Caxemira (estampa)

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 Nota: Para uma cidade indiana, veja Caxemira. Para um tipo de lã, veja Casimira.
Caxemira em um brocado persa da Dinastia Pahlavi
Caxemira na moda hippie

Caxemira é um padrão de estampa de folhas estilizadas e curvadas que era muito reproduzida em lenços, xales e túnicas coloridas em tecido de tramas intercaladas com pelos de cabra da região da Caxemira (fronteira da Índia com o Paquistão).

História[editar | editar código-fonte]

Os antigos persas chamavam-na de boteh (em persa: بته), cujo significado é "arbusto" ou "pequena árvore". Alguns associam essa estampa à folha de palma ou trevos, ou ainda a um botão de flor. No Azerbaijão e na Índia, chamam esta estampa de buta.[1] Acredita-se que o motivo persa original, semelhante a uma gotícula tenha sido uma representação de flores com um cipreste, um símbolo zoroastriano da vida e da eternidade. Acredita-se também que a forma semelhante a sementes represente a fertilidade, tenha conexões com o hinduísmo e também tenha uma semelhança intrigante com o famoso símbolo yin-yang. Ainda é um motivo extremamente popular no Irã e países da Ásia Central e do Sul e é tecido usando fios de prata e ouro para sedas e lãs finas para casamentos e outras celebrações.[2]

Importado da rota da seda nos séculos XVIII e XIX, a caxemira era um tecido muito caro que passou por diversas adaptações até se tornar acessível em 1808, em uma cidade escocesa chamada Paisley, e em virtude deste fato a estampa também é conhecida como paisley.[3]

Há um retrato da imperatriz Josefina, consorte de Napoleão, pintado por Antoine-Jean Gros, intitulado L'Impératrice Josephine, no qual ela não apenas tem um xale de caxemira sobre o ombro, mas também um vestido feito de xales. Outros xales representados em pinturas de época incluem o Retrato da Marquesa de Sorcy de Thélusson de 1790 por Jacques Louis David e da Madame Rivière de 1805 por Jean Auguste Dominique Ingres.[3]

Nos anos 1960 e 1970, o caxemira tornou-se para uma geração de jovens insatisfeitos um símbolo de protesto à Guerra do Vietnã, foi popularizado pelos Beatles, inaugurando a era hippie e tornou-se um emblema do rock'n'roll.[2]

Retratos de mulheres com caxemira
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Retrato da imperatriz Josefina, 1808, pintado por Antoine-Jean Gros
Retrato da imperatriz Josefina, 1808, pintado por Antoine-Jean Gros 
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Retrato da marquesa de Sorcy de Thélusson, 1790, por Jacques Louis David
Retrato da marquesa de Sorcy de Thélusson, 1790, por Jacques Louis David 
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Retrato da madame Rivière, 1805, por Jean Auguste Dominique Ingres
Retrato da madame Rivière, 1805, por Jean Auguste Dominique Ingres 

Referências[editar | editar código-fonte]

  1. «Paisley». Consultado em 1 de setembro de 2018 
  2. a b «Paisley». Consultado em 1 de setembro de 2018 
  3. a b «The Unequaled Beauty of Paisley Shawls». Consultado em 1 de setembro de 2018 

Bibliografia

  • Reilly, Valerie (1987), The Paisley Pattern: The Official Illustrated History, ISBN 0-87905-317-8, Glasgow: Richard Drew .
  • Levi-Strauss, Monique (1987), The French Shawls, ISBN 0-85219-759-4, Dryad .