ruy Rosado». Conselho da Justiça Federal. Consultado em 31 de julho de 2020 
  2. «Jornadas de Direito Civil». Conselho da Justiça Federal. Consultado em 31 de julho de 2020 
  3. «Enunciados são base para julgados e doutrina, avaliam coordenadores de Jornada». Conselho da Justiça Federal. Consultado em 31 de julho de 2020 
  4. «Jornada de Direito Civil trouxe importantes enunciados sobre Direito de Família – SEDEP». Consultado em 31 de julho de 2020 
  5. «Ministro Sérgio Kukina afirma que jornada de direito administrativo será positiva para todos os estudiosos do assunto». www.stj.jus.br. Consultado em 31 de julho de 2020 
  6. «Testamento vital e o necessário respeito à dignidade da pessoa humana». Migalhas. 17 de julho de 2020. Consultado em 31 de julho de 2020 
  7. «Consulta de Enunciados». www.cjf.jus.br. Consultado em 31 de julho de 2020