São Francisco da Praia

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São Francisco da Praia
  Distrito do Brasil  
Convento de Nossa Senhora do Amparo
Convento de Nossa Senhora do Amparo
Convento de Nossa Senhora do Amparo
Localização
Mapa
Mapa de São Francisco da Praia
Coordenadas 23° 45' 18" S 45° 24' 57" O
Estado  São Paulo
Município São Sebastião
História
Criado em 02 de abril de 1856 (168 anos)
Características geográficas
Área total 47,556 km²
População total (2010) 18 587 hab.

São Francisco da Praia é um distrito do município brasileiro de São Sebastião, que integra a Região Metropolitana do Vale do Paraíba e Litoral Norte, no litoral do estado de São Paulo[1][2].

História[editar | editar código-fonte]

Origem[editar | editar código-fonte]

A origem de São Francisco da Praia está intimamente ligada a construção do Convento de Nossa Senhora do Amparo no século XVII[3].

Entre os franciscanos que vieram ajudar a colonizar o Brasil logo após o seu descobrimento haviam excelentes arquitetos, e uma das provas disso são as construções erguidas pela Ordem de São Francisco no país[4].

Eles conceberam para seus prédios formas arquitetônicas inéditas, distribuídos por diversos pontos da costa litorânea, desenvolvendo um estilo que leva a crer na existência de uma verdadeira escola de arquitetos entre a irmandade franciscana[4].

Dentre essas construções que sobreviveram à séculos destaca-se o Convento, que foi projetado a pedido dos moradores que desejavam que construíssem ali um convento. Depois de inspecionarem vários sítios, religiosos que viajavam pela região deram preferência para as terras situadas em paragens pitorescas, à beira de uma enseada, oferecidas por Antônio Coelho de Abreu[4].

Nesse local já existia uma capela junto com uma pequena moradia, conforme documentos do próprio Convento. A licença para a construção foi dada por Provisão em 1658. Dois franciscanos, Frei Baltasar das Neves e Frei Luís, deram início às obras em 1664[4].

A construção, feita com a ajuda de escravos, levou quatro anos para ser erguida, sendo um conjunto composto pela igreja e convento. Foi construído com taipa de pilão e também pedra e alvenaria de tijolo. Em meados de 1668, aproximando-se do seu acabamento, foi celebrada a primeira festa[4].

Vista aérea (1939).

Formação administrativa[editar | editar código-fonte]

  • Lei nº 13 de 02/04/1856 - Cria a freguesia[5].
  • Lei nº 55 de 05/04/1870 - Extingue a freguesia[6].
  • Distrito criado novamente pela Lei n° 8.092 de 28/02/1964, com sede no povoado de São Francisco e com território desmembrado do distrito da sede do município de São Sebastião[7][8].

Geografia[editar | editar código-fonte]

Ilhabela vista de São Francisco.

Demografia[editar | editar código-fonte]

População urbana[editar | editar código-fonte]

Crescimento população urbana
Censo Pop.
19701 704
19803 718118,2%
19918 266122,3%
200014 39574,1%
201018 09625,7%
Fonte: IBGE e Fundação SEADE

População total[editar | editar código-fonte]

Pelo Censo 2010 (IBGE) a população total do distrito era de 18 587 habitantes[9].

Área territorial[editar | editar código-fonte]

A área territorial do distrito é de 47,556 km²[10].

Rodovias[editar | editar código-fonte]

Localizado ao norte da cidade, São Francisco da Praia fica a cerca de 6 km do centro da cidade pela Rodovia Doutor Manuel Hipólito Rego (SP-55)[11].

Serviços públicos[editar | editar código-fonte]

Entardecer na praia.

Registro civil[editar | editar código-fonte]

Atualmente é feito na sede do município, pois o distrito não possui Cartório de Registro Civil das Pessoas Naturais[12][13].

Saneamento[editar | editar código-fonte]

O serviço de abastecimento de água é feito pela Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (SABESP)[14][15].

Energia[editar | editar código-fonte]

A responsável pelo abastecimento de energia elétrica é a EDP São Paulo, antiga Bandeirante Energia[16][17].

Telecomunicações[editar | editar código-fonte]

O distrito era atendido pela Companhia de Telecomunicações do Estado de São Paulo (COTESP), que inaugurou em 1971 a central telefônica que é utilizada até os dias atuais. Em 1975 passou a ser atendida pela Telecomunicações de São Paulo (TELESP), até que em 1998 esta empresa foi vendida para a Telefônica, que em 2012 adotou a marca Vivo para suas operações[18][19].

Atividades econômicas[editar | editar código-fonte]

Considerada como "base pesqueira" em São Sebastião, durante o verão a atividade turística e a procura pelo pescado aumentam, deixando São Francisco com um maior movimento de turistas.

Praias[editar | editar código-fonte]

O distrito possui várias praias:[20]

  • Praia da Enseada - É a primeira praia da Costa Norte de São Sebastião, fica aproximadamente à 12 km do centro da cidade. A praia favorece a pesca de mariscos e a pesca de arrasto[21].
  • Praia do Kauffman (Prainha).
  • Praia das Cigarras - Localizada à 10 km do centro, é quase que estritamente de casas de veraneio, contando com um pequeno Yacht Club[22].
  • Praia de São Francisco - Localizada à 6 km do centro, é um tradicional núcleo de pesca, com pequenas casas caiçaras à beira mar. No local também é comum os turistas irem procurar peixes e camarões frescos trazidos pelos pescadores[23].

