Mário Bortolotto

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Mário Bortolotto
Mário Bortolotto
Nascimento 29 de setembro de 1962 (61 anos)
Londrina
Nacionalidade Brasil brasileiro
Ocupação ator, diretor, dramaturgo

Mário Bortolotto (Londrina, 29 de setembro de 1962) é um ator, diretor, dramaturgo, escritor e compositor brasileiro.

Carreira

Estudou em seminário e na adolescência iniciou sua carreira artística no teatro e na literatura. Participou de inúmeros festivais de teatro pelo Brasil, sempre com o Grupo Cemitério de Automóveis, de que é fundador (em 2014 o grupo completou 32 anos de existência). Em 2000 ganhou o Prêmio APCA pelo conjunto da obra e o Prêmio Shell de melhor autor por sua peça Nossa Vida não Vale um Chevrolet. Desde 1996 mora e trabalha em São Paulo.

Com um estilo calcado em histórias em quadrinhos, cinema, blues, rock e o universo beatnik, o escritor cria espetáculos com estilo próprio. Além de atuar, escrever e dirigir seus espetáculos, participa como vocalista e compositor das bandas Saco de Ratos Blues e Tempo Instável. Gravou o CD de blues Cachorros Gostam de Bourbon, com composições suas. Quase todas as peças escritas por Bortolotto já foram publicadas, pela Editora Atrito, de Londrina, num total de cinco livros. Também publicou dois livros de poesia (Para os Inocentes que Ficaram em Casa e Um Bom Lugar pra Morrer), dois romances (Mamãe não Voltou do Supermercado e Bagana na Chuva), um livro de contos (DJ - Canções pra Tocar no Inferno) e um livro com artigos escritos para jornal (Gutemberg Blues). Tem textos traduzidos e publicados na França, Polônia e Argentina.

Em 2006, lançou o livro Atire no Dramaturgo, coletânea de textos publicados em seu blog de mesmo nome, que mantém desde 2004. Lançou ainda, em 2010, um livro de poemas chamado Um Bom Lugar para Morrer.[1] Em fevereiro de 2010 o Instituto Itaú Cultural promoveu a Semana Mário Bortolotto, onde o artista reuniu amigos para debater música, literatura, poesia, cinema e teatro a partir de sua obra.[2] "Iremos usar o meu trabalho como ponto de partida para os debates", disse Bortolotto, em entrevista ao Jornal da Tarde. "Vamos ler trechos de minhas obras e autores que me influenciaram e então falar sobre eles. Tive bastante liberdade para fazer o que quisesse. Esse formato foi minha sugestão."[2]

Em abril estreou, no mesmo Espaço Parlapatões onde fora baleado quatro meses antes, a peça Música para Ninar Dinossauros, que, segundo o jornal O Estado de S. Paulo, "representa muito melhor o seu universo", tendo como tema as reminiscências da adolescência de três quarentões.[3]

Administra o Teatro Cemitério de Automóveis com o sócio Carlos Carcarah e com integrantes do Grupo La Plongee. O teatro abriga montagens dos dois grupos, além de shows de música e lançamentos de livros. Tem também um bar que funciona paralelamente ao teatro. E fica em São Paulo na Rua Frei Caneca, 384.

Incidente

Em 4 de dezembro de 2009 Bortolotto e seu amigo músico Carlos Carcarah foram baleados enquanto estavam em um bar.[4] Segundo a polícia, os dois reagiram e os bandidos disparam quatro tiros contra eles.[5] O incidente aconteceu na Praça Roosevelt[6] e Bortolotto teve de passar por uma cirurgia.[7] Ele teve alta do hospital em 28 de dezembro de 2009 e passa bem.[8] Pouco mais de um mês depois do assalto, em entrevista o jornal O Globo, Bortolotto disse ter sido criticado por não agradecer a Deus sua recuperação, mas descreveu sua espiritualidade como algo privado.[9] Ele também brincou que poderia atuar no filme Nove Crônicas para um Coração aos Berros, cujas gravações estão previstas para abril, com a tipoia que está usando no braço esquerdo devido à queda durante o assalto.[9]

O jornal Folha de S. Paulo publicou pouco depois uma reportagem em que dizia que a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo teria designado uma equipe inteira do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa para cuidar do caso, supostamente suspendendo 130 inquéritos sob sua responsabilidade para cuidar apenas deste.[10] Para Bortolotto, a matéria seria uma resposta a sua recusa em conceder entrevista exclusiva ao jornal, o que o levou a criticá-lo em seu blog.[11]

