Meotas

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Mapa do império romano sob Adriano (governou entre 117-138 D.C.), mostrando a localização dos meotas na costa oriental do Mar de Azove
Um esqueleto meota em cemitério perto de Fazenda Lenin, região de Krasnodar, na Rússia; 4º ao 2º século, A.C.

Os meotas (em grego clássico: Μαιῶται, Maiōtai; em latim: Mæotæ[1]) foram um antigo povo que habitava a região junto ao Mar de Azove, conhecido na antiguidade como pântano Meótido ou lagoa Meótida.[2] A região da Meótida tem ao norte a Ucrânia, a leste a Rússia (incluindo a península de Taman) e a oeste a península da Crimeia. Paúis meotidos é o nome romano para o Mar de Azove.[3][4]

Identidade[editar | editar código-fonte]

A etimologia do nome e a identidade deste povo permanecem obscuros. Edward James e William Smith[carece de fontes?] eram de opinião de que o termo meota foi aplicado extensamente para vários povos de todo o Mar de Azove, em vez do nome do mar ser decorrente de um determinado povo. Suas subdivisões incluíam os povos sindos, dandáriostoreatas, agrões, arréquios, tarpetesobidiacenos, sitacenos, doscos, e "muitos outros"[5]. Destes, os sindos são os melhores documentados, e foram, provavelmente, os dominantes entre os meotas.[6] A linguagem do povo meota ou mesmo seu grupo linguístico é incerto. Uma princesa do Ixomates era chamada de Tirgatao[7], comparável a Tirgutauia, um nome em um tabuleta descoberta na hurrita Alalaque[8]. Karl Eichwald afirmou que os meotas originaram-se como uma colônia indiana[9], mas este ponto de vista é rejeitado pela maioria dos estudiosos[10][11][12][13]. Arqueólogos, historiadores e etnógrafos soviéticos concluíram que o povo meota foi uma das tribos dos circassianos[14][15]. O Cambridge Ancient History classifica os meotas como um povo de ascendência ciméria ou como aborígenes caucasianos.

História[editar | editar código-fonte]

A mais antiga referência conhecida dos meotas é a partir do logógrafo Helânico de Lesbos[16]. De acordo com Estrabão, os meotas viveram em parte como pescadores, em parte da agricultura, e foram tão guerreiros como seus vizinhos nômades. Essas hordas selvagens eram, por vezes, provenientes do Rio Tánais (hoje Rio Don), e outras vezes do Bósforo. Em tempos posteriores, especialmente em Fárnaces II, Asander, e Pólemon I, o Reino do Bósforo se estendia até o Tánais.

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências[editar | editar código-fonte]

  1. Outras variantes: Mæotians, Maeotae, Maeotici e Mæotici.
  2. James, Edward Boucher. "Maeotae" and "Maeotis Palus" in the Dictionary of Greek and Roman Geography, 1st ed., Vol. II. Walton & Maberly (London), 1857. Accessed 26 Aug 2014.
  3. Voltaire. Cândido, ou o Otimismo. [S.l.: s.n.] 
  4. «Pauis». Dicionário 
  5. Strabo. Geographica, xi. (em latim).
  6. Boardman & Edwards 1991, p. 572
  7. Polyaenus. Stratagems, 8.55.
  8. AT 298 II.11.
  9. Eichwald, Karl. Alt Geogr. d. Kasp. M. p. 356.
  10. Bayer, Acta Petrop. ix. p. 370.
  11. St. Croix, Mem. de l'Ac. des Inscr. xlvi. p. 403.
  12. Larcher, ad Herod. vii. p. 506.
  13. Ukert, Friedrich August, Vol. iii. pt. 2, p. 494.
  14. "As tribos de Cubã (pessoas de Adyghe) são geralmente referidas pelos escritores antigos sob o nome coletivo meotas".
  15. "O estudo da linguagem, da toponímia e da onomástica do noroeste do Cáucaso dá os fundamentos referidos à antiga população meota na matriz étnica de Adyghe-Kassogians, que também está em consonância com os monumentos arqueológicos da cultura meota e suas ligações com as subsequentes culturas do Adyghe medieval (Circassianos). 1998.
  16. A referência real de Helânio é para Maliōtai (Μαλιῶται), que Sturz emendou para Maiōtai.

Fontes[editar | editar código-fonte]