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Transtorno de ruminação

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É mais comum em pessoas depressivas ou com um transtorno cognitivo durante períodos estressantes

Transtorno de ruminação (do latim ruminare), ou mericismo é um distúrbio alimentar caracterizado pela regurgitação (retorno do alimento digerido à boca) frequente, sem esforço nem dor, involuntariamente, devido à contração involuntária dos músculos do abdômen. Não há náusea, queimação, azia, gosto ruim ou dor abdominal associada a essa regurgitação, como ocorre com os vômitos. A comida retorna pouco digerida, menos de uma hora depois de comer, sem gosto ácido, tipicamente todos os dias. Em alguns casos ocorre após todas as refeições.[1]

Historicamente, o distúrbio foi documentado apenas em bebês, crianças pequenas e pessoas com retraso cognitivo (a prevalência é de até 10% em pacientes institucionalizados com compromisso intelectual). Hoje está sendo diagnosticado cada vez mais em adolescentes e adultos saudáveis, embora ainda haja uma grande falta de conscientização da condição por profissionais de saúde, portadores e do público em geral.[1]

A ruminação é normal em crianças com menos de 1 ano e normalmente desaparece com a idade, porém em algumas crianças a ruminação nunca desaparece. Esse diagnóstico só pode ser feito após os 3 anos de idade. Em adolescentes e adultos, geralmente começa entre os 10 e 20 anos, e pode ser causado por traumas emocionais, piorando em períodos estressantes, ou por traumas físicos, em pessoas que vomitam muito ou introduzem objetos na garganta (mágico, engolidor de espada, por pica).[2]

Sinais e sintomas

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As regurgitações frequentes causam[3]:

Diagnósticos diferenciais

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O diagnóstico é essencialmente clínico e pode ser confirmado com imagens, como endoscopia ou radiografia com contraste. Para o diagnóstico desse transtorno, primeiro deve-se excluir outros transtornos que causam retorno de alimentos a boca como[4]:

  • Refluxo gastroesofágico, causa retorno doloroso, com intensa queimação por ácido, da comida digerida.
  • Bulimia ou anorexia com vômito provocado para perder peso;
  • Aerofagia (engolir ar), associada a retraso intelectual, comer rápido, fumar, mascar e ao consumo de refrigerantes.
  • Gastroparesia, quando a digestão é muito lenta.
  • Acalasia, quando o esôfago não relaxa ao engolir.

Frequentemente o transtorno é percebido por psicólogos (em pacientes com algum transtorno mental), nutricionistas (que percebem a perda de peso) ou dentistas (que percebem a corrosão dos dentes), mas ainda é amplamente ignorado pela comunidade médica que geralmente não a diferencia do refluxo gastroesofágico, que é doloroso, ácido e menos vezes ao dia.

A respiração diafragmática e relaxamento do abdômen após as refeiçoes previne a regurgitação. Se a ruminação frequente danifica o esôfago, podem ser prescritos inibidores da bomba de prótons como pantoprazol ou omeprazol para reduzir a acidez do estômago. Psicólogos ensinam as técnicas de relaxamento, respiração e biofeedback como parte da terapia comportamental a pacientes com transtorno cognitivo, pode demorar meses antes que o paciente aprenda. Esses medicamentos podem proteger o revestimento do esôfago prevenindo o adenocarcinoma de esôfago até que a terapia comportamental reduza a freqüência e gravidade da regurgitação.[5]

Referências

  1. a b Rumination Syndrome — Mayo Clinic
  2. Papadopoulos, Vassilios; Mimidis, Konstantinos (July–September 2007), "The rumination syndrome in adults: A review of the pathophysiology, diagnosis and treatment", Journal of Postgraduate Medicine, 53 (3): 203–206, doi:10.4103/0022-3859.33868
  3. Chial, Heather J; Camilleri, Michael; Williams, Donald E; Litzinger, Kristi; Perrault, Jean (2003), "Rumination syndrome in children and adolescents: diagnosis, treatment, and prognosis", Pediatrics, 111 (1): 158–162, doi:10.1542/peds.111.1.158
  4. Camilleri, Michael; Seime, Richard J, Rumination Syndrome, symptoms, Rochester, Minnesota: Mayo Clinic, retrieved 2009-06-26
  5. Wagaman, JR; Williams, DE; Camilleri, M (1998), "Behavioral intervention for the treatment of rumination", Pediatric Gastroenterology and Nutrition, 27 (5): 596–598, doi:10.1097/00005176-199811000-00019, PMID 9822330