Sá (supermercados)

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Sá (supermercados)
Atividade Retalho
Fundação 1985
Fundador(es) Jorge Sá
Destino Aprovado para Processo Especial de Revitalização[1]
Encerramento 2013[2]
Sede Funchal, Portugal Portugal
Área(s) servida(s) Portugal Portugal
Proprietário(s) Jorge Sá
Empregados 1600 (2010)[3]
Produtos Hipermercados
Supermercados
Minimercados
Empresa-mãe Grupo Sá
Receita EUR 130 milhões (2010)[3]
Website oficial www.gruposa.pt

foi uma cadeia de supermercados sediada na ilha da Madeira e pertencente ao Grupo Sá (formalmente Jorge Sá, S.A.).[4] Foi uma das maiores empresas de retalho presentes na Região Autónoma da Madeira, competindo principalmente com o Continente Modelo, da Sonae, e com o Pingo Doce, da Jerónimo Martins, até à sua extinção em 2013.[5][6]

História[editar | editar código-fonte]

Primeiros supermercados e expansão[editar | editar código-fonte]

O primeiro Sá apareceu em 1985, na Rua do Seminário, com o Super Sá 1 (posteriormente, em 2000, expandido e designado de Hiper Sá Seminário).[7] Já em 1988, foi inaugurado o segundo supermercado, o Super Sá 2 (posteriormente designado de Super Sá Hospital).[8]

Em setembro de 1996, com a inauguração do Hiper Sá São Martinho, é que foi feita a grande viragem nas contas do grupo. Quando inaugurado, era o supermercado com maior área por metro quadrado na ilha da Madeira, 2.500 metros quadrados, o máximo permitido, título que ainda mantêm, apesar do mesmo alberguar atualmente um Continente Modelo.[8]

Assim, após diversas apostas de Jorge Sá, o fundador do grupo Sá, estes supermercados tornaram-se uns dos primeiros a serem criados na Madeira. Ao longo do tempo, mais supermercados Sá foram abertos, quer desde de conveniência até de grandes dimensões, e quer localizados na capital ou à volta da ilha, contribuindo desta forma para a obtenção de sucesso na RAM, e aumentando a importância que a mesma tinha no arquipélago da Madeira.[4]

Em 2006, o grupo abriu o seu primeiro supermercado em Portugal continental, mais precisamente, no Campo Pequeno, tendo o última na altura acabado de ter sido reinaugurado.[9]

Nos anos de atividade[editar | editar código-fonte]

A cadeia de supermercados estava presente em cinco formatos: Hiper Sá (superfícies de grande dimensão, sendo que apesar de se designarem Hiper, tecnicamente tinham dimensão de supermercado, exceto o de São Martinho que realmente podia ser considerado hipermercado), Super Sá (superfícies de média dimensão), Mini Sá (superfícies de pequena dimensão), Expresso Sá (superfícies de pequena dimensão dedicadas à rápida conveniência) e Loja Sá (superfície com média dimensão com posicionamento gourmet).[10][11]

Tal como na concorrência, estes supermercados também possuíam produtos de marca branca, ou seja, da marca Sá. Os produtos iam desde sal de mesa a gelatinas, até vinhos e cervejas. No caso das cervejas, em 2008, acabou por ter sido feita a Cerveja Sá, e no ano seguinte, a edição sem álcool, em parceria com a Empresa de Cervejas da Madeira, do grupo Pestana.[12][13] Alguns problemas acabaram por ocorrer durante a parceria, tendo, no fim da mesma, o grupo Sá uma dívida de 1,5 milhões de euros ao grupo Pestana.[14]

Durante o seu funcionamento, teve grandes níveis de liquidez, apresentando em 2008, receitas na ordem dos 140 milhões de euros, e em 2010, receitas a rondar os 130 milhões de euros. No seu auge, em 2010, chegou a ter 1600 trabalhadores, mais 400 dos que tinha em 2001.[3] Ao todo, foram mais de 20 supermercados Sá que existiram.[10]

Crise e extinção da marca[editar | editar código-fonte]

Com a crise portuguesa de 2010, e com o temporal de 20 de fevereiro, que diminuíram drasticamente o poder de compra dos madeirenses, a principal clientela dos supermercados Sá, as receitas do grupo acabaram por diminuir drasticamente, levando em 2013 a 109,47 milhões de euros de dívidas do Grupo Sá.[15][6]

Santa Cruz Shopping com os letreiros do Hiper Sá instalado nesse centro comercial, em dezembro de 2015, altura em que se encontrava em abandono.

