Nuno Gonçalves de Ataíde

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Nuno Gonçalves de Ataíde
Senhor do Morgado de Gaião
Nuno Gonçalves de Ataíde
Armas da família Ataíde
Nascimento c.1370
  Portugal
Morte 1437 (67 anos)
  Fez, Marrocos
Descendência Pedro de Ataíde, o corsário (neto)

Catarina de Ataíde, morgada de Gaião (neta)

Pai Gonçalo Viegas de Ataíde
Mãe Beatriz Nunes de Góis
Ocupação Fidalgo, Militar
Religião Católica

Nuno Gonçalves de Ataíde (nascido c. 1370 - falecido em Lisboa, 31 de Maio de 1425 ou, segundo pesquisas mais recentes, em Fez, 1437) foi um fidalgo português dos séculos XIV e XV, combatente em Aljubarrota e senhor do morgado de Gaião,[1] em Santarém[2]

Biografia[editar | editar código-fonte]

Era filho de Gonçalo Viegas de Ataíde (c. 1327 - c. 1391), cavaleiro fidalgo e vassalo de D. João I e de sua mulher Beatriz Nunes de Góis.[3]

Foi um dos Bravos da Batalha de Aljubarrota a 14 de Agosto de 1385, como componente da Companhia da Madressilva, idêntica nos fins e na natureza à famosa Ala dos Namorados.[2]

Cavaleiro e Fidalgo do tempo de D. João I de Portugal, foi seu Conselheiro e Governador da Casa do Infante D. Fernando de Portugal (o "Infante Santo").[2] O Rei D. João I fez-lhe doação do morgado de Gaião, situado em Santarém, por carta de 22 de agosto de 1421.[4]

Alguns anos antes, em 13 de fevereiro de 1417, já D. João I lhe havia confirmado a coutada de várias herdades de Moura que seu pai, Gonçalo Viegas de Ataíde, lhe dera e que fora de seu avô Nuno Martins de Góis.[3]

Segundo a Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira, foi sepultado na Capela de Santo António do Convento de São Francisco de Alenquer.[2]

A mesma fonte refere que, das pedras da Capela de Santo António do Convento de Alenquer, arrancadas por volta do século XVI, lê-se o seguinte epitáfio: Em este moimento jaz Nuno Gonçalves de Ataíde, cavalleiro e companheiro dos da Madresylva, e do conselho do mui nobre Rei D. João, e governador da casa do Infante D. Fernando seu filho. E finou em Lisboa em dia do Corpo de Deus, derradeiro dia do mês de Maio da era do nascimento de Nosso Senhor Jesu Christo de mil CCCC & XX & cinco anos..[2]

Entretanto, as pesquisas mais recentes de Manuel Abranches de Soveral apontam para uma data de falecimento posterior a esta: Nuno Gonçalves de Ataíde teria falecido no cativeiro, em Fez, no ano de 1437, sofrendo assim destino semelhante ao de seu amo, o Infante Santo, que faleceria também no cativeiro, na mesma cidade, alguns anos mais tarde, em 1443.[3]

A Fortaleza de Fez, cidade onde Nuno Gonçalves de Ataíde faleceu no cativeiro, em 1437

Casamento e descendência[editar | editar código-fonte]

Do seu casamento com Mécia de Meira, filha natural de Fernão Gonçalves de Meira, senhor de juro e herdade de Viana, da Nóbrega, e de Ribeira de Soaz (no ano de 1369) e alcaide-mor de Torres Vedras por carta de D. Fernando I, e de Teresa Rodrigues, irmã do arcebispo de Braga D.Lourenço Vicente, senhor e alcaide-mor da Lourinhã (respectivamente, em 10.10.1384 e 07.02.1385), teve os seguintes filhos:[3]

  • Pedro de Ataíde, que faleceu sem deixar descendência.
  • D. Brites de Ataíde, casada com Martim de Távora, filho segundogênito do 1.º senhor de Mogadouro; com geração, uma filha, Catarina de Távora, que viria a casar com D. Pedro de Noronha, senhor do Cadaval, estando sua descendência representada nos condes dos Arcos.

Segundo alguns autores teve também este filho:

Referências

  1. «"Morgado de Gaião" - Arquivo Nacional da Torre do Tombo - DigitArq». digitarq.arquivos.pt. Consultado em 8 de outubro de 2022 
  2. a b c d e Vários. Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira. [S.l.]: Editorial Enciclopédia, L.da. pp. Volume 3. 617 
  3. a b c d Soveral, Manuel Abranches de. «Argollo - uma família brasileira de 1500. Subsídios para a sua genealogia, para a dos Lobo de Souza e para a dos Góis». p. 4.2.2.1. Consultado em 22 de outubro de 2021 
  4. a b Freire, Anselmo Braamcamp (1921). Brasões da Sala de Sintra, Livro Terceiro. Robarts - University of Toronto. Coimbra: Coimbra : Imprensa da Universidade. p. 87 
  5. «Viscondes de Vila Nova de Cerveira. Tombo em que se contem todas as propriedades (...) dos morgados de Santa Ana e de São Lourenço de Lisboa, Gaião e Santo Estêvão de Beja - Arquivo Nacional da Torre do Tombo - DigitArq». digitarq.arquivos.pt. Consultado em 22 de outubro de 2021