Ursula Tautz

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Ursula Tautz
Ursula Tautz
Nome completo Ursula Tautz da Cruz
Nascimento 22 de Julho de 1968
Rio de Janeiro
Nacionalidade brasileira

Ursula Tautz da Cruz[1] (Rio de Janeiro, 22 de Julho de 1968) é uma artista plástica brasileira.

Biografia[editar | editar código-fonte]

Possui formação acadêmica em Estilismo pela Faculdade Cândido Mendes em 1996 e pós-graduação em produção gráfica pela ESPM/RJ, em1997. Entre os anos de 1997 e 1999 realizou oficinas de design experimental da School of Visual Arts de Nova Iorque com Richard Wilde. Em 2005 ingressou na Escola de Artes Visuais do Parque Laje e posteriormente integrou o programa de pesquisa coordenado por Glória Ferreira e Luiz Ernesto.

Carreira[editar | editar código-fonte]

Sua trajetória é marcada por pesquisas históricas e histórico-familiar. A artista atua nos campos da instalação, multimídia, desenho, escultura, fotografia. Seu trabalho utiliza o tempo, seus lapsos e referências, principalmente a memória, das particulares às coletivas, das reais às ficcionais. Ele estabelece um diálogo com as disciplinas da espacialidade, a filosofia, a física, geografia ou cosmologia, criando experiências sensoriais, transformando o espaço e subvertendo as expectativas espaço-temporais. O tempo cronológico em suas obras[2] é constantemente corrompido e para gerar novas reminiscências.

Em 2015 realizou sua primeira exposição individual, Fluidostática[3] na Galeria do Lago localizado no Museu da República, cuja sede é o Palácio do Catete. O palácio representou o poder republicano brasileiro entre os anos de 1897 e 1960, onde seus presidentes assinaram leis e decretos com suas canetas tinteiros. A instalação contou com jarras de vidro cheias de tinta azul que repousavam sobre balanços de madeira, que se movimentavam em sincronia à entrada do espectador ao ambiente. A instalação explorou as relações entre o povo e o poder, o perigo e o fascínio.

No mesmo ano participou das Intervenções Urbanas ArtRio, com a instalação Mas que as asas enraízem e que as raízes voem[4] que apresentou no Palácio do Catete balanços de madeira costurados ao chão e pendidos por uma tamarindeira plantada por António Clemente Pinto, o primeiro Barão de Nova Friburgo. Os balanços impossibilitados de movimento representavam uma tentativa de controle do tempo. Ursula realizou no mesmo ano a exposição Estranhamentos[5] no Centro Cultural Justiça Federal do Rio de Janeiro com curadoria de Isabel Sanson Portella.

Outros trabalhos que se destacam são Frestas por onde Muros escoam[6], instalação que inaugurou em 2017 o espaço expositivo do Jardim da Reitoria da Universidade Federal Fluminense no Rio de Janeiro. E Campo Dormitório, apresentado na SIART 2018, Bienal de La Paz na Bolívia. Por meio da residência artística Echangeur 22[7], em Saint-Laurent des Arbres na França, Ursula desenvolveu o projeto Tempo Móvel para a exposição Mobilité, Immobilité[8], no La Chartreuse, em Villeneuve-lez-Avignon. A obra foi resultado de um estudo sobre o sentimento de moradores em relação aos sinos que tocavam próximos de suas residências.

Em 2021, Ursula foi selecionada para a Bienal de Bahia Blanca com o projeto Cada Dia[9]. No mesmo ano apresentou a instalação O Som do Tempo ou tudo que se dá a ouvir[10] com curadoria de Ivair Reinaldim. Resultado de cinco anos de pesquisa[11], a obra apresentou um trono soterrado sob nove toneladas de terra em formato de pirâmide e badalos de sino quebrados. A instalação fez alusão à colonização e à memória ligada ao entorno do Paço Imperial, interagindo com as badaladas dos sinos das igrejas ao redor. O trabalho, Such Sweet Thunder, do artista sonoro Samson Young fez parte de um dos vídeos da instalação.

Referências[editar | editar código-fonte]

  1. «Edital Prêmio Funarte de Arte Contemporânea» (PDF). Fundação Nacional de Artes. p. 3. Consultado em 4 de janeiro de 2024 
  2. «Ursula Tautz e o reencontro com suas memórias». Metrópoles. 9 de fevereiro de 2019 
  3. «O azul de Ursula Tautz». Folha de São Paulo - Ilustríssima. 17 de novembro de 2015 
  4. «Intervenção». ArtRio. 14 de julho de 2017 
  5. «Estranhamento». DASartes. 2 de fevereiro de 2015 
  6. «Arte na praça Adolpho Bloch». UOL. 6 de outubro de 2021 
  7. «Obras de Ursula Tautz». Crio Art. 16 de abril de 2020 
  8. «Les Artistes Dechangeur». Midilibre France. 7 de dezembro de 2019 
  9. «La noche de os museos en bahia». Infosexta - Argentina. 11 de maio de 2021 
  10. «Performance de Ursula Tautz na ArtRio». O Globo. 8 de setembro de 2021 
  11. «Instalação no Paço Imperial». Veja Rio. 17 de setembro de 2021 

Ligações Externas[editar | editar código-fonte]

Sítio Oficial