Uns dos primeiros supermercados a ceder foi o do Campo Pequeno, em 2012, tendo posteriormente sido substituído por um supermercado Pingo Doce.[16]

Assim, e após o fecho de grande parte dos estabelecimentos do grupo, ao longo de 2013, foi negociado com a Sonae MC a cedência de exploração dos estabelecimentos Hiper Sá, e mais tarde transformados em supermercados Continente Modelo, neste caso os Hiper Sá de São Martinho, Santana, Machico, Estreito de Câmara de Lobos, Santo António, Camacha, Ribeira Brava e Seminário (por ordem de reinauguração em Continente Modelo).[15] Este aumento de supermercados Continente acabou por ser estudado pela Autoridade da Concorrência, que acabou por dar "luz verde" à ação.[17]

Já o Hiper Sá Santa Cruz, que se encontrava instalado no Santa Cruz Shopping, através de aluguer do espaço, não teve ainda sucessor, pois encontra-se em processo de tribunal devido a problemas internos, encontrando-se desta forma o supermercado encerrado, impedido de ser substituído, e em abandono.[18]

Os restantes supermercados também acabaram por ser cedidos a outros negócios, como foi o caso do Super Sá do Hospital, e posteriormente o do Caniço, a Luís Nunes, proprietário do supermercado Super São Roque, posteriormente chamados de supermercados Novo Super.[19]

Estabelecimentos[editar | editar código-fonte]

De seguida apresentam-se os estabelecimentos Sá que existiram, junto da data da sua inauguração inicial e da sua morada original (para localizações futuras):

Hiper Sá[editar | editar código-fonte]

Designação Inauguração Morada
Seminário 1985 [8] Rua do Seminário, 5
São Martinho Setembro de 1996 [8] Caminho de S. Martinho, 14
Camacha Março de 2001 [8] Sítio da Nogueira
Ribeira Brava 2002 [8] Rua dos Dragoeiros, 59
Santo António 2005 Rua Dr. França Jardim, 2
Santa Cruz 4 de agosto de 2007 [20] Avenida 25 de Junho, Santa Cruz Shopping
Santana 25 de julho de 2008 [21] Barreiro
Machico 8 de outubro de 2010 [22] Rua Ribeirinho, 47-49
Estreito de Câmara de Lobos 28 de janeiro de 2011 [23] Igreja

Nota: O Hiper Sá Seminário, inicialmente designado de Super Sá 1, foi expandido e reinaugurado em 2000.

Super Sá[editar | editar código-fonte]

Designação Inauguração Morada
Hospital 1988 [8] Avenida Luís de Camões
Caniço 1994 [8] Estrada da Ponta Oliveira, 5
Cidade Nova Desconhecido Avenida Nova Cidade, Conjunto Habitacional Nova Cidade
Câmara de Lobos Desconhecido Rua Padre Pita Ferreira, 13
Estreito de Câmara de Lobos Desconhecido Rua João Augusto de Ornelas, 37
Canhas Desconhecido Salões Levada da Madalena, Edifício Flor do Sol

Nota: O Super Sá Hospital inicialmente chamava-se Super Sá 2.

Mini Sá[editar | editar código-fonte]

Designação Inauguração Morada
Mercado 1992 [8] Mercado dos Lavradores
Santa Clara 1994 [8] Travessa das Capuchinhas, 42A
Marina Shopping 1996 [8] Avenida Arriaga, Marina Shopping, loja 112
Figueirinhas 1999 [8] Figueirinhas, Conjunto Habitacional das Figueirinhas
Catedral Desconhecido Rua do Aljube, 15
Garajau Desconhecido Estrada do Garajau, 134
Pina Desconhecido Rua do Pina, 1D Edifício Cristal

Nota: O Mini Sá Marina Shopping foi expandido e reinaugurado em 2006.

