Salazar Moscoso

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Salazar Moscoso
Nome completo Bartolomeu Salazar Moscoso
Nascimento 9 de janeiro de 1856
Lagos
Nacionalidade Portugal Portugal
Morte 21 de outubro de 1933 (77 anos)
Santarém
Ocupação Jornalista, professor e advogado

Bartolomeu Salazar Moscoso, mais conhecido como Salazar Moscoso (Lagos, 9 de Janeiro de 1856 - Santarém, 21 de Outubro de 1933), foi um jornalista, professor e advogado português.

Biografia[editar | editar código-fonte]

Nascimento e educação[editar | editar código-fonte]

Nasceu na Freguesia de Santa Maria do município de Lagos, em 9 de Janeiro de 1856, filho de Francisco Salazar Moscoso e de Vitória Rita Baraona da Veiga.[1]

Deslocou-se para Lisboa ainda muito novo, tendo sido educado por uma tia paterna. Frequentou os estudos preparatórios na Escola Académica, e o Curso Superior de Letras.[1]

Carreira profissional e artística[editar | editar código-fonte]

Já durante os seus anos de estudo, tinha começado a interessar-se pelas letras, tendo procurado a companhia de alguns dos escritores mais talentosos do seu tempo, como Fialho de Almeida, Guilherme de Azevedo, ou Joaquim José de Araújo.[1] Criou e dirigiu, junto com Marcelino Mesquita, o periódico estudantil O Académico, e foi um dos fundadores da Associação dos Jornalistas e Escritores Portugueses[1] Também fez parte da comissão executiva do Centenário de Camões.[1] Filiou-se no Partido Republicano Português, tendo realizado vários discursos e participado em diversas conferências.[1]

Posteriormente, regressou a Lagos, onde se instalou como advogado e solicitador; começou, igualmente, a colaborar na imprensa regional, tendo sido redactor nos periódicos Notícias do Algarve e Pró-Lagos, e director da Folha Democrática[1] Também exerceu como administrador do Concelho de Olhão, e representou a Vila do Bispo como procurador na Junta Geral da região.[1] Junto com José António Bourquin Brak-Lamy.[1] Fundou o primeiro centro republicano no Algarve, e mediou, por diversas vezes, os conflitos que surgiram com a classe operária.[1] Enquanto permaneceu em Lagos, também exerceu como presidente da direcção do Monte Pio Popular Lacobrigense e da Liga Lealdade de Lagos.[1]

Em seguida, foi nomeado como professor interino no Liceu de Faro, mas regressou, poucos anos depois, a Lisboa, onde exerceu como redactor dos periódicos O Dia, Capital, País, e Vanguarda.[1] A convite de Manuel Ribeiro Alegre, torna-se ajudante da Conservatória do Registo Predial, posição que abandona pouco depois para leccionar na Escola Primária Superior.[1] Depois da extinção daquelas escolas, começou a ensinar como professor particular, mas, devido à sua já avançada idade, não conseguiu manter esta ocupação.[1] Em Santarém, colaborou nos periódicos Correio da Extremadura, Jornal de Santarém, Debate, Vale do Tejo, e O Cabaceiro.[1]

Embora fosse um poeta, não chegou a publicar quaisquer livros, tendo a sua obra sido divulgada em vários jornais, e em folhetins.[1] Algumas das suas obras alcançaram um certo êxito, destacando-se uma ode a Mouzinho de Albuquerque, que foi muito popular em Lisboa.[1]

Também foi um ginasta amador, tendo realizado uma exibição de caridade no Circo Price, e um praticante de bilhar, tendo participado em vários campeonatos em Santarém.[1]

Últimos anos e morte[editar | editar código-fonte]

No final da sua vida, sofreu de dificuldades financeiras, tendo os seus amigos chegado a realizar um espectáculo em seu benefício, no Teatro Sá da Bandeira, poucos meses antes do seu falecimento.[1] Morreu em Santarém, no dia 21 de Outubro de 1933, tendo sido sepultado naquela cidade; para pagar as despesas do seu funeral, foi feita uma subscrição pública, por trabalhadores da imprensa.[1]

Placa toponímica da Rua Salazar Moscoso, em Lagos.

Homenagens[editar | editar código-fonte]

Em 14 de Maio de 1997, a Câmara Municipal de Lagos colocou o nome de Salazar Moscoso num largo do concelho.[1][2]

Referências

  1. a b c d e f g h i j k l m n o p q r s t u Ferro, 2007:309-317
  2. «Freguesia de Santa Maria» (PDF). Câmara Municipal de Lagos. Consultado em 19 de Dezembro de 2018. Arquivado do original (PDF) em 22 de Fevereiro de 2014 

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • FERRO, Silvestre Marchão (2007). Vultos na Toponímia de Lagos 2.ª ed. Lagos: Câmara Municipal de Lagos. 467 páginas. ISBN 972-8773-00-5 


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