Cultura[editar | editar código-fonte]

Atividades culturais[editar | editar código-fonte]

São Francisco da Praia ainda guarda riquezas da cultura caiçara tradicional presente na cidade de São Sebastião. Em seus laços culturais estão:

  • Panelas de Barro - Técnica desenvolvida pelos caiçaras, a confecção artesanal de panelas de barro foi passada pelos índios Tupinambás mesclada com conhecimentos trazidos pelos escravos.
  • Congada de São Benedito.
  • GRES Acadêmicos de São Francisco.
  • Centro Cultural Batuíra - Em 2011, após a restauração do Centro Cultural Batuíra, foi inaugurado o Auditório Beatriz Puertas, homenagem a poetisa caiçara Beatriz Puertas Moura, que residiu nesse bairro durante sua juventude[24][25].

Convento Franciscano de Nossa Senhora do Amparo[editar | editar código-fonte]

O local é um patrimônio histórico tombado pelo CONDEPHAAT (Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Artístico, Arqueológico e Turístico do Estado de São Paulo) no ano de 1972. Também tem sete quarteirões tombados e vários outros edifícios tombados isoladamente[3].

Construído originalmente em 1637, era ponto de parada dos jesuítas em suas viagens pelo litoral. Em 1934, por ter sido abandonado durante 60 anos, foi reconstruído por encontrar-se em péssimo estado de conservação. Dele fazem parte a igreja, sacristia e claustro. Suas paredes medem um metro de espessura, os batentes são de pedra e a torre possui cobertura abobadada[3].

Religião[editar | editar código-fonte]

O Cristianismo se faz presente no distrito da seguinte forma:[26]

Igreja Católica[editar | editar código-fonte]

Igrejas Evangélicas[editar | editar código-fonte]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. «Divisão Territorial do Brasil». IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística 
  2. «Municípios e Distritos do Estado de São Paulo» (PDF). IGC - Instituto Geográfico e Cartográfico 
  3. a b c «Convento Franciscano de Nossa Senhora do Amparo – Condephaat». Consultado em 23 de dezembro de 2023 
  4. a b c d e «Convento de Nossa Senhora do Amparo em São Sebastião». www.cidadeecultura.com. Consultado em 23 de dezembro de 2023 
  5. «Lei n° 13, de 02/04/1856». www.al.sp.gov.br. Consultado em 3 de novembro de 2022 
  6. «Lei n° 55, de 05/04/1870». www.al.sp.gov.br. Consultado em 3 de novembro de 2022 
  7. «Comissão de Divisão Administrativa e Judiciária - Relação Geral de Processos - 1963» (PDF). Diário Oficial do Estado de São Paulo 
  8. «Lei n° 8.092, de 28/02/1964». www.al.sp.gov.br. Consultado em 3 de abril de 2021 
  9. «IBGE | Censo 2010 | Sinopse por Setores». censo2010.ibge.gov.br. Consultado em 3 de abril de 2021 
  10. «Organização do território | IBGE». www.ibge.gov.br. Consultado em 3 de abril de 2021 
  11. «IBGE | Censo 2010 | Sinopse por Setores». censo2010.ibge.gov.br. Consultado em 26 de fevereiro de 2021 
  12. «Portal do Extrajudicial - Endereços das Unidades». extrajudicial.tjsp.jus.br. Consultado em 20 de novembro de 2023 
  13. «Endereços Cartórios». ANOREG/SP. Consultado em 20 de novembro de 2023 
  14. «Sabesp » Sistemas de Abastecimento» (PDF). site.sabesp.com.br. Consultado em 6 de fevereiro de 2022 
  15. «Sabesp » Área de Atuação» (PDF). site.sabesp.com.br. Consultado em 6 de fevereiro de 2022 
  16. «EDP». www.edp.com.br. Consultado em 6 de fevereiro de 2022 
  17. «Arsesp - Mapa de Concessionárias». www.arsesp.sp.gov.br. Consultado em 6 de fevereiro de 2022 
  18. «Patrimônio da COTESP incorporado pela TELESP» (PDF). Diário Oficial do Estado de São Paulo 
  19. «Área de atuação da Telesp em São Paulo». Página Oficial da Telesp (arquivada) 
  20. «As maravilhosas praias de São Sebastião». www.cidadeecultura.com. Consultado em 20 de novembro de 2023 
  21. «Praia da Enseada em São Sebastião». www.saosebastiao.tur.br. Consultado em 23 de dezembro de 2023 
  22. «Praia das Cigarras em São Sebastião». www.saosebastiao.tur.br. Consultado em 23 de dezembro de 2023 
  23. «Praia São Francisco em São Sebastião». www.saosebastiao.tur.br. Consultado em 23 de dezembro de 2023 
  24. Siqueira, Priscila (25 de abril de 2023). «Priscila Siqueira conta a história de outra grande mulher caiçara». Rádio e Editora Cancioneiro Caiçara. Consultado em 20 de novembro de 2023 
  25. «Presença - Maria Angélica de Moura Miranda». O Guaruçá - Informação e Cultura 
  26. O termo "cristão" (em grego Χριστιανός, transl Christianós) foi usado pela primeira vez para se referir aos discípulos de Jesus Cristo na cidade de Antioquia (Atos cap. 11, vers. 26), por volta de 44 d.C., significando "seguidores de Cristo". O primeiro registro do uso do termo "cristianismo" (em grego Χριστιανισμός, Christianismós) foi feito por Inácio de Antioquia, por volta do ano 100. Tyndale Bible Dictionary, pp. 266, 828
  27. «Arquivos Paróquias». Diocese de Caraguatatuba. Consultado em 20 de novembro de 2023 
  28. «Localidade - Congregação Cristã no Brasil». congregacaocristanobrasil.org.br. Consultado em 20 de novembro de 2023 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

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