Nova Gales do Sul

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 Nota: Se procura a colônia de Nova Gales do Sul, veja Nova Gales do Sul (Colónia).
New South Wales
Nova Gales do sul
Bandeira brasão
Língua oficial Inglês
Capital Sydney
Área: 809 444
População: 7 272 800 (2012)
Densidade populacional: 9 hab/km²
Sydney, capital de Nova Gales do Sul.

Nova Gales do Sul (em inglês New South Wales) é o mais populoso estado australiano e o terceiro mais densamente povoado. Sua população é de 7 099 700 (2009) e sua densidade populacional de 9 hab./km². Seu crescimento vegetativo é de 1,1%.

Ao norte, Nova Gales do Sul faz divisa com o estado de Queensland, a oeste com a Austrália Meridional (South Australia), ao Sul com Victoria, ao leste com o Mar da Tasmânia, além do Território da Capital da Austrália (Australian Capital Territory) que fica encravado na região sul do estado.

Sydney é a capital e maior cidade, seguida por Newcastle e Wollongong.

História

Ocupação aborígene

Os habitantes originais da Austrália eram os povos aborígenes, que lá estavam desde a última Idade do Gelo. Os primeiros indícios de ocupação humana na região de Nova Gales do Sul foram encontrados próximos ao Lago Mungo, e acredita-se que sejam de até 60 mil anos atrás. O lago, que está completamente seco hoje em dia, na época ainda estava cheio de água e oferecia um excelente local para acampamentos. Os aborígenes organizavam-se em grupos familiares ao invés de grandes unidades políticas, e portanto não tinham condições de fazer frente aos colonizadores europeus. Quando os europeus chegaram, os aborígenes foram expulsos de suas terras, e muitos milhares morreram pelas doenças trazidas do Velho Mundo.

Ocupação britânica

O território do actual estado foi descoberto pelos europeus em 1770 durante a expedição de James Cook. O governo britânico reclamou a posse do território e estabeleceu a colónia de Nova Gales do Sul em 1788. A nova colónia incluía a quase totalidade do continente australiano e parte das ilhas da Nova Zelândia.

Expansão rumo ao interior

Gregory Blaxland, um rico fazendeiro, estava convencido de que as tão necessárias novas pastagens seriam encontradas além da cadeia montanhosa hoje conhecida como Blue Mountains. O Governador Macquarie, que havia chegado em 1809, acabou dando permissão para que Blaxland e dois outros proprietários de terras, William Charles Wentworth e William Lawson, montassem uma expedição. Eles partiram em 11 de Maio de 1813, e seguiram uma rota ao longo da serra. Foi tão difícil o caminho que nos dias ruins eles cobriam menos de três quilômetros. Em 31 de Maio, com suas provisões de comida próximas ao fim, e a ponto de desistir, o grupo subiu um morro (atualmente chamado Monte Blaxland) de onde puderam ver infinitas florestas e pastos. A sua jornada de retorno durou apenas 6 dias. Como recompensa, o Governador Macquarie ofereceu a cada um dos três exploradores uma concessão de mil acres de terra que poderia ser escolhida por eles próprios.

Seguindo-se o sucesso do grupo de Blaxland, o Governador Macquarie ordenou mais uma expedição em Novembro de 1813. Liderados por George Evans, um topógrafo do governo, eles seguiram a mesma rota de Blaxland, prosseguindo por outros quase 200 quilômetros, cruzando a serra, chamada Great Dividing Range. Evans descobriu uma enorme planície coberta de grama próxima a onde hoje localiza-se Bathurst, e retornou a Sydney com notícias fervorosas sobre as férteis terras que ele havia encontrado.

Em 1815, o Governador Macquarie ordenou a construção de uma estrada para cruzar as montanhas, e um antigo oficial do Exército, William Cox, foi escolhido para liderar o trabalho de uma equipe de 30 condenados. Eles construíram 160 quilômetros de estrada sobre as montanhas em apenas 6 meses. Macquarie liderou uma procissão ao longo da nova estrada em Abril de 1815, proclamando formalmente a fundação da cidade de Bathurst. Bathurst logo se desenvolveu numa próspera cidade de interior.

Outros exploradores que ajudaram a desbravar o vasto interior do Estado incluem Oxley, Hamilton Hume, William Hovell, Cunningham, e Charles Sturt.

