Línguas cuxíticas
Línguas cuxíticas | |
---|---|
cuxíticas | |
Distribuição geográfica |
Chifre da África |
Classificação linguística | Camito-semítica
|
Subdivisões | ? Beja (norte) |
ISO 639-5 | cus |
Línguas cuchíticas (verde-escuro) e outros idiomas camito-semíticos (verde médio).
|
As linguas cuchíticas (também cuxíticas) são um subgrupo da família de línguas camito-semíticas falado na região do Chifre da África, bem como na Tanzânia, Quênia, Sudão e Egito. Recebem este nome a partir do personagem bíblico Cuxe (Cuche), de maneira análoga ao que foi feito com Sem, que se tornou epônimo dos idiomas semitas. A língua cuchítica com o maior número de falantes é o oromo, com cerca de 35 milhões de falantes, seguido pelo somali, com cerca de 15 milhões, e o sidamo, falado na Etiópia, com cerca de 2 milhões de falantes. Outros idiomas do grupo com mais de um milhão de falantes são o hadia (1,6 milhões), o cambaata (1,4 milhões) e o afar (1,5 milhões).
Composição
Existem oito grupos claramente reconhecidos de idiomas que são ou costumam ser incluídos na família cuchítica, e existe uma ampla gama de opiniões a respeito de como elas são relacionadas entre si. O único grupo a escapar da controvérsia é o das línguas agaw, ou cuchítico centrais, que formam um ramo distinto do cuchítico em todas as suas classificações.
A língua beja, ou cuchítico do norte, costuma ser colocado fora do próprio grupo cuchítico, embora não exista evidência de que o resto do cuchítico formaria um grupo independente.
As posições das pequenas línguas dullay e yaaku na família são incertas. Tradicionalmente são agrupadas num ramo cuchítico oriental, juntamente com o cuchítico oriental de planalto (sidâmicas) e de planície. Estudiosos como Richard Hayward, no entanto, acreditam que o cuchítico oriental não seria um grupo apropriado, e o reestruturaram em três famílias bem-fundamentadas: a de Planalto, uma família de Planície diversificada (com ramos afar, somálico e orômico) e dullay (aparentemente deixando o yaaku sem classificação), que é considerado separadamente nas tentativas de se estudar as relações internas do cuchítico.
Robert Hetzron[1] e Ehret (1995) especularam que as línguas do Rift (cuchítico meridional) fariam parte do cuchítico oriental de planície.
Tradicionalmente considerou-se que as línguas omóticas fazem parte do grupo cuchítico, formando o ramo chamado de cuchítico ocidental. Este ponto de vista, no entanto, vem sendo abandonado, especialmente depois dos trabalhos de Harold C. Fleming (1974) e M. Lionel Bender (1975), que consideraram o omótico como um ramo independente do afro-asiático. Enquanto alguns acadêmicos[2] mantiveram a questão em debate, sugerindo que o omótico ainda pode ser classificado como parte das línguas cuchíticas, estudos mais recentes como os de Rolf Theil (2006) chegaram às mesmas conclusões que haviam sido consagradas, como a do chadicista Paul Newman, de que o omótico deveria ser dissociado do grupo, e deveria ser tratado como uma família linguística independente, com base na falta de quaisquer relações genéticas mais próximas entre o omótico e o afro-asiático, em comparação com todos os outros idiomas de outros grupos.[3]
Referências
- ↑ Hetzron, 1980:70ff
- ↑ Zaborski (1986) e Lamberti (1991).
- ↑ Theil, Rolf. Is Omotic Afro-Asiatic?
Bibliografia
- Bender, Marvin Lionel. 1975. Omotic: a new Afroasiatic language family. série do Museu da Universidade do Sul do Illinois, número 3.
- Bender, M. Lionel. 1986. A possible Cushomotic isomorph. Afrikanistische Arbeitspapiere 6:149-155.
- Fleming, Harold C. 1974. "Omotic as an Afroasiatic family". In: Proceedings of the 5th annual conference on African linguistics (ed. por William Leben), p 81-94. African Studies Center & Department of Linguistics, UCLA.
- Roland Kießling & Maarten Mous. 2003. The Lexical Reconstruction of West-Rift Southern Cushitic. Cushitic Language Studies Volume 21
- Lamberti, Marcello. 1991. Cushitic and its classification. Anthropos 86(4/6):552-561.
- Zaborski, Andrzej. 1986. "Can Omotic be reclassified as West Cushitic?" In Gideon Goldenberg, ed., Ethiopian Studies: Proceedings of the 6th International Conference, pp. 525–530. Roterdã: Balkema.