Poggio Bracciolini

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Poggio Bracciolini (1380-1459)
Historia Florentina, 1478

Poggio di Duccio, mais conhecido como Poggio Bracciolini (Terranuova Bracciolini, 11 de fevereiro de 1380Florença, 30 de outubro de 1459) foi um dos mais importantes humanistas do Renascimento italiano.

Reconhecendo sua aptidão para os estudos, seu pai o levou para Florença para ser educado, tornando-se aluno de João de Ravena em latim e de Manuel Crisoloras em grego. Logo distinguiu-se pelo rápido progresso nas letras, ao mesmo tempo em que se tornava um hábil copista de manuscritos, com uma caligrafia clara e elegante. Com vinte e um anos foi recebido na guilda dos notários e em 1402 ou 1403 ingressou na Cúria Romana como secretário do cardeal Maramori. Mais tarde foi secretário de Baldassare Cossa, o anti-papa João XXIII, que foi condenado à prisão no Consílio de Constança (1414-1418). Desempregado, deu asas às suas atividades de humanista e resgatou do esquecimento e da destruição o poema de Tito Lucrécio Caro, De Rerum Natura (Da Natureza das Coisas), de viés epicurista. Ao possibilitar no renascentismo a introdução dos pensamentos de Epicuro via Lucrécio, Poggio Bracciolini prestou uma grande contribuição à humanidade. O conceito de átomo, o atomismo de Epicuro veio à luz pelo trabalho deste humanista, que não se entregou às ideias lucrecianas mas chegou a lamentar a morte de Jerônimo de Praga no Concílio de Constança.

Esteve na Inglaterra e voltou a Roma em 1423. Em c. 1435 casou-se com Selvaggia dei Buondelmonti, de família nobre. Em 1452 aposentou-se na Cúria e mudou-se para Florença, onde foi indicado chanceler e historiógrafo da República. Construiu uma villa em Valdarno que adornou com uma coleção de estatuária clássica. Foi um dos grandes promotores dos estudos clássicos e em viagens pela Suíça, França e Alemanha descobriu vários manuscritos com obras antigas dadas como perdidas, incluindo o tratado De architectura, de Vitrúvio, e obras de Quintiliano, Ascônio Pediano, Lucrécio, Eutiques, Sílio Itálico, Amiano Marcelino, Cícero, Caio Valério Flaco, Columela e Estácio, entre outros, que copiou e distribuiu entre os eruditos. Também escreveu obras próprias sobre história, arte clássica, coleções de lendas, epístolas e tratados de retórica e moral, além de ter sido um tradutor de Xenofonte.

Ver também

Referências

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