Desenvolvimento econômico

O último navio trazendo condenados do Reino Unido ao Estado chegou em 1848. Acabava-se um tempo em que ricos proprietários de terra tinham a sua disposição mão-de-obra barata e numerosa. Agora, o Estado via cada vez mais a chegada de trabalhadores livres, em busca de oportunidades, e consequentemente um enriquecimento da colônia e expansão do seu território. No início do século XIX, Nova Gales do Sul compreendia praticamente metade do continente australiano. Gradualmente, o seu território foi sendo dividido, criando-se outras colônias: Austrália do Sul em 1834, Victoria em 1850, e Queensland em 1859.

A descoberta de ouro nos anos 1850 trouxe as mais significantes mudanças à estrutura sócio-econômica da colônia. A corrida do ouro iniciou-se em Ophir, próximo à atual cidade de Orange, e alastrou-se por todo o território do Estado e da Austrália, criando inúmeras cidades no interior, como a isolada Broken Hill, já no Deserto do Outback. Embora poucos tenham feito fortuna a partir do ouro, a maioria dos colonos acabaram ficando por onde estavam. Com a Revolução Industrial ocorrendo na Grã-Bretanha no mesmo período, a enorme demanda por produtos agrícolas e minerais ocasionada trouxe grande impulso à economia das colônias australianas.

Federação

Durante os anos de 1890, as colônias passaram a, cada vez mais, aspirar à independência, motivadas por um sentimento de identidade nacional (com o surgimento de escritores, pintores, músicos, e cultura próprios, a se destacar o poema The man from Snowy River, e a canção Waltzing Matilda, ambos escritos por Banjo Paterson) e também por fatores econômicos. Com a Federação em 1 de Janeiro de 1901, Nova Gales do Sul tornou-se um Estado da nova nação.

Os anos de 1920, especialmente, trouxeram grande expansão econômica. No entanto, a Grande Depressão atingiu duramente a Austrália. Em 1931 quase um terço dos chefes de família estavam desempregados, e a pobreza assombrava os habitantes. Mas em 1932 a economia começou a se recuperar, graças em parte ao aumento do preço da lã e a uma revitalização na produção de manufaturas. A construção da Ponte da Baía de Sydney (Sydney Harbour Bridge) marcou o início da reação econômica em 1932.

Pós-guerra

Durante as Grandes Guerras Mundiais, a Austrália permaneceu fiel à Grã-Bretanha, enviando tropas a ambos os conflitos. No pós-guerra, a indústria civil explodiu novamente em Sydney, embalada pela construção de linhas ferroviárias que permitiram a rápida expansão da cidade em direção ao oeste. Programas de imigração trouxeram crescimento, prosperidade, e um grande número de "novos australianos", vindos principalmente da Europa e Ásia. Ainda hoje, cerca de cem mil imigrantes chegam à Austrália todos os anos, vindos de todos os cantos do planeta, e boa parte segue em direção a Sydney.

Nos últimos anos, Sydney tem vivido uma época de grande crescimento e desenvolvimento. No entanto, o resto do Estado não tem acompanhado este progresso, e o interior permanece relativamente pouco habitado e com pouca significância econômica.

Economia

Produtos manufaturados são a maior fonte de renda do Estado, e incluem maquinário agrícola, químicos, tecidos, fertilizantes, vidros, ferro e aço, maquinário industrial, automóveis e papel. Sydney, juntamente com Newcastle, Wollongong e Port Kembla, constitui o segundo maior centro industrial da Austrália depois de Melbourne, que exerce o papel de locomotiva da Austrália, apesar de ser menor do que Sydney.

A indústria de mineração é muito importante para a economia local, tendo como principais minérios o carvão, cobre, ouro, chumbo, prata e zinco.

O Produto Interno Bruto (PIB) entre 2004 e 2005 foi de US$ 241,17 bilhões, 34% do total australiano. A renda per capita é de US$ 36 127,00.

Clima

A região litorânea tem um clima temperado, geralmente ensolarado e com temperaturas moderadas. A costa norte é mais quente e úmida. Os planaltos no interior têm um clima mais frio, com geadas frequentes e alguma precipitação de neve no inverno. O oeste do Estado é muito seco, com dias quentes e noites geladas. A região das Montanhas Nevadas (Snowy Mountains) é a parte mais fria do Estado, e possui várias estações de esqui (como Thredbo e Perisher Blue) que abrem no inverno, entre Julho e Outubro anualmente. Em Sydney, a temperatura média no verão é de 25 °C, porém em alguns dias mais quentes a temperatura pode ultrapassar os 40 °C. A média no inverno é de 12 °C, com máximas em torno de 16 °C. Os meses mais úmidos são Março e Junho, os mais quentes Janeiro e Fevereiro, e o mais frio, Julho.

Ligações externas

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