Sucuri
Sucuri | |||||||||||||||
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Classificação científica | |||||||||||||||
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Espécies | |||||||||||||||
E. murinus |
A sucuri, também conhecida como anaconda, arigbóia, boiaçu, boiçu, boiguaçu, boioçu, boitiapóia, boiuçu, boiuna, sucuriju, sucurijuba, sucuriú, sucuruju, sucurujuba e viborão é uma cobra sul-americana da família Boidae, pertencente ao género Eunectes. Tem a fama de ser uma cobra enorme e muito perigosa.
Existem quatro espécies, das quais as três primeiras ocorrem no Brasil:
- Eunectes notaeus, a sucuri-amarela, menor e endêmica da zona do Pantanal;
- Eunectes murinus, a sucuri-preta, maior e mais conhecida, ocorrendo em áreas alagadas da região do cerrado e da Amazônia, sendo que, neste último bioma, os animais costumam alcançar tamanhos maiores;
- Eunectes deschauenseei, a sucuri-malhada, endêmica da Ilha de Marajó; e a
- Eunectes beniensis, a sucuri-da-bolívia.
Particularidades
A sucuri é a maior serpente do mundo e pode viver até 30 anos. As fêmeas são maiores que os machos, atingindo a maturidade sexual por volta dos seis anos de idade. Há muitas narrativas sobre ataques destas serpentes a seres humanos; no entanto, na sua maioria, os casos são fictícios, principalmente no que diz respeito ao tamanho real do animal. Muitos admitem terem sido atacados por espécies com mais de 10 metros. De fato, a maior sucuri de que se tem registro por fonte confiável media 11 metros e 65 centímetros e foi encontrada pelo marechal Cândido Rondon, no início do século XX.
Quanto aos ataques, existem alguns casos de vítimas humanas, tal como o de um menino índio de 12 anos, que foi devorado por uma sucuri de grande porte, na década de 1980. Também houve o caso de adultos nativos que estavam embriagados, à beira do rio, e foram sufocados ou afogados antes de serem devorados. Estes casos foram fotografados e hoje as imagens são vendidas como suvenir na rodoviária de Ji-Paraná.
Em 1997, foi lançado Anaconda, um filme de terror sobre a serpente, o qual foi gravado no Brasil e no Peru.
Mitologia indígena brasileira
Segundo o mito fundador Kaxinawá, houve um homem, Yube, que, ao se apaixonar por uma mulher-anaconda, transformou-se em anaconda também e passou a viver com ela no mundo profundo das águas. Nesse mundo, Yube descobriu uma bebida alucinógena com poderes curativos e de acesso ao conhecimento. Um dia, sem avisar a esposa-anaconda, Yube decide voltar à terra dos homens e retomar a sua antiga forma humana. O mito explica também a origem do cipó ou ayahuasca - bebida alucinógena tomada ritualisticamente pelos Kaxinawá. [1] [2] [3]
Referências
- ↑ As visões da anaconda: a narrativa escrita indígena no Brasil. Por Lynn Mario T. Menezes de Souza. Revista Semear n°7
- ↑ O que nos diz a arte Kaxinawa sobre a relação entre identidade e alteridade? Por Elsje Maria Lagrou. Mana vol. 8 n°1 Rio de Janeiro abril de 2002 ISSN 0104-9313.
- ↑ Yube, o homem-sucuriju. Relato caxinauá. Por Eliane Camargo. Amerindia n° 24, 1999. CELIA - Centre d'Etudes des Langues Indigènes d'Amérique, CNRS, Paris.