Expresso Sá[editar | editar código-fonte]

Designação Inauguração Morada
Nazaré 2002 [8] Avenida do Colégio Militar
Hospital 2002 [8] Bairro do Hospital, loja 10

Loja Sá[editar | editar código-fonte]

Designação Inauguração Morada
Campo Pequeno 17 de maio de 2006 [9] Campo Pequeno

Referências

  1. Agência Lusa (27 de maio de 2013). «PER Aprovado». Publico. Consultado em 25 de novembro de 2020 
  2. Óscar de Freitas Branco (21 de fevereiro de 2013). «Super Sá do Seminário fechou ontem portas». Diario de Notícias. Consultado em 15 de outubro de 2018 
  3. a b c Ana Rute Silva (11 de março de 2013). «Continente quer ficar com nove lojas do Grupo Sá na Madeira». Público. Consultado em 15 de outubro de 2018 
  4. a b Tolentino de Nóbrega (2 de julho de 2006). «Da Madeira ao Campo Pequeno, o "império" do empresário Jorge Sá». Público. Consultado em 15 de outubro de 2018 
  5. «Madeira: empresas de distribuição gastam 13 milhões». TVI24. 11 de novembro de 2011. Consultado em 15 de outubro de 2018 
  6. a b Isabel Aveiro (11 de março de 2013). «Sonae reforça oferta na Madeira com nove lojas do grupo Sá». Jornal de Negócios. Consultado em 15 de outubro de 2018 
  7. «História». Grupo Sá. Consultado em 15 de outubro de 2018 
  8. a b c d e f g h i j k l m n «Grupo Sá - 50 anos de sucesso». Revista Super Market. Consultado em 15 de outubro de 2018 
  9. a b Catarina Craveiro (17 de maio de 2006). «Grupo Sá investe 3,5 milhões na primeira loja no Continente». TVI24. Consultado em 2 de novembro de 2018 
  10. a b «Sá com 29 Unidades Certificadas». Portal da Qualidade da Região Autónoma da Madeira. 30 de janeiro de 2009. Consultado em 15 de outubro de 2018 
  11. Luís Aragão (1 de junho de 2006). «Grupo Sá estreia-se no Continente». Hipersuper. Consultado em 15 de outubro de 2018 
  12. «Cerveja 'Sá' no mercado». Diario de Notícias. 1 de fevereiro de 2008. Consultado em 15 de outubro de 2018 
  13. «Cerveja Sá sem álcool». Diario de Notícias. 15 de janeiro de 2009. Consultado em 15 de outubro de 2018 
  14. Rui Marote (13 de junho de 2016). «Sá, ascensão e queda de um império». Funchal Notícias. Consultado em 15 de outubro de 2018 
  15. a b «Grupo Sonae Continente reforçou presença na Madeira com mais oito espaços». Jornal de Negócios. 18 de setembro de 2013. Consultado em 15 de outubro de 2018 
  16. Rita Gonçalves (15 de maio de 2012). «Grupo Sá encerra super do Campo Pequeno». Hipersuper. Consultado em 2 de novembro de 2018 
  17. «Ccent. 10/2013 MCH/Ativos Hiper Sá» (PDF). Autoridade da Concorrência. 2 de maio de 2013. Consultado em 2 de novembro de 2018 
  18. Luís Rocha (6 de dezembro de 2015). «Lojistas desesperam num centro comercial "fantasma" em Santa Cruz». Funchal Notícias. Consultado em 15 de outubro de 2018 
  19. Rosário Martins (27 de fevereiro de 2016). «Grupo Sá fecha negócio de arrendamento com Super São Roque». Funchal Notícias. Consultado em 15 de outubro de 2018 
  20. «Hiper Sá de Santa Cruz foi reivindicação das pessoas». Diário de Notícias. 5 de agosto de 2007. Consultado em 2 de novembro de 2018 
  21. «Grupo Sá continua a investir». Diário de Notícias. 26 de julho de 2008. Consultado em 2 de novembro de 2018 
  22. Nélio Gomes (9 de outubro de 2010). «Segredo do sucesso está na união da família Sá». Diário de Notícias. Consultado em 2 de novembro de 2018 
  23. Emanuel Silva (26 de janeiro de 2011). «Hiper Sá do Estreito inaugurado sexta-feira». Diário de Notícias. Consultado em 2 de novembro de 2018