Timothy Treadwell

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Timothy Treadwell
Nascimento 29 de abril de 1957
Long Island, Nova York
Morte 6 de outubro de 2003 (46 anos)
Katmai National Park, Alasca
Nacionalidade estadunidense
Ocupação Ambientalista

Timothy Treadwell, nascido como Timothy Dexter (Nova York, 29 de abril de 1957Alasca, 5 de outubro de 2003), foi um entusiasta dos ursos e ambientalista estadunidense.

Viveu seus treze últimos verões na costa do Katmai National Park, no Alasca. No final do 13º verão, ele e a namorada Amie Huguenard de 37 anos foram mortos e parcialmente devorados por um ou provavelmente dois ursos-pardos. Uma câmera de vídeo capturou os sons de seus últimos momentos, indicando que Treadwell teria sido atacado primeiro. No entanto, o áudio do ataque nunca foi liberado ao público. A vida de Treadwell, seu trabalho e morte foram tema do aclamado documentário de 2005, dirigido por Werner Herzog, intitulado O Homem Urso.[1]

Infância[editar | editar código-fonte]

Nascido em Long Island, Nova York, estudou no colégio Connetquot, onde sempre foi considerado um aluno regular, sem notas muito boas nem muito ruins, e era a estrela da equipe de saltos ornamentais, apesar de ter publicado que era um órfão britânico nascido na Austrália. Encarou problemas com álcool e drogas na adolescência após, supostamente, perder um papel na série Cheers para Woody Harrelson.

Interesse em ursos[editar | editar código-fonte]

De acordo com seu livro, Among Grizzlies: Living with Wild Bears in Alaska, Treadwell sobreviveu a uma overdose de heroína nos anos 80 e foi, encorajado por um amigo, para o Alaska para observar ursos. Mais tarde, atribuiu sua recuperação ao relacionamentos que tinha com os animais. Na primeira parte de cada ano que passava por lá, Timothy acampava numa área chamada "Big Green", uma área localizada em Hallo Bay, na Costa Katmai, enquanto que na outra parte, acampava num lugar chamado por ele mesmo de "Grizzly Maze", onde encontros com ursos eram muito mais prováveis e constantes.

Teve notoriedade nacional no começo dos anos 2000, sendo reconhecido por se aproximar muito desses animais, tocá-los e até brincar com eles. Durante suas estadias no lugar, Timothy gravou mais de 100 horas de filmagens e viajou todos os Estados Unidos da América fazendo palestras e educando crianças sobre ursos. Participou de programas de televisão na Discovery Channel e deu entrevista no talk show Late Show with David Letterman, além de também discutir suas experiências no Dateline NBC.

Junto com os amigos Jonathan Byrne e Jewel Palovak, fundou a Grizzly People, entidade dedicada a proteger ursos e os habitats naturais em geral.

Morte[editar | editar código-fonte]

Em outubro de 2003, Treadwell e sua namorada, Amie Huguenard, visitaram o Katmai National Park. No filme O Homem Urso, Werner Herzog afirma que Amie temia os ursos e se sentia profundamente desconfortável em sua presença. Ele escolheu montar seu acampamento perto de um riacho de salmão, onde ursos geralmente se alimentam no outono. Visitou o parque no final do ano,[1] numa época em que os ursos lutam para conseguir a maior quantidade possível de alimento antes do invernos. A limitação de suprimentos eleva o nível de agressividade dos animais.[2]

Treadwell havia programado deixar o parque em seu horário habitual, mas ele teve um desentendimento com a companhia aérea e decidiu ficar mais tempo. Os ursos que ele tinha visto durante o verão já tinham hibernado. Entretanto, ele não sabia ursos de outra parte da região estavam se movendo para onde ele estava alocado. As últimas filmagens mostram-no vivo com um urso atrás dele, mergulhando no rio várias vezes por um pedaço de salmão morto. Treadwell mencionou na gravação que ele não se sentia totalmente confortável perto dos animais.

Cerca de meio-dia de domingo, 5 de outubro de 2003, ele conversou com seu sócio, em Malibu, Califórnia, por telefone via satélite. Não mencionou nenhum problema com qualquer urso. No dia seguinte, 6 de outubro, os restos de Treadwell e Huguenard foram descobertos por Willy Fulton, o piloto de táxi aéreo que chegou a seu acampamento para buscá-los. A cabeça desfigurada do rapaz, a espinha dorsal e o antebraço direito ainda usando o seu relógio de pulso foram recuperados no local. Partes de Huguenard foram encontrados perto do acampamento, parcialmente enterrado em um monte de galhos e sujeira. Um urso pardo macho foi morto por guardas do parque durante a tentativa de recuperar os corpos. Um urso jovem também foi morto pouco tempo depois, após ter acuado os guardas do parque. A necropsia nos ursos revelou partes do corpo humano, tais como dedos e membros. Não está claro a partir de qualquer prova ou da gravação de áudio, se qualquer um desses dois ursos mataram o casal. Nos 85 anos de história Katmai National Park, este foi o primeiro incidente de uma pessoa ser morta por um urso.[3]

Uma câmera de vídeo foi recuperada no local. Segundo a porta-voz do Alaska State Trooper, Greg Wilkinson, nenhuma imagem foi encontrada na fita. Este fato levou os guardas a acreditarem que o ataque teria acontecido quando a câmera estava na mochila ou durante a noite. A câmera havia sido ligada em algum momento antes do ataque, presumivelmente por Huguenard, mas a câmera registrou apenas seis minutos de áudio. A fita é agora propriedade de Jewel Palovak e não foi liberada ao público. Em O Homem Urso o cineasta Werner Herzog ouve a gravação e, em seguida, solicita a Palovak que a destrua. No seguimento da mini-série The Grizzly Man Diaries, Palovak admitiu que ainda possui a fita, mas ainda não ouviu o seu conteúdo e disse que espera nunca fazê-lo.

Referências

  1. a b Grizzly Man (DVD). Directed by Werner Herzog. Lions Gate, 2005.
  2. Jans, Nick (2005). The Grizzly Obsession. City: Dutton Adult. ISBN 0525948864 
  3. Sanders, Kevin (2006). «Night of the Grizzly, A True Story Of Love And Death In The Wilderness». Yellowstone Outdoor Adventures. Consultado em 8 de janeiro de 2008 [ligação inativa]