Cerca de três meses após o incidente, em entrevista ao portal R7, ele disse: "Até agora ninguém conseguiu prender quem atirou em mim. Fiquei dois dias em coma. Quando acordei olhei e pensei: 'Ainda estou aqui.' Achei estranho estar vivo, após tudo aquilo. Tomei três tiros, cara. Teve um perto do pulmão, outro do coração e outro na coluna. O médico me disse que vou ficar bom logo e que não terei sequela nenhuma. Mas não vou mudar nada do que eu sou. É claro que eu tive aquela coisa de passar um videotape da vida. Mas não tive essa história de repensar tudo que eu deveria ter feito."[1] Sobre voltar a frequentar a Praça Roosevelt, em fevereiro de 2010 ele disse, ao JT, que voltaria, mas não naquele momento: "Conheço muita gente lá e se eu for eles virão falar comigo, bater nas minhas costas e vou ter de ficar contando sempre a mesma história."[2]

Saco de Ratos Blues

Saco de Ratos Blues é uma banda paulistana de rock e blues. Formada em 2007 por Bortolotto, teve como primeiros membros os guitarristas Marcelo Amalfi e Fábio Brum. Com a saída de Amalfi, entraram o baixista Fábio Pagotto, o baterista Rick Vecchione e o guitarrista Marcelo Watanabe. A banda toca principalmente composições de Bortolotto e dos demais membros da banda, além de letras de poetas da Praça Roosevelt, centro do teatro alternativo da cidade de São Paulo, e de compositores como Itamar Assumpção, Cazuza e outros. Lançou em 2010 seu primeiro CD, Velhos Bêbados Barrigudos Tocadores de Blues, com catorze faixas e uma faixa-bônus oculta. Já tem três CDs lançados e prepara o quarto.

Espetáculos

  • Transas Mil
  • Brazilian Boys
  • A Meia Noite um Solo de Sax na Minha Cabeça
  • Feliz Natal Charles Bukowski
  • Será que a Gente Influencia o Caetano
  • A Louca Balada de Lou Reed
  • Singapura Sling
  • Leila Baby
  • Fica Frio
  • Fuck You Baby
  • Para Alguns a Noite É Azul
  • O Cara que Dançou Comigo
  • Nossa Vida Não Vale um Chevrolet
  • Cocoonings
  • Uma Fábula Podre
  • Felizes para Sempre
  • Vamos Sair da Chuva quando a Bomba Cair
  • Medusa de Rayban
  • Postcards de Atacama
  • Getsêmani
  • Deve Ser do Caralho o Carnaval em Bonifácio
  • Brutal
  • Gravidade Zero
  • Tempo de Trégua
  • A Frente Fria que a Chuva Traz[12]
  • O que Restou do Sagrado
  • Homens, Santos e Desertores
  • Hotel Lancaster
  • Música para Ninar Dinossauros
  • Borrasca
  • A Pior das Intenções
  • O Inferno em Mim
  • Quartos de Hotel
  • Whisky e Hambúrguer

Referências

  1. a b Miguel Arcanjo Prado. «Após levar três tiros, Mario Bortolotto lança livro». R7. Consultado em 21 de março de 2010 
  2. a b c Felipe Branco Cruz (23 de fevereiro de 2010). «As várias faces de Mário Bortolotto». Jornal da Tarde (14 428). São Paulo: S.A. O Estado de S. Paulo. pp. pág. 3D. ISSN 1516-294X. Consultado em 3 de abril de 2010 
  3. «'Música para Ninar Dinossauros' de Mário Bortolotto». Estadão.com.br. 23 de abril de 2010. Consultado em 23 de abril de 2010 
  4. «Dramaturgo Mário Bortolotto é baleado em São Paulo». Correio Braziliense. Consultado em 5 de dezembro de 2009 
  5. Márcia Abos. «Dramaturgo Mário Bortolotto é baleado em tentativa de assalto no Espaço Parlapatões, em SP». O Globo. Consultado em 5 de dezembro de 2009 
  6. «Mário Bortolotto é baleado em São Paulo, afirma canal de TV». Abril.com.br. Consultado em 5 de dezembro de 2009 
  7. «Dramaturgo passa por cirurgia após levar 3 tiros em SP». Terra.com.br. Consultado em 5 de dezembro de 2009 
  8. «'Não consigo cultivar sentimentos de ódio', escreve Mário Bortolotto em blog». G1 
  9. a b Márcia Abos (13 de janeiro de 2010). «Mário Bortolotto fala sobre o assalto que quase lhe tirou a vida». O Globo. Consultado em 13 de janeiro de 2010 
  10. Fabio Victor (15 de janeiro de 2010). «Polícia tem um suspeito de atirar em Bortolotto». Folha de S. Paulo. São Paulo. pp. pág. E11 
  11. «Bortolotto critica matéria da "Folha" em seu blog pessoal». Abril.com. 17 de janeiro de 2010. Consultado em 21 de janeiro de 2010 
  12. V Mostra de Teatro Cemitério de Automóveis

Ligações externas