Miguel Monômaco

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Miguel Senaquerim Monômaco
Morte entre 1333-1336
Constantinopla
Nacionalidade Império Bizantino
Ocupação General e governador
Religião Igreja Ortodoxa

Miguel Senaquerim Monômaco (em grego: Μιχαὴλ Σεναχηρείμ Μονομάχος; fl. 1315–1343/46) foi um alto oficial bizantino, que serviu como governador de Salonica e Tessália. Ele alcançou o alto posto de grande conostaulo.

Vida[editar | editar código-fonte]

Tornês de Andrônico II Paleólogo (r. 1272–1328)
Histameno de Andrônico III (r. 1328–1341)

Miguel e seu irmão, Jorge Atuemo Monômaco, foram rebentes da família Monômaco, uma linhagem aristocrática que remontava o século X. Sua exata relação com outros membros do começo do século XIV é desconhecida, e eles estão entre os últimos membros atestados no período bizantino.[1] Miguel é mencionado pela primeira vez em 1315, quando serviu como governador céfalo de Salonica. Ele continuou no mesmo ofício em 1321, quando é registrado como tatas da corte, e em 1327, quando foi eparca. Na guerra civil de 1321–1328, ele apoiou Andrônico II Paleólogo (r. 1272–1328) contra seu neto, Andrônico III (r. 1328–1341).[2]

Monômaco permaneceu em Salonica até 1332/1333. Naquele ano, Estêvão Gabrielópulo, o governante semi-independente da Tessália Ocidental e partes do sudoeste da Macedônia, morreu. Gabrielópulo havia sido vassalo bizantino, mas o governante vizinho do Epiro, João II Orsini (r. 1323–1335), rapidamente moveu-se para tomar seus territórios. Em resposta, Andrônico III ordenou que Monômaco interviesse de Salonica, e ele partiu para a Tessália como chefe de um exército.[3] Os bizantinos logo readquiriram controle de grande parte da região, embora o historiador Božidar Ferjančić questiona a afirmação de João Cantacuzeno que as forças epirotas foram completamente expulsas e toda a Tessália foi recapturada naquele momento, apontando para a carência de escrituras imperiais na Tessália Ocidental antes de 1336, e insiste que as forças imperiais capturaram apenas as porções oriental da região em 1332/1333. Andrônico III, após gastar o inverno na área, deixou Monômaco como governador da nova província, com o título de protosebasto.[2][4] O mais tardar até o momento da morte de João II Orsini em 1335, Monômaco e Andrônico III foram capazes de estender o controle bizantino sobre a Tessália Ocidental também, e mesmo avançar para o Epiro propriamente e capturar Janina.[5]

Tornês de João Cantacuzeno

Em 1338, Andrônico III completou sua invasão do coração epirota ao capturar sua capital Arta, anexando o Epiro ao Império Bizantino. Este movimento sofreu oposição da população local, que no ano seguinte rebelou-se contra o domínio Paleólogo. Os epirotas se reuniram em torno de seu jovem governador, Nicéforo II Orsini, que escapou da custódia bizantina e retornou ao Epiro com tropas da corte angevina de Nápoles. Os rebeldes capturaram Arte e levaram o governador bizantino, Teodoro Sinadeno, prisioneiro.[6] Consequentemente, no final de 1339 ou começo de 1340, um exército bizantino sob Monômaco e João Ângelo avançou contra os rebeldes, seguido pelo imperador em pessoa. Pelo fim do ano, as várias fortalezas rebeldes capitulara. Nicéforo recebeu o título de panipersebasto e foi enviado para Salonica, onde sua mãe e irmã já viviam, e o Epiro retornou para controle bizantino com João Ângelo como governador.[7]

Com a eclosão da nova guerra civil entre João Cantacuzeno e a regência de João V Paleólogo em 1341, Monômaco inicialmente tentou manter-se neutro, o que levou os regentes a confiscarem suas propriedades na vila de Chantax, próximo ao rio Estrimão. Em 1342, ele partiu ou foi removido da Tessália pela fação pró-Cantacuzeno, e partiu para Serres, onde juntou-se às forças anti-cantacuzenistas que mantinham a cidade.[8] Ele foi nomeado grande conostaulo por volta desta época e morreu em algum momento entre 1343 e 1346.[2]

Referências

  1. Kazhdan 1991, p. 1398.
  2. a b c Trapp 1986, 19306. Mονομάχος, Μιχαὴλ Σεναχηρείμ.
  3. Fine 1994, p. 252–253.
  4. Fine 1994, p. 253.
  5. Fine 1994, p. 254.
  6. Fine 1994, p. 253–254.
  7. Fine 1994, p. 254–255.
  8. Fine 1994, p. 296.

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • Fine, John Van Antwerp (1994). The Late Medieval Balkans: A Critical Survey from the Late Twelfth Century to the Ottoman Conquest. Ann Arbor, Michigan: University of Michigan Press. ISBN 0472082604 
  • Kazhdan, Alexander Petrovich (1991). The Oxford Dictionary of Byzantium. Nova Iorque e Oxford: Oxford University Press. ISBN 0-19-504652-8 
  • Trapp, Erich; Hans-Veit Beyer; Sokrates Kaplaneres; Ioannis Leontiadis (1986). Prosopographisches Lexikon der Palaiologenzeit. Viena: Verlag der Österreichischen Akademie der Wissenschaften