O Livro das Ilusões

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The Book of Illusions
O Livro das Ilusões
Autor(es) Paul Auster
Idioma inglês
País  Estados Unidos
Gênero romance
Editora Faber and Faber
Lançamento 2002
Páginas 232
ISBN 0-312-42181-8
Edição portuguesa
Tradução José Vieira de Lima
Editora Edições Asa
Lançamento 2002
Páginas 269
ISBN 972-41-3163-7
Edição brasileira
Tradução Beth Vieira
Editora Companhia das Letras
Lançamento 2002
ISBN 853590302X
Cronologia
Timbuktu
Oracle Night

The Book of Illusions é um romance de Paul Auster de 2002.[1][2]Segundo Auster, ...não é um livro sobre a morte mas sobre a perda e a aflição.[3] Durante a produção do O Livro das Ilusões, Auster paralisou sua carreira de cineasta e roteirista e havia iniciado o livro seguinte Oracle Night (que possuía 90 páginas escritas quando do lançamento do O Livro das Ilusões)[4]

Enredo[editar | editar código-fonte]

Em O Livro das Ilusões, romance da autoria de Paul Auster, David Zimmer entra em depressão após a morte da mulher e dos filhos num acidente de avião. Para fugir ao desespero, David entrega-se à escrita de um livro sobre Hector Mann, um virtuoso do cinema mudo dado como desaparecido em 1929.

Após a publicação da obra, David aceita traduzir as "Memórias do Túmulo", de Chateaubriand, e refugia-se num lugar perdido para fazer face à hercúlea tarefa que se impôs. É então que recebe uma estranha carta proveniente de uma pequena cidade do Novo México, supostamente escrita pela mulher de Hector: «Hector leu o seu livro e gostaria de encontrá-lo. Está interessado em fazer-nos uma visita?». Zimmer, incrédulo, hesita. Mas uma noite uma jovem mulher bate-lhe à porta e obriga-o a decidir-se, transformando para sempre a sua vida.

Narrada pela jovem mulher, a história do extraordinário e misterioso Hector Mann é o fio condutor de "O Livro das Ilusões". Mas o poder descritivo de Paul Auster transporta-nos bem para lá da magia do cinema mudo e mergulha-nos num universo muito pessoal, em que o cómico e o trágico, o real e o imaginado, a violência e a ternura se misturam e se dissolvem.

O livro foi finalista da edição de 2004 do Prêmio Literário Internacional IMPAC de Dublin.[5]

Crítica[editar | editar código-fonte]

O livro foi lançado no Brasil em novembro de 2002 pela Companhia das Letras. O crítico Sérgio Dávila do jornal Folha de S.Paulo entrevistou Auster em Nova Iorque e escreveu que:

"...Não, "O Livro das Ilusões" não acrescenta nenhuma novidade ao universo austeriano, assim como o décimo CD de Tom Waits era praticamente idêntico ao anterior. Mas, nesse caso, quem quer novidades?...
— Sérgio Dávila, Folha de S.Paulo, 9 de novembro de 2002[6]

Haroldo Ceravolo Sereza, escrevendo matéria de página inteira para o Caderno 2 d' O Estado de S. Paulo fez um paralelo entre o O Livro das Ilusões e o ilusionismo, pela forma como a história é contada, com elementos que aparecem e desaparecem ao longo do texto:

"...o livro cria a falsa sensação de que o escritor tudo controla, inclusive o acaso.
— Haroldo Ceravolo Sereza, O Estado de S. Paulo, 7 de novembro de 2002[7]

No Jornal do Brasil, Carla Rodrigues escreveu:

"...Em "O Livro das Ilusões", a genialidade de Auster transbordou em uma história que leva às últimas consequências sobre a vida, a morte, a existência e a não-existência...
— Carla Rodrigues, [8]

No Correio Braziliense, Carlos Tavares escreveu:

"...Em "O Livro das Ilusões", Paul Auster utiliza recursos linguísticos do cinema...para produzir obra de ficção sobre perdas e a extrema capacidade de superar a tragédia, transformando-a muitas vezes no móvel da criação artística ou em espécie de labirinto que pode estender suas alças, de forma imprevisível à busca do amor ou da motivação para a vida...
— Carlos Tavares, Correio Braziliense, 4 de janeiro de 2003[9]

Notas e referências

Notas

Referências

  1. «O Livro das Ilusões». Companhia das Letras 
  2. «The Book of Illusions». Faber and Faber. Consultado em 4 de dezembro de 2021 
  3. Agência Estado (7 de novembro de 2002). «Literatura:Auster em novo romance». Correio Braziliense, edição 14417, página 27/republicado pela Biblioteca Nacional-Hemeroteca Digital Brasileira. Consultado em 4 de dezembro de 2021 
  4. Sérgio Dávila (9 de novembro de 2002). «"Vou passar o resto do tempo no quarto":Em meio a um novo projeto literário, Paul Auster conta que abandonou o cinema para escrever». Folha de S.Paulo. Consultado em 4 de dezembro de 2021 
  5. «2004 Shortlist». International IMPAC Dublin Literary Award (em inglês). 18 de junho de 2004. Consultado em 4 de dezembro de 2021. Arquivado do original em 21 de abril de 2013 
  6. Sérgio Dávila (9 de novembro de 2002). «Romance não traz novidade ao universo de Auster». Folha de S.Paulo. Consultado em 4 de dezembro de 2021 
  7. Haroldo Ceravolo Sereza (7 de novembro de 2002). «O cinema mudo do ilusionista Paul Auster». O Estado de S. Paulo, ano 123, edição 39832, Caderno 2, página D1. Consultado em 4 de dezembro de 2021 
  8. Carla Rodrigues (28 de dezembro de 2002). «Universo em desencanto:último livro de Paul Auster discute a inutilidade da obra de arte e da própria existência». Jornal do Brasil, ano 112, edição 264, Caderno Idéias e Livros, página 4/republicado pela Biblioteca Nacional-Hemeroteca Digital Brasileira. Consultado em 4 de dezembro de 2021 
  9. Carlos Tavares (4 de janeiro de 2003). «Nas malhas da agonia». Correio Braziliense, edição 14475, Caderno Pensar, página 3/republicado pela Biblioteca Nacional-Hemeroteca Digital Brasileira. Consultado em 4 de dezembro de 2021